Apreciados A Ascendência do Traidor [CONCLUÍDO]

A VERDADE

ACORDO.

ABRO OS OLHOS desorientado, não lembro de ter pegado no sono. Ela está dormindo nos meus braços, mas não demora muito para começar a se mexer e depois acordar. Um som estridente ao nosso redor forçou nosso despertar, as paredes que surgiu fechando-nos em um quadrado estão descendo e desaparecendo, voltando a se esconder dentro do chão.

Olho para Mariana e ela me encara de volta, sem falar nada se levanta e começa a colocar todas as peças da roupa. Faço o mesmo.

Quando terminamos o muro já desceu por completo. Estamos em um corredor ainda, mas não no primeiro andar e sim no segundo. Descubro isso quando, chegando no final dele, sou engolido pelo saguão com o pilar vermelho no centro cercado por entradas.

Não passa pela minha cabeça a forma que saí da sala de jantar e parei em um corredor qualquer do segundo andar em questão de minutos e sem subir a escada em espiral, isso também deve estar passando pela cabeça de Mariana, mas continuamos sem falar nada.

Diferente de como fomos parar ali, as luzes da mansão estão todas acessas novamente, mas sempre fiel ao seu estilo macabro e mal iluminando.

Corremos de volta para os andares abaixo com as outras pessoas nas nossas mentes e com a grande curiosidade de saber o que acabou de acontecer. Descemos a escada em espiral e terminamos o corredor bagunçando com poucos passos. No salão principal, vemos Katarina em pé com a mão na cabeça posicionada em um dos quadrados pretos.

–Onde você estava? – Mariana corre para abraçá-la. –Fiquei preocupada!

–Eu consegui me esconder na cozinha. – ela olha para mim e depois para a amiga ao meu lado. –E onde você estava?

Mariana me olha de forma dura e eu lhe retribuo um olhar duvidoso, ela iria responder, mas na mesma hora passos descendo as escadas toma a atenção dos três.

É Thaís, ela corre e me abraça, como Mariana tinha feito antes com Katarina. Seu olhar é preocupado e desesperado, mas se alivia assim que termina o contato com meu corpo. Seus olhos brilham ao encontrar os meus e eu fico feliz de ter alguém que tenha esse sentimento por mim aqui dentro. Ela é como uma irmã mais nova e fico feliz em poder abraçá-la mais uma vez.

­–Onde você estava?! Eu morri de preocupação, a gente se perdeu, eu queria te procurar, mas estava com tanto medo, me desculpa... ­– ela carrega um sorriso que eu nunca tinha visto antes. Ela segura a mão de Mariana logo em seguida. –E vocês duas, estão bem, não é?

–Estamos bem, eu e Davi acabamos nos encontrando! Duas paredes subiram do chão, coisa de louco, e fechou a gente, mas no fim estamos bem! – ela me dá um sorriso breve fugindo dos meus olhos e termina os detalhes.

–Como assim? Paredes subindo do chão? Quando não achei Davi decidi descer 

engatinhando e me esconder na cozinha, fiquei o tempo todo lá! – Thaís responde e os olhos de Katarina se arregala.

–O que? – ela quase grita e eu não entendo nada. –Você estava na cozinha? Eu também estava!

–Sério? – um climão paira sobre o grande salão. –Eu não vi você, estava tudo tão escuro, não foi?!

–Estava sim! Mas engraçado, você desceu as escadas sendo que a cozinha é logo ali. – ela aponta para a esquerda onde se encontra a porta.

–O que você quer dizer com isso? – Thaís pergunta e eu encaro Katarina em busca de uma explicação, o que você quis dizer com isso? –Eu estava na cozinha o tempo todo, mas saí alguns minutos antes, achei que estava tudo tranquilo e tentei novamente procurar Davi. – a preocupação dela realmente conforta ele, ele vê seus avós nela.