Lie to Me (jjk + kth) - Concluída

L is for Lost

Lost:

perdido

1.cujo estado é irremediável

2.que age em desacordo com a moral

– Taetae, você vai querer me acompanhar no shopping amanhã? Vou comprar um vestido para o jantar do hospital. – sua mãe lhe perguntou, dirigindo-se até ele na cozinha e dando-lhe um abraço de lado. Taehyung cortava alguns tomates e temperos na ilha de granito que ficava no centro da cozinha. 

Anualmente o seu pai promovia um almoço comunitário no hospital. Toda a cidade estava convidada, literalmente. Posteres e anúncios nos telões do metrô anunciavam que no mês de maio o Hospital Saint Lucas promoveria um confraternização com comida e sorteios.

– Desculpe mãe, mas eu tenho um teste daqui dois dias, e realmente preciso revisar. – Taehyung disse, deixando a faca de lado e fitando sua progenitora. 

A Sra. Kim franziu o cenho. Ele estava sempre estudando esses dias. Escaneou o rosto delicado do filho em busca de sinais de cansaço. Quando não encontrou nenhum – Taehyung sequer tinha olheiras – suspirou, vencida.

– Você precisa descansar mais, fazer outras coisas…

Taehyung colocou uma mão reconfortante no braço da mulher, lhe lançando um sorriso agradecido.

– Eu sei, eu vou. O semestre acaba em menos de um mês e vou conseguir fazer outras coisas.

– Eu sei que você vai dar um jeito de fazer atividades extracurriculares nesse período. – a mulher replicou.

O sorriso de Taehyung ampliou-se.

– Provavelmente – brincou – Mas, vou tentar diminuir o ritmo nas férias. Prometo, tá?

Sua mãe lhe lançou um olhar reprovador, mas repleto de carinho e compreensão.

– Ok. Vou tomar um banho. Cuidado com essa faca, tá? 

Taehyung assentiu, dando um selinho na bochecha da mãe. Ela saiu do cômodo e Taehyung voltou para sua tarefa de cortar os temperos. 

Não gostava do recesso da Escola de Medicina. Preferia manter sua mente ocupada, por isso fazia tantas atividades extracurriculares. Sentiu seu rosto esquentar, a expressão 'atividades extracurriculares' lhe remetendo à outra coisa, as palavras de Jungkook surgindo em sua mente. Tentou ignorar os pensamentos que o faziam lembrar do momento em que ele havia acariciando seu queixo e dito todas aquelas coisas… O constrangimento que sentia era grande demais. 

Distraído em seus devaneios, deixou a faca com que cortava escapulir. Sentiu a lâmina atingir seu dedo indicador, fazendo um corte perpendicular. Sibilou de dor.

– Merda. 

Viu o sangue escorrer do corte e cerrou seus dentes. Ele não gostava de sangue, o que era curioso dado a carreira que pretendia seguir. Não chegava a ter uma hematofobia, já que não tinha um medo intenso, mas a visão do líquido vermelho lhe incomodava. 

Pegou um guardanapo para estancar a ferida. O corte não parecia profundo, e provavelmente não precisaria de ir ao hospital dar pontos. Mesmo assim, a mancha de sangue no pedaço de guardanapo era chamativa: não havia sangrado pouco.

O seu pai escolheu aquela exata hora para entrar na cozinha. Seus olhos foram direto para o pedaço de papel.

– Taehyung? – sua voz era alta. Deu passos curtos, alcançando Taehyung rapidamente, o tom assustando o filho.