Capítulo 17- Uma reviravolta de sentimentos

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Capítulo 17- Uma reviravolta de sentimentos

- Eu perguntei o que faz aqui e exijo que responda agora.

Harry deu um passo para trás ao ver o homem avançar. Jamais estivera frente a frente com Snape vestido e encarnado em seu comensal, jamais imaginou que desejaria encarar a morte do que encarar aquela máscara marcada e suja de respingo de sangue igual a capa negra e pesada que revestia o corpo tenso do comensal.

- Eu queria comer doce. – Respondeu Harry achando melhor não mentir, afinal, Snape poderia muito bem ler em sua mente se era verdade.

- Você queria comer doce? – Perguntou Snape com total descrença. – Além de um acéfalo, você é completamente imprudente, Harry Potter. Tem alguma noção, consegue ao menos imaginar o perigo em que se colocou?

- Eu usei a capa e o mapa.

- Uma capa e um mapa não bastam para a sua segurança, o que fará uma capa contra um grupo inteiro de comensais?

- Comensais em Hogsmead? Pensei que eles não viessem para cá.

- Comensais andam por todos os lugares, não existem regras que os segurem caso desejem passar. Não há humano que fique vivo se o comensal não quiser. – Recitou Snape quase encostando a máscara no rosto de Harry. – Você não sabe o que um comensal é capaz de fazer. Imagino o que poderia acontecer com você, o santo Potter, se um dos comensais o encontrasse como eu encontrei, sentado no chão, vulnerável comendo doce, tão deliciosamente indefeso.

- Eles não podem me tocar, teriam que me levar direto para Vol...

- Não cite esse nome. – Sussurrou Snape tapando a boca de Harry com sua mão e o olhando com mais raiva ainda por trás da máscara. – Você é o maior tesouro do Lord, ele o quer por inteiro, mas comensais também adoram quebrar regras e muitos dos que estão percorrendo as casas no final da rua iriam à loucura se pudessem tocar em seu lindo rostinho ou foder seu corpo sem misericórdia de seus gritos.

Harry arregalou os olhos e tremeu violentamente com o pensamento. Automaticamente levou a mão até a barriga e a apertou como se pudesse sentir o pequeno ser que ali crescia e pudesse lhe dizer que tudo ficaria bem no final.

- Sim, seu precioso bebê. Você não gosta tanto de dizer que é nossa filha? Você não pensou nela. Tem sorte de eu colocar um rastreador em você e saber primeiro que estava aqui, antes que te achassem e o levassem. Se o Lord tiver acesso a essa criança ele vai prendê-lo em um calabouço com feitiços postos por ele mesmo que nem Dumbledore conseguiria desfazer, usaria seu corpo, o sucumbiria ao nojo e imundice do cárcere e no fim talvez pudesse matá-lo junto com ela ou criá-la como dele.

- NÃO! – Gritou Harry jogando-se para frente e abraçando Snape com força. – Ele não pode tocar nela, nunca. Por favor, prefiro morrer a deixar que ele toque nela.

- Então pare de agir como uma criança idiota e aja como o futuro pai da única esperança do mundo. Deixe de ser um inútil...

Um movimento na rua fez Snape parar de falar e virar-se para a porta olhando através do vidro. Pelas cortinas da porta era possível ver a sombra de alguém do outro lado da rua. Harry engoliu em seco quando a figura começou a andar em direção a loja.

- Cubra-se. – Sussurrou Snape soltando Harry e indo até a porta.

- Sev? – Chamou uma voz fina. – É você que está aqui?

Harry arregalou os olhos ao ver a comensal entrar na loja trajando uma veste decotada e uma máscara horrível cobrindo-lhe o rosto envolto em cabelos cheios e desalinhados. Não precisava que ela tirasse a máscara para saber que ali estava Belatriz Lestrange olhando para Snape.

A Lenda (Snarry)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora