Capítulo 21 - E quando te acho, te perco

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Capítulo 21 – E quando te acho, te perco

Quando abriu os olhos devagar sentindo-se ainda sonolento e cansado, Harry bufou ao perceber onde estava. Mais uma vez estava deitado na maca da ala hospitalar onde já estivera diversas vezes sempre se recuperando de algo. Sorriu de leve lembrando-se de cada momento em que estivera ali, suas aventuras com os amigos. Suspirou olhando para o lado e vendo o vaso de flores que provavelmente Hermione colocara ali. Mas por quê? Qual fora o motivo que o levara a estar mais uma vez naquela cama desconfortável? Franziu a testa tentando lembrar e demorou alguns minutos para se recordar do quadribol. O jogo! Será que ganharam ou perderam? Não saberia até que saísse daquele quarto. E deveria sair logo, sinceramente estava se sentindo muito bem.

Mas Madame Pomfrey não o deixaria ir assim, primeiro faria uma bateria de exames para saber se estava tudo certo mesmo ou se estava apenas mentindo para ela. Caiu com a cabeça novamente no travesseiro lembrando-se do exato momento em que o balaço errante batera justamente em suas costelas, colocando a vida de sua filha em risco. Por sorte ela não sofrera danos e estava tudo bem, graças a... Severus. Severus que o olhou assustado e temeroso ao perceber o que aconteceria enquanto voava em direção ao pomo. Severus que o carregou com pressa e desespero até a ala hospitalar, que ficou ao seu lado dando lhe apoio e prometendo que tudo ficaria bem, que o chamou de marido mais uma vez e que nesse momento estava dormindo pesadamente com a cabeça apoiada no começo de sua barriga e a mão espalmada por cima dela.

Os olhos de Harry se encheram de lágrimas ao esticar a mão e a colocar em cima da dele entrelaçando seus dedos devagar com medo de acordar o homem, mas Snape parecia estar muito cansado e provavelmente não acordaria assim tão facilmente. Por isso aproveitou a chance de observá-lo em um momento em que não podia usufruir de seu auto-controle. Um sorriso bobo esticou-se pelo rosto de Harry vendo a boca de Snape levemente aberta deixando cair em sua pele um filete de baba, sua respiração estava calma e lenta, seus olhos faziam leves movimentos evidenciando o sonho que estava tendo. Provavelmente Snape jogara um feitiço em si mesmo para diminuir o peso de seu corpo, pois mal conseguia senti-lo ali. Levou a outra mão até o cabelo negro e o acariciou devagar sentindo a textura, era gostoso, poderia ficar assim durante muito tempo, só deitado com Snape abraçado ao seu corpo e sua mão nos cabelos dele. Seria perfeito.

Não. Será perfeito.

Seu futuro era incerto, sabia disso, mas sabia também que estaria tudo bem, pois estaria com Snape e sua filha. Dentro de alguns meses a menina nasceria trazendo a esperança para todos e Snape sempre a protegeria, estaria sempre ao seu lado, acompanhando cada passo dela, ouviria sua primeira palavra e diria com seu jeito convencido e arrogante de que aquilo fora para ele. Se encheria de orgulho ao vê-la dar seus primeiros passos e sorriria quando ela pedisse seu colo. Claro que a parte da educação, as broncas e disciplina seriam cargas que somente aquele homem carregaria permitindo que a criança tivesse uma educação exemplar como uma verdadeira dama, ou melhor, princesa. Uma verdadeira princesa da vida.

- Sim. – Sussurrou sorrindo e acariciando sua barriga com o dedo. – Você será uma perfeita princesa.

- A mais bonita. – Disse baixinho a voz de Snape, fazendo Harry se surpreender com a frase.

Snape apertou de leve seus dedos e acariciou sua barriga antes de muito lentamente aproximar o rosto e depositar um beijo delicado. Harry postou a mão na boca e fechou os olhos com força enquanto sentia que seu coração começava a explodir dentro de seu peito. De repente, sem nenhum aviso, sua mão foi retirada de sua boca que foi rapidamente tomada por lábios frios e urgentes. Suas lágrimas derramavam-se em seu rosto e misturavam-se em suas bocas deixando-as salgadas e não menos desesperadas. Harry apertava suas mãos nos braços de Snape enquanto sentia as mãos grandes perderem-se em seus cabelos emaranhados levando seu rosto de encontro ao seu, prendendo-o em seus lábios. Lábios que desceram por sua mandíbula e atacaram seu pescoço causando-lhe um arrepio intenso.

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