Capítulo 1

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Lorenzo

Travei meu maxilar sentindo o ódio transcender meu psicológico e dominar meu corpo. Como pode? Como pode?

— Don Lorenzo, não estamos certos que eles sejam mesmo namorados, pode ser só um amigo — olhei para Mariano de forma ameaçadora o fazendo se calar de imediato, o que eu menos quero agora é ouvir a sua voz.

Respirei fundo tentando encontrar o ar que me faltava, eu não conseguia assimilar a ideia de que minha Antonella está namorando outro homem. Mas eu devia ter imaginado que uma hora ou outra isso aconteceria, ela é uma mulher linda, e cheia de virtudes, qualquer homem se apaixonaria, mas só eu tenho esse direito e vou cuidar para que todo aquele que ousar se envolver com ela mora da pior forma possível. Ela é minha.

— Me deixe só — ordenei e no mesmo momento Mariano, meu soldado e motorista, se retirou, depois dessa notícia não conseguiria mais fazer nada, então desliguei o computador na minha frente e me dirigi a uma das prateleiras do outro lado da sala, enchi o copo com uísque e virei tudo de uma vez sentido minha garganta arder.

— Ahh — era disso que eu precisava.

Quando eu me vinguei do Valentini não imaginei que ele tivesse uma filha, e quando tudo aconteceu ela estava naquela casa, por sorte ela não presenciou a morte do seu pai. Quando a coloquei no orfanato sob os melhores cuidados possíveis não era por Valentini ou porque tinha algum interesse, ela era só uma criança. Sou um Mafioso, e não um "sem coração", o pai dela mereceu o destino que teve, mas ela não tinha que pagar pelos erros do pai.

Graças a Deus ela não viu meu rosto, cuidei para que ela fosse levada até ao orfanato das freiras, sabia que lá ela cresceria segura. Cuidei dela, de longe, mas não com segundas intenções, ela tinha apenas 5 anos na época, há 18 anos atrás, eu ainda era jovem mas já estava envolvido com a máfia, meu pai morreu cedo e tive que o suceder.

Sempre cuidei para que Antonella tivesse tudo que precisava, sempre de longe, pedi às freiras que a tratassem bem, eu pagava por isso. Não sinto culpa por matar seu pai, mas me sentiria um monstro em deixar uma criança desamparada.

Quando ela completou 18 anos teve que sair do orfanato, ela recebeu uma pequena parte da herança do seu pai, a outra foi roubada pelos sócios do Valentini.
Hoje ela tem uma vida simples, ela só ia da sua pequena casa à biblioteca, e da biblioteca para casa, até hoje, hoje Luigi, o meu homem de confiança, me diz que Antonella tem um namorado, como pode?! Eu não sei em que momento, mas acabei me apaixonando perdidamente por aquela mulher, e eu a quero só pra mim, na verdade, ela já é minha, só minha.

E agora é hora de aparecer, e de uma vez por todas, assumir o lugar que é meu por direito na sua vida. Antonella será minha mulher, será a Senhora Marchetti.

Ouvi a porta do meu escritório sendo aberta, só poderia ser Graziella, a olhei em reprovação.

— Você realmente não consegue bater na porta antes de entrar? — perguntei e ela me ignorou se jogando no sofá de couro localizado em um dos cantos do meu espaçoso escritório.

— Eu sabia que você não estava fazendo nada! — revirei os olhos e voltei a pegar a garrafa de uísque enchendo o copo que já estava vazio.

— Problemas? — neguei com a cabeça voltando para a minha cadeira.

— Então porque está bebendo? Não deveria estar trabalhando — Graziella consegue realmente ser irritante, parece uma criança, se não fosse minha irmã caçula eu não sei se ela ainda estaria viva.

— E você deveria estar cuidando da sua vida — falei sem olhar para sua cara, estava com problemas demais para aturar minha irmã caçula.

— Ok então — cruzou os braços e permaneceu sentada me deixando irritado, olhei para ela com a intenção de saber o que ela ainda estava fazendo aqui.

— O que você quer? — perguntei impaciente.

— Quero viajar — olhei para ela.

— Não — respondi rígido e ela me olhou com a cara murcha.

— Por favor, estou cansada de ficar aqui, sem nada para fazer — uns cansam por não ter nada para fazer e outros cansam por ter muito a fazer, que irônico.

— Onde você quer ir? — seu olhar brilhou e seus lábios foram preenchidos por um sorriso, ela é a cópia de nossa mamma, pena que ela não a pôde conhecer, o parto foi complicado e mama acabou morrendo.

— França, ou América, da última vez que fomos você não me deixou sair do hotel — reclamou.

— Era uma viajem de trabalho! — nesse momento pensei um pouco mais, e decidi unir o útil ao agradável.

— Vou para Roma, se quiser pode vir comigo — falei sem olhar para ela, pode ouvir seu suspiro.

— Ok, queria sair da Itália, mas prefiro isso do que nada! — pelo menos ela tem a cabeça no lugar.

— Partimos amanhã no final do dia, esteja pronta — ela assentiu.

— Agora vaza — me olhou incrédula e eu retribui o olhar esperando que ela fosse embora, e assim o fez, batendo à porta com força.

Antonella vive em Roma, então é para lá que eu vou, espero que seja por pouco tempo e consiga trazê-la para Veneza, onde eu moro.

Decidi adiantar algum trabalho para o tempo em que estarei fora! Sou o Capo (Líder) da maior organização criminosa do país, Cosa Nostra, não só de uma famiglia! Sou o Capo di tutti capi, ou seja, o chefe de todos os chefes, todos os capos das famiglias da nossa organização estão abaixo de mim.
Porém, ainda não tenho meu rosto conhecido como o de um Mafioso, e espero que assim seja por muito tempo, para todos, sou o Empresário Lorenzo Marchetti, Presidente e CEO do Gruppo Marchetti, a maior empresa de comércio eletrônico no país. Poucos conhecem o Don Lorenzo.

 Poucos conhecem o Don Lorenzo

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Olá gente!

O que acharam? Já tivemos a narração do Lorenzo, o que acharam dele? E o que esperam?

No próximo capítulo teremos Antonella narrando.
Não esqueçam de votar e comentar.
Bjs.

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