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EMMA TORRE





Dezoitei, eu achei que quando fizesse dezoito anos eu iria ganhar uma fada madrinha ou até mesmo descobrir que eu era princesa de um país muito longe que quase não aparece no mapa, uma doideira, eu sei.

Os meses vivendo aqui me fizeram bem, a Emma clichê que vive em mim grita só por lembrar de tudo que já aconteceu no decorrer desse tempo, é tão simples e engraçado que se encaixa perfeitamente em um roteiro de filmes.

Eu não canso de lembrar da minha surpresa de aniversário, foi tudo tão lindo e perfeito, ver que eles trabalharam tanto para me deixar feliz é tudo para mim.

[...]

Passei a manhã organizando algumas atividades e trabalhos do colégio, isso me deixa cansada, eu não pensava que os professores eram capazes de passar tanta atividade, triste.

Assim que terminei senti que um peso tinha saído das minhas costas, eu queria deitar na cama e dormir, mas isso não seria nada produtivo ou seria, depende da concepção de cada um.

- Emma ? - meu nonno me chamou na minha porta.

- Sim nonno. - falei olhando pra ele que sorriu.

- Nonno. - falou sorrindo bobo.

- É bom chamar o senhor assim. - falei sorrindo.

- É bom te escutar me chamando assim. - ele era fofo demais. - seu pai ingrato e sua mãe ingrata também, me deixaram e foram comprar temperos. - a relação deles três era ótima.

- O senhor se sentiu sozinho ? - perguntei rindo.

- Sim... - falou sem graça.

- Fica aqui, quer eu eu leia para o senhor ? - perguntei.

- Faria isso ? - ele perguntou com os olhos apertadinhos.

- Claro, senta aqui. - chamei pra sentar comigo na cama.

Fiquei lendo e relendo poemas com ele, o mesmo me contou que escrevia cartas para minha nonna na adolescência eu achei a coisa mais linda, me contou que quando não podiam se ver ambos ficavam tristes.

Ele fala da minha nonna com tanto amor e carinho, ela se foi mas ele segue deixando sua memória viva e isso é o mais lindo, se as pessoas hoje em dia tivessem a essência deles o mundo estaria feito.

- Como o senhor começava as cartas ? - perguntei curiosa.

- Inesquecível Sandra. - ele falou todo bobo.

- Que lindo. - falei encantada com a delicadeza de suas palavras.

- Agora esse velho aqui vai ligar a televisão para ver as notícias. - falou se levantando. - eu adorei passar um tempo com você minha linda. - me deu um beijo na testa e saíu do quarto.

Não demorou muito escutei meu celular tocar, quando peguei o mesmo vi que era Matteo me ligando, mas não era a hora de dormir e ele só ligava para me dar boa noite ou quando era algo muito importante, fora isso nós trocávamos mais mensagens.

OS GIRASSÓIS DA JANELA AO LADOWhere stories live. Discover now