SOB NENHUM FINAL

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–O QUE FAREMOS AGORA? – Katarina pergunta sem tirar os olhos da frase.

–É óbvio. Vamos procurar à saída. – Nícolas responde.

–Vamos sair por aí sem rumo?! – Mariana questiona.

–Tem uma ideia melhor? – Nícolas dá as costas para a tela e começa a olhar ao redor para as probabilidades.

–Eu acho a ideia dele uma boa... – a voz de Davi sai pausada e bem pensada. Ele percebe que a fala passa pela sua garganta cortando-a, a sensação é desconfortável, provavelmente isso aconteceu porque ele gritou demais.

–Então vamos fazer isso. – Katarina finaliza.

A frase na tela desaparece e eles começam a se espalhar pelo chão quadriculado. Nenhum arrisca atravessar alguma porta ou ir longe demais, explorar aquela mansão é algo que assustaria qualquer ser pensante.

–Não vamos conseguir fazer isso. – Katarina volta a puxar um diálogo.

–E se a gente fizer duplas? Parece ser mais seguro. – Davi sugere e todos acenam com a cabeça em concordância, menos Nícolas e Thaís.

Ela ainda não deu nenhum passo. O som de choro não é mais audível, mas ela continua encarando a parede rachada, escura e sem cor. Petrificada.

–Por que deveríamos nos separar? – Nícolas questiona. Seu corpo é extremamente intimidador e a sua voz... –Se uma dupla encontrar à saída, como eu vou saber que irão voltar para avisar os outros?

–Acho que ninguém aqui deixaria alguém para trás, estamos no mesmo barco. – Mariana afronta. –Mas se você preferir, pode ir sozinho. Podemos ir juntas? – Katarina aceita e elas não demoram para subir os degraus da escada à direita.

–Posso ir com você? – José pergunta a Davi e com um breve sorriso de aceitação eles se direcionam para a porta fechada na extremidade do salão.


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A escada as leva para o primeiro andar que é composto apenas por mais um longo corredor, dessa vez cheio de portas em suas paredes retangular. O chão agora é apenas de uma cor, bem semelhante a madeira gasta. Ao longo do corredor pode ser perceptível vários pedaços e estruturas de canos de ferro e tabuas, estofados rasgados e outros objetos destruídos, como também infiltração e mofo nas paredes e teto. Por onde começar? Cada porta recebe uma numeração; para direita o número é crescente e para a esquerda ele é decrescente. No final do corredor outra escada está presente, desta vez ela é em espiral que leva para mais um andar.

Mariana e Katarina começam a andar pelo corredor, as vezes se esquivando dos detritos, outras vezes tropeçando neles. Elas esperam um pouco de coragem dominá-las para conseguir então atravessar uma das portas.

Ao contrário do grande salão no qual acordaram, esse corredor é bem pouco iluminado. As lâmpadas amareladas estão espalhadas por ambas as paredes, são muitas, mas não possuem o brilho suficientemente alto para iluminar tudo.

Manchas de mãos e espirros de tinta negra deixam marcas bizarras pelas paredes. São tantas coisas para processar ao mesmo tempo, mas o que mais chama atenção é uma sombra imensa pintada no teto. O seu formato é peculiar, mas idêntico a de um humano deitado. Da para distinguir seus braços e pernas que são desproporcionais ao corpo, ele carrega garras no lugar de dedos e sua cabeça tem um formato estranhamente animalesco e com chifres enorme, a tinta ainda fresca escorre e pinga no chão.

Apreciados A Ascendência do Traidor [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now