Capítulo 44

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- João, eu... eu resolvi ter essa conversa contigo pois eu tô sentido umas paradas meio estranhas em relação a você - Zé Felipe proferiu, visivelmente envergonhado.

- Que tipo de "paradas"? - Perguntei, sem entender.

- João Guilherme, eu percebi nos últimos dias que... o amor que eu sinto por você, vai muito mais além que um amor de irmãos - Ele disse, me deixando completamente constrangido.

- Uou... do que você está falando? É tipo, desejo que você quer dizer?

- Sim cara, eu me sinto horrível por isso... mas já faz algum tempo que eu sinto atração por você, e agora que eu sei que você curte tudo isso ficou ainda mais forte.

- Cacete Zé Felipe, eu não sei nem o que dizer - Falei e então o meu irmão ficou me fitando com os olhos cheios de lágrimas - Desde quando você se descobriu? Por que nunca me falou nada a respeito disso?

- Eu não me sentia a vontade para sair por ir espalhando sobre a minha sexualidade. Lembra aquela época que eu e o Biel nos afastamos de você?

- Lembro.

- Foi ali que a gente iniciou nossa vida sexual, Biel veio com um lance de comparar o tamanho do nosso pau, em seguida a mão amiga, a chupetinha e   certo dia... começamos um a comer o outro, era tudo novo pra gente tanto que fazíamos aquilo umas três vezes por dia.

- Agora tudo faz sentido, mas... Zé, você entende que nós somos irmãos e que nada vai rolar entre a gente né? Sei lá, talvez incesto seja até algo exitante... Mas eu amo o Thomaz com todas as minhas forças - Eu disse, olhando nos olhos dele.

- Eu me sinto um lixo por ter me apaixonado pelo meu próprio irmão, só que aconteceu e eu não posso mudar isso... então, o melhor é que eu saia da sua vida por um tempo - Zé Felipe proferiu, passando a mão nos olhos para secar as lágrimas.

- Certeza que você prefere isso? A gente sempre se deu tão bem...

- É melhor maninho, pelo menos por um tempo até essa loucura toda sair de vez da minha cabeça - Ele respondeu - Mas, antes de ir... posso te pedir uma coisa?

- Claro que sim... o que você quer? - Respondi com um sorriso amigável e então Zé Felipe posicionou sua mão em meu rosto e começou a acariciar.

- Deixa eu te dar um beijo maninho - Ele sussurrou.

Tudo que estava acontecendo parecia irreal, apenas assenti com a cabeça em sinal de afirmação e o Zé Felipe se aproximou ainda mais de mim. Senti sua respiração bem próxima ao meu rosto, sua mão se posicionou em minha nuca, fechei os olhos e então senti os lábios dele tocar os meus. No início fiquei um pouco travado, porém, resolvi corresponder e me entregar aquele momento. O beijo foi completamente profundo e carregado de sentimentos, quando já íamos perdendo o fôlego o Zé diminuiu a intensidade e terminou tudo aquilo com um selinho.

- Obrigado! - Zé Felipe sussurrou ainda com a testa colada na minha, apenas sorri - Vou arrumar minhas coisas - Ele disse, deu um beijo em minha testa e então saiu dali.

Lucas

Assim que cheguei ao restaurante, fui direto até a sala onde estava o meu pai. Ele não entendia nada dos negócios e apenas ficava lá lendo jornais enquanto esperava as horas passar.

- Se continuar desse jeito, vai levar esse lugar a falência - Falei, entrando no local.

- Você sabe que essa aqui não é a minha praia, quero mais é que esse lugar afunde mesmo pois logo eu tenho que voltar para prefeitura da nossa cidade - Meu pai respondeu.

Um Carnaval Inesquecível - JoMaz Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum