➾ CAPÍTULO 11.2: (Des)Conhecidos

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Houve um tempo, quando eu estava sozinho
Sem lugar para ir e sem lugar para chamar de lar
Meu único amigo era o homem na Lua
E, às vezes, até ele ia embora também.
♕ Lost Boy (Ruth B.)

{Contém 5.042 palavras e dois narradores}

▹ Berlim, capital do Estado de Berlim

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Berlim, capital do Estado de Berlim.

      NÃO É COMO se eu tivesse muitas escolhas, além do mais, ele estava merecendo isso. E eu adoro me vingar de gente assim.

— E o que acontece se eu não aceitar, diretor Becker? Vai me punir como fez com a aluna Hana Akira? — eu o desafio perguntando um fato óbvio, com uma resposta mais óbvia para ele.

O homem me encarava como um leão observa sua presa, pronto para atacar quando a chance aparecer. Eu já tenho noção disso, uma noção que aprendi desde criança. Por isso, apenas rebatia o olhando no mesmo patamar.

— Dreamy, Dreamy... Dreamy Küster Marshall. — ele balbucia como se desconhecesse meu nome.

Para ele, sou considerado o que chamam de "garoto problema", e os "sintomas" continuaram desde que saí do fundamental. Timothy Callie Becker, também conhecido como o diretor, mas também como meu mais novo padrasto, Tim.

Ele permanecia naquele debate de olhares desafiantes e toques sutis na mesa de madeira de seu escritório, Tim não me chamou aqui para saber do meu dia, e sim de meus últimos comportamentos que manifestei após a minha matrícula nessa nova escola, a sua escola.

— Tim, Tim, Ti...— imito, mas a ideia não sai como planejado, ao invés disso, eu acabo espirrando o seu nome.

O que não é tão improvável de acontecer com um apelido desses, mas o homem compreende de sua maneira... E sua maneira é uma porcaria.

Ele me encarou como se eu tivesse lhe ofendido! E eu nem causei tantos problemas assim. Talvez um pequeno vandalismo atrás do muro do colégio ou ter... Acidentalmente... Entrado numa briga entre alguns alunos da minha futura sala.

Coisas naturais de qualquer adolescente.

Minha mãe não faz a mínima ideia que tenho me enfiado nessas encrencas, na verdade... Ela não liga muito, e mesmo que ligasse não saberia como me ajudar a sair disso. É claro que, como eu mesmo entrei então tinha que sair por conta própria, mas a realidade é bem mais... Complicada.

Timothy até tem tentado me ajudar, mas está... Bem, continua sendo complicado também porque eu não sei qual motivo plausível ele tenha pra me ajudar, ou o porquê de estar tentando ser alguém de confiança pra mim.

Em poucos meses, talvez, minha mãe se canse dele – assim como vários outros – e ele suma de vez... Assim com os outros também. Pra mim já não faz diferença, me acostumei com essas mudanças desde que ela decidiu seguir sua vida.

2# A LEGIÃO IRÁ REAGIR ᵐⁱʳᵃᶜᵘˡᵒᵘˢWhere stories live. Discover now