Capítulo 21 - O fim?

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"Um fogo transformado em ódio que ainda queima dentro de mim, assediada em revolta pelos isqueiros do prazer, sem ter o que fazer, sem ao menos poder me defender, sem pensar falam palavras sem ao menos perceber que pode ofender, como se eu fosse um objeto para você..."



Claudio desce do carro e eu não consigo me mexer, fico parada e meu corpo não me obedece.

As lagrimas correm pelo meu rosto silenciosamente.

-Agora vamos ter uma conversa de gente grande minha princesa. – Dito isso, ele acelerou o carro e saiu.

Sei que Claudio sabe e sente que algo ruim já aconteceu, depois que a pessoa que mais admirava a passei chamar de demônio e monstro.

Estou presa no meu próprio pesadelo e começo a listar em minha mente:

*Literalmente órfã, sem mãe e pai para recorrer;

*A mulher que me criou morreu nesta madrugada;

*Meu tio que abusou de mim por um longo tempo está aqui ao meu lado;

*Não consigo acreditar ou confiar em alguém de verdade;

*Não existe amor e se existe não mereço ser amada;

*Sou suja, impura e quebrada;

Saio de meus devaneios quando sinto uma mão percorrer minha coxa esquerda, sinto meu corpo tremer e o medo ficar maior, sinto que vou perder a consciência a qualquer momento.

Meu corpo parece que vai desligar e desliga, como se estivesse em uma paralisia do sono, eu vejo tudo e sinto tudo mas não consigo me mexer.

O carro para e eu não consigo me movimentar, sou puxada pelo braço tudo começa a ficar vazio.

Sou puxada para algum lugar que não consigo prestar atenção se é uma casa, ou motel.

Meu corpo é jogado com brutalidade em uma cama e novamente estou presa em meu pesadelo, ele novamente resolver me punir. É isso, minha punição por nascer!

- Minha princesa, tão bela e tão linda! Meu anjo! Está será nossa despedida, e – Ele cheirou meu pescoço - sabe que então não poderei amá-la mais, eu te desejo e te amo desde que você sorriu para mim naquele dia quando disse que ia tomar um banho – Não consigo me mexer, como ele é doente, então eu fui a responsável? – Seu corpo mudou, está mais deliciosa!

Minha roupa começa a ser tirada e para respirar doí, com muito esforço o chuto e corro até a porta: -SOCOROO!!! - Foi tudo que consegui gritar, senti a forte pancada no meu estomago.

Levei um soco no estomago, outro, outro, até eu perder as forças e não conseguir me mexer.

Estava no chão agonizando de dor, não conseguia respirar direito, sinto vontade de vomitar.

- Ah, que princesa má! Você não está se comportando mocinha! – Balançando o dedo indicador – Tsh, não queria te machucar, vai ficar roxo. – Ele pegou meus cabelos e me arrastou novamente até a cama e como doeu! – Seja uma boa garota que prometo deixa-la ir embora. Promete se comportar agora?

Acenei com a cabeça, minha visão estava embraçada de tantas lagrimas que saiam. Ele terminou de tirar sua roupa e subiu em cima de mim. Começou a cheirar meu cabelo e meu pescoço, e ao mesmo tempo descia a mão até meu seio.

- Hum, gostosa, olha como estou duro, é por você! Seja boazinha e não irá doer.

Fico estática quando ele começa a me penetrar, mas quando eu me preparo para a dor, nada!

Não sinto nada, minha mente começa a ficar vazia novamente, ele montava em cima de mim e eu não sentia nada, não sentia seus toques e nem seu membro dentro de mim.

Não sei quanto tempo já passou, mas ele já gozou 3 vezes em cima de mim, estou toda suja, mas não tanto quanto minha alma.

Escuto o corpo chocando ao meu e não tenho reação.

-Ah, estou acabando! Olha para mim princesa! Olha para seu homem! Olha quem te transformou em uma mulher. – As lagrimas voltam a cair dos meus olhos – Shhh... não chora meu amor. Está triste porque minha mãe morreu né! Vai passar, olha eu aqui me esquecendo dela com seu sabor.

Doente, isso é o que ele é, como pode achar isso normal? Como pode achar que isso é prova de amor? Como pode não respeitar nem o luto da morte da própria mãe?

Eram tantas perguntas, mas eram perguntas silenciosas, perguntas que ninguém nunca ouviria e como em um estralo mental as lagrimas cessaram e eu me levanto da cama, ele está deitado do meu lado.

-Prazer é tudo o que deseja tio? – Tudo VAZIO, não sinto mais nada. Tudo o que restava fez PUFF!!! Sumiu, sou um livro embranco, mas sujo por essas mãos que me tocaram, por este homem que me tomou. – Hoje é a última vez que serei sua? Sua princesa quebrada? – pendi minha cabeça para o lado esquerdo, não sinto nada e não sei mais quem sou. Estou toda suja por dentro e por fora. Como se estivesse em uma hipnose, meu corpo e minha mente resolvessem que era hora de resetar.

- Titio está indo embora, mas não poderia ir sem antes me despedir do meu amor. Eu te amo Helena! – Amor? O que é amor? Oh sexo é amor? – ontem antes de minha mãe morrer eu estive com ela e ela me perguntou se era verdade que algum dia eu havia te tocado – um sorriso sinistro se formou em seu rosto – e respondi que não só a toquei como a amei intensamente, rs, a velha chorou e chorou muito sabia! Hahaha! Mas como sou um bom filho e ela estava nas ultimas, ela me fez prometer que iria embora e nunca mais te tocar, então irei cumprir a promessa do leito de morte.

Horror? Que sentimento é esse que eu tenho? Por que não consigo mais chorar?

Me levanto da cama e caminho até uma janela, será que se eu me jogar daqui a morte será rápida junto com a sensação de estar livre?

Pendo minha cabeça agora para o lado direito, vou até ele e subo na cama, vou até seu pênis e começo a chupar o meu "titio", afinal sexo é tudo que importa né? Ele fez isso por amor? Quanta contradição Helena, não era isso que pensava há um tempo atrás. Por que estou mesmo fazendo isso?

Nada me vem a mente, continuei e o vi ficar duro novamente, paro de chupa-lo e me levando subindo em seu coloco e colocando seu membro dentro de mim, subo e desço lentamente e quando percebo que ele fechou os olhos para sentir o prazer , me levando de seu colo, fui até um frigobar que existia naquele quarto e peguei uma garrafa de champanhe, abri e joguei em meu corpo, caminho até ele novamente.

-Agora quem irá sorrir maleficamente sou eu "titio" – Ele abre os olhos e em um impulso bato em sua cabeça a garrafa que quebra, mas em minha mão ainda tem a ponta da garrafa quebrada e então a passo em meu pulso esquerdo, começo a rir freneticamente, não consigo parar de rir, estou em um ataque. 

Vejo meu tio se levantando ainda meio tonto e vindo em minha direção. Olho para ele e pendo novamente minha cabeça para esquerda. – Ora, ora "titio", não gostou da surpresa? – Ele corre até mim e eu enfio o caco em seu membro, ele se ajoelha e começa a chorar. – Shhh eu fiz isso porque TE AMO!!!

Passei o caco da garrafa em meu outro pulso e começo a perder as forças, então me sento no chão me sentindo leve e feliz, me sentindo flutuando e tudo começa a apagar.

VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora