OS GIRASSÓIS DA JANELA AO LADO

45

EMMA TORRE

Hoje seria uma manhã de sábado completamente normal se não fosse pelo fato de que estou completando dezoito anos, sim...dezoito, socorro. Não dormir muito bem, mas não sinto nem um pouco de sono, talvez a ansiedade tenha tomado conta de mim e a curiosidade foi amiga dela para me fazer querer saber o que iria acontecer no dia de hoje.

Como não dormir direito acordei cedo e não percebi nada de muito anormal na casa, esperava meu pai entrando no meu quarto gritando ou chorando dizendo: "Minha menina, ela cresceu tão rápido, Amália me segura", eu esperava esse tipo de coisa do meu pai, mas não teve nada, talvez fosse cedo demais.

Eu iria depois do almoço na casa de Lucca ajudar ele com o que tinha me pedido, ele tinha me perseguido durante os dias que antecederam meu aniversário, Matteo não tinha me mandado nenhuma mensagem ainda, talvez estivesse dormindo, pulei da cama e fui direto para o banheiro.

Desci a escada e avistei meu nonno na cozinha mexendo nos armários, mas reparei muito na mesa bem arrumada que e em um cupcake que tinha uma vela em cima, que lindo.

- Bom dia. - falei com ele esperando ser respondida.

- Bom dia minha florzinha. - se virou e abriu um sorriso largo para mim.

- Acordou inspirado. - falei me referindo a mesa.

- Hoje é um dia especial. - falou, eu sou emotiva demais. - a minha netinha está completando mais um ano de vida. - chegou perto de mim e pegou minhas mãos. - você é linda, tanto por dentro quanto por fora, eu sou muito abençoado por ter você como minha neta, eu amo você minha linda. - é lógico que eu já estava entregue as lágrimas, ele me abraçou.

- Eu amo o senhor, obrigada. - abracei ele com a maior ternura possível.

- Tome seu café agora, aniversariante. - sorriu se sentando, me sentei.

Apaguei a pequena vela e tomei meu café, nesse tempo que estava na cozinha não vi um sinal do meu ou da minha mãe, estranho, a desconfiança de que eles estão aprontando algo começou a surgir em mim.

- Nonno... - antes de terninar escutei as vozes dos bonitos, pareciam agitados.

- Oi querida. - minha mãe falou assim que entrou na cozinha. - feliz aniversário minha linda, não queria que você crescesse tão rápido assim, te amo. - deu um beijo no topo da minha cabeça.

- Obrigada mãe, te amo. - minha mãe era mais controlada que meu pai, ela não chorou mas estava emotiva e eu também.

- Eu não sou invisível. - meu nonno reclamou e minha mãe riu.

- Bom dia ilustre Enrico. - minha mãe falou e ele sorriu.

- Onde está a minha pequena ? - meu  pai falou na porta da cozinha. - levanta, eu quero lhe abraçar. - achei graça, levantei e fui até ele.

- Aqui estou eu. - falei rindo.

- Feliz aniversário minha pequena. - falou enquanto me agarrou e me apertou. - eu não vou chorar, ok ? - falou com os olhos marejados.