Capítulo 12.

1.1K 99 4
                                    

 — O que você está fazendo? — Anna disse, em meio a gargalhadas, ao que Daren a pegara no colo e começava a andar pelo Corredor, todos os olhares voltados para os dois. O casamento seria no dia seguinte e eles, certamente, não tinham muito tempo para fazer o que quer que fosse, a não ser se focar na missão.

— Uma surpresa — Daren respondeu, também sorrindo.

— Não temos tempo para isso, Daren. Coloque-me no chão.

— Na verdade, sempre há tempo para compartilhar as coisas que recém descobri. Então, tenho uma surpresa para você.

— O que é que descobriu? — Anna pediu, o cenho franzido.

— Se eu contar agora, a surpresa acaba. — e ele continuou andando, a garota em seu colo. Anna apoiou a cabeça no ombro dele e permaneceu quieta, até que chegassem no quarto em que estavam “hospedados” no Corredor.

Daren abriu a porta, pôs Anna ao chão e trancou a porta atrás de si.

— Uau, então é supersecreto o que vamos fazer? — Anna instigou.

— Eu só tranquei a porta para ninguém perturbar. Para falar a verdade, não vamos ficar aqui.

— E como é que vamos sair, se você nos trancou aqui?

— Eu vou te mostrar como é que faço o teletransporte.

Anna arregalou os olhos.

— Daren, não! — e bateu um pé no chão. — Você precisa estar descansado. Você só consegue fazer a viagem de ida.

— E eu só farei isso, de novo, amanhã de tarde. O que me dá um bom tempo para eu dormir e repor minhas energias. Então, aprecie o momento e não se preocupe. — e, dito isso, Daren se aproximou da garota, parando em sua frente, o olhar se encontrando no dela. Anna ainda usava o vestido branco e de seda, enquanto Daren usava uma calça bege e uma camiseta de botões da mesma cor.

— Tem certeza? — Anna conseguiu murmurar. — Isso é em menos de vinte e quatro horas.

— Absoluta. Até porque, nós voltaremos andando. Camuflados. A ida é só um luxo que quero te proporcionar.

Anna sorriu, as bochechas corando.

Daren ergueu as mãos, na altura de seu peito, as palmas viradas para a garota.

— Será que pode tocar nas minhas mãos? — ele pediu. Anna obedeceu, tocando a pele fria do garoto. — A viagem ocorre melhor quando há contato — é mais rápida. Se alguém quiser teletransportar outra pessoa, a qual não está tocando, precisa manter um punho fechado e o outro mirado no tal indivíduo. Assim, a mão fechada gerará energia o suficiente — como uma fonte —, que será enviada, pela mão aberta, até a pessoa escolhida, de forma que envolverá as pessoas em questão, deixando-as prontas para o teletransporte.

— E depois que a energia tiver envolvido você e a outra pessoa?

— A mágica acontece — ele explicava, olhando a garota, a voz baixa. — Eu desmaterializo cada parte minha, cada característica de meu corpo, bem como a do outro indivíduo; e, então, canalizo-a pelo tempo-espaço até o lugar que queremos chegar.

— Parece difícil.

— E é. Não é à toa que ficamos tão fracos depois.

— Como você consegue fazer com que as pessoas cheguem inteiras?

— Porque a energia de um eoniano que possui essa habilidade é maior e mais forte do que o outro indivíduo. Ou seja, minhas moléculas envolverão as da outra pessoa, de modo que nada seja perdido durante a viagem.

Íris VioletaOnde histórias criam vida. Descubra agora