➾CAPÍTULO 11.3: (Des)Conhecidos

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Fumaça, fogo, tudo está subindo
Você não sabe que eu não estou com medo de derramar um pouco de sangue?
Fumaça, fogo, sinalizadores estão subindo, sinalizadores estão subindo

Oh, não vou acenar minha bandeira branca, não
Desta vez, eu não vou deixar ir
Eu prefiro morrer
Que desistir da luta, desistir da luta.❞

♕ White Flag (Bishop Briggs)

{Contém 4.124 palavras e dois narradores}

124 palavras e dois narradores}

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Xangai, capital da China.

      TUDO É DIFERENTE na China. Um matrimônio, por exemplo, sendo corrompido é visto como uma desonra para todos, ainda mais pelo olhar patriarca que regeu o país. Agora, depois de séculos isso continua sendo revivido, os olhares tortos que se dirigem a minha mãe na rua não escondem isso.

— Vamos, Kendal, não fique os encarando. — pediu ela roçando seus dedos em meu ombro.

À noite, mamãe dirigia calmamente sob o silêncio daquele poste mal iluminado, pares de mariposas pousavam nas paredes de residências vizinhas ou ao redor das lâmpadas numa ilusória sensação de êxtase. Talvez eu devesse seguir seu exemplo.

— Anda muito distraído... Seu pai está metido nisso? — indagou Daiyu Bloodsweet, minha mãe, olhando-me desconfiada enquanto manobrava o veículo.

Embora minha mãe saiba que foi traída e que seu nome foi manchado, ela é teimosa demais e insiste em usar o sobrenome dele mesmo após o divórcio. Particularmente, prefiro o seu nome de solteiro: Yang Daiyu.

— Não.

— Mas deve ter uma parcela, não é? — persistiu me cedendo curtas risadas.

— Talvez.

— Querido... — ela sussurra me tocando pelo rosto com uma de suas mãos livres. — Seu pai escolheu a vida dele, decidiu por si próprio. O que nos resta é seguir em frente, nós três.

— Obrigado mãe, eu já entendi. — respondo me desvencilhando rapidamente, sua mão voltou-se ao volante. — É este o hotel que você viu na internet?

Ela assentiu orgulhosa por ter feito algo produtivo, como se sua vida inteira tivesse sido escrita por alguém alheio de suas decisões. Ela parecia radiante.

— Sim! Não é um máximo? — diz animadamente. — Vou pôr o carro na garagem, enquanto isso pode ir levando as suas malas lá em cima. — sugeriu destrancando as portas.

Assenti abrindo a minha porta e fechando-a obedientemente, peguei as bolsas e uma mala no porta-malas e me encaminhei à recepção em silêncio, a carência de palavras não era algo incomum entre nós dois, mas nunca nos incomodou.

2# A LEGIÃO IRÁ REAGIR ᵐⁱʳᵃᶜᵘˡᵒᵘˢWhere stories live. Discover now