Capítulo 9

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Lorenzo

Então ela é o motivo da nossa vinda à Roma? — perguntou Graziella jogada na minha cama.

— Como assim? Eu vim a negócios e conheci Antonella — me olhou desconfiada.

— E por favor, controle sua boca perto dela, ela ainda não sabe da máfia.

— Não é bom começar um relacionamento com mentiras querido irmão — disse debochada.

— E o quê você sabe sobre relacionamentos pirralha? — debochei e ela riu.

Estou muito feliz e nesse momento não quero pensar em nada que me possa estragar a felicidade. Porém, não posso negar que Graziella está certa, uma hora Antonella terá que saber, mas prefiro que seja quando estivermos juntos, firmes e se possível até casados, quando isso não puder nos derrubar, não falo da máfia, isso eu vou contar na hora certa. Mas sobre seu pai, não posso chegar e dizer Oi querida Antonella, eu matei seu pai e te vigio desde quando você era uma criança. Com certeza ela nunca ficaria comigo, mas quando ela me amar, tanto quanto eu a amo, ela poderá me perdoar, não por matar o seu pai, mas por mentir. Porque quanto a seu pai, não me sinto culpado.

O som do meu celular tocando ecoou pelo quarto me fazendo procurá-lo com os olhos, assim que o vi me levantei da cama e fui até o mesmo, suspirei ao ver escrito na tela "Madrinha", caminhei até a varanda deixando minha irmã no meu quarto.

— Boa noite querida Madrinha, como vão as coisas? — perguntei mais simpático que o normal tentando amenizar a situação, porque já sei que o que vem por aí não é coisa boa.

Boa noite Lorenzo, está tudo bem e aí? — Seu tom indicava que a mulher estava se controlando.

— Também estou bem. Tive uns assuntos pessoais para resolver em Roma mas em breve estou de volta.

Lorenzo, você não pode agir como um garotinho, não pode deixar seu lugar e sair assim sem avisar, sei que Luigi é como seu irmão e ele cuida bem de tudo, mas você é o Capo Lorenzo, tem responsabilidades — disparou me fazendo suspirar.

— Eu sei, eu sei disso, mas se eu saí é porque o assunto é mesmo muito importante Madrinha.

Não posso impedi-lo, mas é minha função aconselhar, eu sei que tem mulher nisso, não podia trazê-la pra cá? — suspirou — Não é um momento bom para se ausentar Lorenzo, o negócio com os russos é nossa maior preocupação neste momento e eles precisam de você a frente de tudo para se sentirem confiantes.

Eu sei Madrinha, vou voltar assim que possível.

Tudo bem — ficou em silêncio por algum tempo — e ela? Como se chama? — suspirei tentando pensar no que responder, ela não pode nem desconfiar que é uma Valentini.

— Antonella — fui curto.

Bonito nome. Agora preciso desligar, mande meus cumprimentos para Grazi e voltem logo por favor, se possível tragam Antonella, está na hora de assumir um relacionamento sério Lorenzo, não é mais um jovenzinho!

Sim senhora — brinquei evitando a voz dos militares se dirigindo à seus superiores e a mulher do outro lado da linha riu e desligou.

[...]

Acordei com uma forte dor de cabeça, não queria nem sair da cama mas teve que ser, me higienizei e vesti uma roupa simples, calça jeans escura e camiseta preta, ouvi alguém bater na porta e soltei um curto e devido à dor de cabeça não muito alto "entre".

Obsessão De Um Mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora