Capítulo 50 - guerreira e princesa

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Capítulo 50 – guerreira e princesa

Acordar, eu queria acordar, ver a cortina branca que envolvia minha cama, sentir a brisa gelada que vinha dos encantamentos em meu quarto. Mais ainda, eu queria ver meus pais, sentir seus abraços, seus carinhos. Queria tanto os sorrisos de papai Harry antes de seus calorosos abraços e também os delicados e singelos gestos de carinho de papai Severus. Eu queria, queria muito, mas não podia, eu só podia correr o mais rápido que minhas pernas poderiam aguentar apenas para me forçar a correr mais. Eu tinha que fugir dela.

Eu não vi seu rosto, só senti sua escuridão e ouvi sua risada grotesca. Ela não disse meu nome, mas a sombra me perseguia, queria me sugar, me levar embora. Ela chegou mais perto e pude sentir suas garras se fechando em meu braço me fazendo correr mais. Eu estava exausta, com medo e desespero, nem mesmo sabia onde estava, mas havia árvores e raízes que prendiam em meu pé me fazendo cair. Ouvi um sussurro e jurei que era meu nome que ela falava. Com desespero me vi chegar a encosta de um penhasco onde não havia nada depois.

- Você não vai escapar.

Assim que ouvi sua voz olhei para trás e me arrependi. Ela era tão linda, um rosto perfeito que me intimava a ir até ela e lhe estender a mão, mas eu não podia fazer isso, pois quando olhei dentro de seus olhos azuis me recordei de que o perigo era ela. As sombras estavam quase me tocando e não havia nada entre os lindos olhos azuis e o nada. Ela chamou meu nome novamente e então fiz a maior loucura da minha vida. Eu pulei.

Quando acordei percebi que não estava naquele lugar estranho com aquela pessoa me seguindo e nem caindo de um penhasco, eu estava na minha cama, embaixo dos meus cobertores tentando controlar a respiração devido o susto do pesadelo, nem mesmo sei como não gritei. Respirei fundo novamente e me levantei afastando a cortina da cama. Meu quarto estava quente e escuro. Olhei para a janela e vi que a água do lago negro estava realmente muito escura, ainda devia ser noite. Não sei exatamente o que estava acontecendo comigo, mas algo dentro de mim estava completamente mexido após aquele sonho e principalmente após a chegada dela. Não sei como, mas eu soube quem ela era e agora que a verdade do que sou estava realmente ao meu lado eu via tudo com outros olhos.

Caminhei até a porta do meu quarto que foi deixada entreaberta para que uma réstia de luz entrasse iluminando o ambiente já que eu não gostava de dormir totalmente no escuro. Quando cheguei ao batente estendi minha mão para a maçaneta prestes a abri-la, mas no último instante parei, meus pais estavam na sala e sussurravam sobre algo que eu não deveria saber. Rapidamente voltei na ponta dos pés e peguei as orelhas extensíveis que tio George me deu. Joguei uma das orelhas para fora do quarto e coloquei a outra na minha própria orelha para abafar o som do que escutaria.

- E agora Severus?

- E agora o que?

- O que faremos? Ela é apenas uma menina.

- Sabe que não podemos fazer nada, ela está destinada a isso.

- Mas tem apenas quatorze anos. É uma criança, uma menina, nossa menina. Deve haver alguma coisa que possamos fazer. Sei lá, talvez atrasá-la um pouco.

- Você está me lembrando o velho Potter. Lesado.

- Não fale assim comigo.

- E como quer que eu fale? Você fica aí falando que deve haver algo que se pode fazer, algo que a ajude a sobreviver mais tempo. Acorde Harry, isso não é uma brincadeira que você começa quando bem entender. É uma guerra de eras.

- E você quer jogar nossa filha bem no meio dela. Como se fosse um pedaço de carne que os leões adorariam devorar.

As vozes deles ficavam cada vez mais alta, ambos gritavam e nem mesmo conseguia ouvi-los direito, mas ainda assim conseguir algumas coisas interessantes.

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