Capitulo 59

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Estou no meu quarto, quase pegando no sono já, ao ouvir a porta abrindo, me sento na minha cama acendendo a luz pelo interruptor que tem do lado da minha cama, vejo o TH terminado de fechar a porta e tomar um susto após eu acender a luz.

Eu: - Precisamos conversar - Sento de perna de índio na cama

TH: - Sobre ? - Pergunta respirando fundo e vindo até a cama.

Eu: - Ontem - Prendo meu cabelo em um coque bagunçado

TH: - Seja mais clara - Ele se senta na ponta da cama sem entender

Eu: - Eu quero que você para de questionar minhas decisões - Solto de uma vez.

TH: - Como é ? - Ele fica com uma cara de quem realmente não está entendendo nada.

Eu: - Você não confia em mim ? - Pergunto direto

TH: - Giovana para de ser doida das ideias vai - Ele se levanta e vai até o banheiro - É óbvio que eu confio em você.

Eu: - Então porque sempre que eu tomo alguma decisão você vem e me questiona ? - Digo indo até o banheiro.

TH: - Precaução talvez ? - Fala tirando sua roupa para tomar banho.

Eu: - Eu já sou bem grandinha TH, sei quando alguma decisão pode afetar minha vida, só quero que você esteja do meu lado e confie quando eu digo que sei o que to fazendo e o que eu faço. Acredite mais em mim - Digo cruzando meus braços e encostando no batente da porta.

TH: Acreditar? Acredito sempre, amo, confio, cuido com todo meu coração, você e a pessoa que eu mais amo no mundo Giovana, deve ser por isso eu que sempre que você tem alguma ideia eu mostro para você o lado mau dela, para que você abra seus olhos - Ele saio do banho e se enrola na toalha - Me desculpa por me preocupar tanto com você, vou tentar me preocupar mesmo, acho que você já é grandinha de mais para se preocupar com si mesmo. - Ele sai e vai de trocar no quarto.

Eu: - Eu não to falando isso, eu sei que você faz de tudo para me ver bem, tanto fisicamente quanto psicologicamente, mas a confiança é a base de qualquer sentimento seja ele: amizade, família, namoro, casamento. Não importa qual for, se houver confiança haverá paz. - Me sento na cama - Então para que nosso relacionamento esteja em paz, abra meus olhos sem questionar minhas atitudes julgando louca.

TH: - Então você não está em paz nesse relacionamento ? - Diz saindo do banheiro após ter ido pendurar a sua toalha.

Eu: - Eu não disse isso - Digo me impondo

TH: - Foi o que eu entendi - Diz em um tom meio debochado.

Eu: - Não sou responsável pelo o que você entende - Digo em um tom de grosseria.

TH: - Aí Giovana, olha as merdas que você está falando, faça me o favor - Ele ia sair do quarto quando seu radinho tocou

Xxx: - Chefe estão invadindo, os tiras estão subindo o morro. - Nesse momento escutamos os fogos

O TH vem até seu radinho e diz que já estava indo, ele pega o mesmo colocando em sua cintura e colocando seu boné na cabeça, ele pega uma arma sua que fica guardada no criado do lado da parte da sua cama.

Eu: - Te encontro lá - Digo correndo para meu closet.

TH: - Nem pensar ... - Ele ia terminar de falar mas eu não deixo.

Eu: - Já participei disso, e o tempo que você vai ficar gastando explicando o porque eu não posso ir, vai ser pior para o morro - Entro no closet de novo - VAI LOGO - Grito para ele lá de dentro.

Escuto a porta do meu quarto bater, pego uma legging preta, uma camisa preta, meu vapor max e saio do recinto. Caminho até meu quarto e começo a me trocar, coloco um colete por baixo da blusa e por fim prendo meu cabelo em um rabo de cavalo.

Corro até o quarto do Diego, que eu vejo o mesmo encolhido na cama com os olhos fechados e se tremendo, me aproximo dele e passo a mão pela suas costas para que ele se acalme um pouco. Ele olha para minha cara e me lança um abraço.

