Capítulo 36 - O casebre em chamas

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Capítulo 36 – O casebre em chamas

Snape franziu a testa e olhou firmemente para a mulher ainda mantendo sua varinha apontada diretamente para o coração dela. Ela, no entanto, não aparentava preocupação com essa ameaça, mesmo estando completamente desarmada, apenas balançou seus cabelos e piscou batendo os cílios grandes um nos outros e sorriu abertamente mostrando dentes brancos e bonitos.

- Como sou mal educada. – Disse a mulher abrindo mais a porta. – Por favor, entre. – Snape permaneceu onde estava, ainda parado, ainda a observando e gravando em sua mente cada detalhe que talvez lhe fosse importante posteriormente. – Ora essa, se eu quisesse lhe fazer algum mal já teria feito antes mesmo de você entrar nesse prédio, então vamos deixar de besteira e começar a ser civilizados. Que tal? Eu vou tentar de novo. Por favor, entre.

Alexandra abriu a porta e entrou caminhando por uma sala ampla, Snape apertou os dedos na varinha e deu um passo a frente, automaticamente seus ombros tencionaram e sua pupila se dilatou, seu rosto endureceu e sua magia era sentida na ponta dos dedos das mãos. Era como os dias em que saia em missão por Dumbledore ou Voldemort, sempre correndo risco, sempre perto demais da morte que era capaz de senti-la fungar em seu pescoço. Ele a sentia, estava ao seu lado e naqueles momentos era preciso ser mais do que meticuloso, era necessário estar preparado para qualquer eventualidade, qualquer sinal de movimento, um cheiro diferente, um olhar entregador. Tudo deveria ser percebido pelo homem, processado e analisado rapidamente pelo seu cérebro.

A porta se fechou sozinha atrás de si, mas Snape não olhou para trás, sabia que não havia ninguém ali, era treinado para saber rapidamente onde estavam as pessoas escondidas e tinha completa consciência de que estava sozinho com a bela mulher que se sentava na poltrona confortável de sua sala. Era ela o perigo, era com ela que devia tomar cuidado.

- Sente-se.

- Acho que não.

- Sabe, para uma pessoa que exerce a função de professor, você não é muito educado. – Disse a mulher cruzando as pernas.

- Não costumo ser educado com inimigos.

- Mas eu não sou sua inimiga, Severus.

- Como sabe meu nome?

- Eu sei muito mais do que isso, posso te contar, mas só se você se sentar como um cavalheiro e me dar a devida atenção, pois não temos tanto tempo assim, logo ele voltará e se o encontrar acredito que ficará muito bravo.

- Quem voltará? O Lord?

- Bem que ele disse que o chamam de Lord, eu não acreditei, mas parece que é verdade. Bom, como eu disse, não temos muito tempo. Abaixe sua varinha e sente-se.

Snape cerrou os lábios com força enquanto pensava no que deveria fazer. Estava diante da descendente das Trevas, amante do Lord e mãe da guerreira das sombras. Sua mão ardia e seus dedos formigavam, todos os nervos lhe diziam que deveria continuar alerta, mas que deveria seguir a mulher, fazer o que ela estava lhe dizendo. Por isso abaixou a varinha, mas não a guardou. Devagar caminhou pela sala e se sentou na outra poltrona, era confortável e quente. Havia uma janela que estava aberta e por ela entrava uma brisa fria que era gostosa ao se misturar com o ar morno do local. Um lustre no alto continha lâmpadas acesas que deixava a mulher em maior evidência deixando-a mais bonita e encantadora o que ia completamente ao contrário do que havia lido na lenda. As Trevas era feia, horrível aos olhos dos homens mesmo com seu charme que os encantava, já Alexandra era tão bela que Snape não cansava de olhá-la.

- Não acredito que pensou isso. – Disse Alexandra antes de soltar uma gostosa gargalhada. – Todos pensam isso.

- Então você lê pensamentos.

A Lenda (Snarry)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora