{Cap.4} A base de um desenredo.

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Nael olhava para as expressões esquisitas que Jasper fazia através do vidro enquanto recebia um abraço caloroso de seu colega Fernand. Ele o havia introduzido na empresa e agora o observava crescer dentro dela. "Hylla havia sido passada de lado pelo grande Nael!", bom, era isso que a boca de Fernand dizia com grande entusiasmo. A ex-gerente assistia tudo de longe, em suas mãos a caixa pesada guardando papéis e algumas medalhas de suas vitórias como gerente. Em volta como 360° um sequaz de olhos em cima dela, seu rosto carregava um misto inquietante, uma tentativa perceptível de não descair o semblante. 

— Serviu bem, Hylla. — Patrick, o supervisor de vendas, a disse. 

Ele apoiou sua mão no ombro da mesma e em seguida pegou a caixa, Hylla intentou que se tornaria leve depois de um tempo. Eles eram amigos, talvez o único amigo dela da loja, mas Patrick não ficava muito tempo nos arejados do estabelecimento. Ela ostentava a reputação de competidora feroz, daquelas que lutam até o fim para conquistar a taça. Apesar das conversas nos corredores, Hylla sempre sonhou em se tornar uma gerente que fosse mais líder do que mandona. Contudo, aquele era um povo nada amistoso, e aquela situação lhe eram carnificina. 

Nael observou a cena de longe e mesmo que quisesse internamente comemorar pelo dinheiro a mais, sentia-se envergonhado. Pensara se sua ambição tinha algo a ver com essa consequência. 

— Fará bom proveito do cargo, Nael, sempre acreditei que a passaria. — Jasper disse e lhe ofereceu uma piscadela. 

— Fale baixo ela não está a cinco quarteirões de distância de nós. Parabéns Nael. 

Minner falou e saiu cabisbaixa em direção a entrada da loja, na parte de trás estava um amontoado de funcionários felicitando Nael e naturalmente aborrecendo Hylla que os ouvia já que dividiam o mesmo ambiente. 

— Estranho Minner não querer ficar aqui entre nós, ela que gosta de uma fofoca. — com o canto do olho Jasper observou o caminho feito pela colega. 

— Nael? Precisamos conversar. Preciso te entregar alguns documentos e repassar as últimas atualizações da empresa para que dê prosseguimento e vá bem. — Hylla se aproximou dos três homens agora covardes. 

Ela tinha os olhos fundos e parecia fadigada de algo. Os três tinham medo de encara-la e uma estranha vontade de fazer isto. Apesar de estarem a olhar para o chão. E se ela ficasse irada no instante em que encontrássemos seus olhos? Era o tipo de pensamento que os rondava. 

— Sim, certo. — sua resposta saiu tão baixo quanto um sussurro. 

Assim ela seguiu em frente e todo robotizado ele foi atrás. Os olhares lançados eram o acompanhamento de uma restituição de cargos, passamento de coroa e rendição de uma das partes. Os funcionários costumavam ponderar a ideia de cargo num nível extremo. 

Os dois caminhavam para a sala onde estava o diretor da empresa, o coração deles ardia, lado a lado, indo na mesma direção para encontrar finais diferentes. 

I

Saindo da não confraternização, ela com os olhos marejados buscou ar, ar longe daquele lugar. Nael a seguiu com as vistas, de forma apressada se foi até o final do corredor. O desconforto fazia parte do oxigênio, se misturavam de um jeito que não se podia ter os dois por vezes. Os homens de terno saíram logo depois, encontraram parado a frente o rapaz, não vestido como eles, mas sim com roupas que lembravam a moda dos homens alemãs. Uma blusa branca com as mangas dobradas e calça com suspensório. Podiam rir internamente de seu aspecto engraçado embora a moda já estivesse em outros pontos. Gostava daquele estilo e o tinha em tantas peças iguais, de modelos razoavelmente diferentes, que até se podia compará-lo a aqueles personagens de desenho, marca registrada e uma únicaroupa. 

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