Eu: - Vai ficar tudo bem tá ? - Ele acena com a cabeça - Vem comigo - Afasto dele e estendo minha mão para ele.

Volto para meu quarto com ele abraçado em meu corpo e sem parar de se tremer, entro no meu closet e puxo uma parte das estantes que não era presa na cadeira, puxo uma porta que tem lá trás e revela um cofre de segurança, a tempos tenho ele aqui em casa mas não contei a ninguém.

Pedi para que antes de me mudar o DG fizesse e guardasse como nosso segredo, eu sabia que um dia ele seria útil. Entro com o Diego lá, e caminho com ele até a cama que tinha ali no lugar, onde o coloco deitado.

Eu: - Aqui tem tudo que você precisa - Cubro ele com a coberta - Não tem como você abrir aquela porta, por isso você vai estar seguro, somente eu e o tio DG sabe a senha para abrir por fora, então aqui você estará a salvo.

Diego: - Promete que você e o tio TH vão voltar ? - Ele me olha com uns olhos cheio de lágrimas.

Eu: - Prometo tá ? - Dou um beijo em sua testa demorado e saio dali fechando tudo pelo lado de fora

...

O tiroteio não estava cessando, eu já estava ficando exausta mas não deixava transparecer isso, eu como tinha treinado e sempre tive um boa mira desde que eu voltei dos EUA, mais uma vez não deixei a desejar metendo bala na cabeça de cada um que estava fazendo mal para minha comunidade.

TH: - GIOVANA - Ele grita eu olho para trás

Nesse momento sinto meu corpo impactar com o chão, em minha frente vejo apenas o TH correndo até mim e gritando algo, ele tira sua arma das costas e começa a trocar tiro com alguém. Sinto o braço de alguém envolvendo minha cintura e minha cabeça em forma de proteção.

Em meio as frestas do braço dessa pessoa, consigo ver uma rajada de tiro atingir o peito do TH, meu mundo ali entrou em câmera lenta, a cada bala que atingia seu corpo, minha vista ficava mais monótona e lenta. Meu corpo paralisa e meus olhos se arregalam onde eu não preciso nem piscar para as lágrimas caírem.

Me solto dos braços da pessoa que me segura e corro tentando levantar e tropeçando até o corpo do TH, me aproximo e vejo que seus olhos já estão estáticos, coloco meus dedos em seu pescoço e não sinto nenhum batimento, deito meu corpo em cima do seu e deixo que os litros de lágrimas caiam.

Eu não podia estar passando por isso, nos tínhamos acabado de brigar, eu não pude dizer o quanto eu o amava hoje, ele não pode ouvir hoje minha declaração por ele, o quanto eu queria viver com ele, a gente nem pode se casar, eu queria curtir nosso namoro e recuei quando ele tentou ou não tocar nesse assunto.

As lágrimas não param de cair pelo meu rosto, a tristeza é grande, infinita. A morte levou o meu você para sempre! Amor, como vou conseguir viver sem você ao meu lado? Me fazendo rir, me levanto para os locais, discutindo sobre medicina comigo mesmo sem você não sabe, me fazendo completa ? Descanse em paz, e demore o que demorar, por favor, espere por mim.

Todos os dias irei honrar seu nome. Prometo que vou manter vivo seu legado de bondade e amor, de alegria e brilho no olhar; de fazer o bem a tudo e todos desse morro. Essa é minha missão na Terra: homenagear a pessoa linda que tive o privilégio de me apaixonar e amar com todas as minhas forças.

Se pudesse eu faria tudo igual. Acredite que nada mudaria, mesmo sabendo que este dia ia chegar e que iria chorar de saudade, a nao ser o fato de deixar você sair do nosso quarto sem me ouvir dizer o que sinto por você, sem que fizéssemos as pazes. Amor, o que vivemos é único, ninguém conhece. Juro que vou preservar o que construímos. Juro. Até um dia, meu bem.

...

A Primeira DamaWhere stories live. Discover now