O COMEÇO DOS JOGOS

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KATARINA, THAÍS E DAVI se encontram no corredor do primeiro andar com Mariana, José e Nícolas – ela ficou encarregada de informá-los.

–Venham, nós marcamos todo o caminho! – Katarina diz seguindo o corredor até a escada em espiral.

No chão, é notado que elas usaram os cilindros luminosos como objeto de localização. Quatro, um à frente do outro, levam eles até o pé da escada em espiral forçando-os a subir.

Os passos são rápidos, a curiosidade é iminente. Saber que talvez consigam sair dali em questão de alguns segundos é reconfortante.

O segundo andar não é algo novo para eles, já passaram por ali milhares de vezes. É uma extensa sala eneagonal com seis portas em algumas das suas arestas. Um pilar grosso e vermelho vinho está posicionado no centro do salão com quatro sofás de couro ao seu redor e abaixo deles um tapete fino, verde, cobre a metade do chão. É possível ver uma lareira velha apagada e sem lenha, alguns balcões com jarros sem flores, cômodas e estantes com alguns porta-retratos em cima. Uma curiosidade sobre eles é que alguns tem fotos, mas os rostos das pessoas são apenas um buraco de cinzas, outros estão vazios, outros mostram paisagens destruída – provavelmente algo fictício – e outros são apenas retângulos queimados e escuros. Outra coisa que chama bastante atenção são as estátuas de gesso milimetricamente posicionadas e que estão coladas no chão, não são movíveis. Enormes quadros com imagens de cervos enfeitam as paredes que não tem portas e olhar para os focinhos deles é assustador. As vezes Davi se questiona se os olhos dos animais o seguem quando ele passa ou se é apenas uma paranoia da sua cabeça. Além de tudo isso, existe três telões que estão desligados e posicionados bem em cima das paredes, quase tocando no teto, não tiveram a chance de vê-los acesos, não sabem se felizmente ou infelizmente.

A sala é iluminada, mas a paleta de cores a torna escura, então fica rapidamente perceptível as brilhantes luzes azuis dos cilindros no chão levando até uma das entradas ao lado da lareira.

Se as meninas estiverem certas elas foram geniais em encontrar a saída, porque depois da entrada um labirinto de portas, corredores e salas é apresentada, todas já exploradas anteriormente pelos moradores. Continuam seguido as luzes que indicam o caminho. Esquerda, direita, direita, esquerda novamente, atravessam portas, finalizam corredores, sobem outras escadas, voltam a virar à esquerda e direita. Cinco minutos depois Nícolas começa a resmungar suas dúvidas sobre a capacidade de Mariana de realmente ter encontrado a saída, porém ela não se deixa ferir.

Oito minutos depois eles chegam em um corredor completamente diferente dos demais, as paredes e o teto são de tijolos desgastados com alguns detalhes em madeira velha e o chão é feito de barro batido. Poeira, teias de aranhas e tochas como forma de iluminação complementa o lugar. Bem no final, uma porta de ferro, diferente de todas as outras, está cravada nas rochas. O símbolo do veado com a máscara de gás volta a ser presente nas nossas vidas, mas dessa vez está marcado bem no meio do portão.

–As tochas estão queimando desde que chegamos na mansão? – Davi pergunta.

–Acho que não, parece que foram acesas recentemente ou as madeiras já estariam engolidas pelo fogo. – Thaís responde com sua voz calma e fina.

–Isso aí, pela primeira vez falou algo que possa nos ajudar! – Nícolas rebate. Davi vê a concordância nos olhos dos outros três e percebe que Thaís se encolhe em si mesma.

–Quer dizer que alguém, sem ser a gente, acendeu elas? – Katarina pergunta. –Tem alguém nos vigiando aqui dentro?

–Isso explica as bananas estarem em ótimo estado quando as achamos! – José completa.

–É claro que estamos sendo vigiados, como acha que paramos aqui?! Como perdemos a memória ou como as frases aparecem na TV?! É óbvio que tem outras pessoas por trás disso. – Nícolas fala.

Apreciados A Ascendência do Traidor [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now