Anna estava aninhada ao lado de Daren, o braço do garoto por cima da cintura da garota, enquanto dormiam embaixo do enorme e grosso edredom que havia naquela cabana. Abriu os olhos, lentamente, ao que ouviu o barulho de celular de Daren tocar. O garoto se remexeu para atendê-lo e, grunhindo, ele deu o primeiro “alô” da conversa.
— Daren? É Hector. Nós precisamos de você aqui.
— O que foi que deu? — ele pediu, sua voz sonolenta.
— O presidente quer uma reunião com os eonianos que estiveram na mesma sala que ele, no Corredor. Sage está indo te buscar. Não se atrasem. — e desligou, encerrando, por aquilo, a ligação.
— O que houve? — Anna resmungou, virando-se em direção a Daren, embaixo do cobertor. Ele a puxou, ainda mais, para perto e lhe beijou a testa.
— Era Hector. O presidente quer se encontrar com os eonianos que estiveram com ele no Corredor. Sage está chegando.
— Mas já? — ela disse, a voz rouca. — Queria que nossos dias fossem infinitos aqui.
— Serão, um dia. Nós vamos aproveitar tudo isso. Eu prometo.
E, abrindo os olhos, ela o olhou, vendo seus olhos tão violeta quando a noite passada, ainda mais agora que o Sol entrava pela janela acima da cama e o iluminava. Anna acariciou as madeixas que caiam sobre a testa de Daren, ao que ele fechou os olhos, respirando lentamente. Foi a vez dela de puxar o rosto dele para perto, beijando-lhe a testa, enquanto ele se aninhava no peito da garota, deitando ali, simplesmente.
— Sabe — ele começou —, eu percebi que sua cicatriz sumiu. Isso é um bom sinal.
— Eu não sinto mais dor. — ela falou — Eu sou forte, como você.
— Você sempre foi. — e ele sorriu, gentilmente. — Quero ver o quão forte vai ser para conseguir deixar essa cama.
— Ah, não! Isso não!
E o garoto se levantou, em um pulo, e puxou os cobertores para fora da cama, fazendo a garota se encolher com a breve brisa que a percorreu.
— Sage logo está chegando — Daren repetiu. Foi possível ouvir uma batida à porta.
— Estou entrando e não quero nem saber! — Sage berrou, o som da voz abafado pela madeira.
— Merda! — Anna berrou, puxando suas roupas do chão e correndo para o banheiro. Daren permaneceu em pé, ao lado da cama, usando apenas a calça de moletom da noite passada.
— Imaginei — Sage falou, balançando a cabeça, convencido. — Eu sabia que ia ser aqui que ia acontecer. Quatrocentos anos e nada de ação... ninguém merece, não é?
Daren o socou na barriga, fazendo o amigo recuar.
— Espero que guarde essa força para quando realmente precisarmos — Sage resmungou, enquanto massageava o local em que fora atingido. Daren vasculhava sua mala à procura de uma camiseta.
— Então, o que é que o presidente quer com a gente? — Daren pediu.
— A notícia sobre a evolução dos orths chegou aos ouvidos de Hector, consequentemente, ao presidente também. Ele quer discutir táticas de guerra e de como nos prevenirmos caso o pior ocorra.
— Não seria viável fazê-lo se realmente o pior acontecesse? — Daren questionou, enquanto vestia uma camiseta.
Sage deu de ombros. — Não sei. Só sei que precisamos estar lá. Precisamos do seu sangue, também. Estou quase seco de tanto doá-lo.
— E as pessoas, estão tomando? — Daren questionou.
— Há filas por toda a cidade, cara! Você tem que ver. São raríssimos os casos das pessoas que estão tendo efeitos colaterais, mas as mesmas estão sendo instruídas a irem a determinados locais em que os médicos, contratados pelo presidente, irão observá-las. Assim, não há como ninguém “de fora” saber sobre o que estamos fazendo.
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Íris Violeta
Science FictionAnna é uma garota comum. Faz faculdade, trabalha em um lugar sensacional e, como todo ser humano, tem um sonho: ser uma escritora famosa. O único problema é que ela não consegue encontrar uma ideia genial em lugar algum para seu tão sonhado best-sel...