{Cap.5} De repente.

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— Então você é um rapaz cheio de bondade, poucos jovens fariam isso. Na verdade, a geração de hoje não vê muito como normal o acolhimento de outros em sua casa, antigamente isso era mais bem visto, amar o próximo como a si mesmo ainda deveria ser um atributo super importante. 

Estava faminto demais para raciocinar, Adaliz falava demais, suas palavras preenchiam minha mente e logo eram expelidas pelos ouvidos. A Desconhecida parecia não se importar com tantas palavras, seu semblante estava alegre, aquela senhora poderia a estar lembrando alguém? 

— Não é, Nael? — Adaliz e a Desconhecida me encaravam. 

— O que? 

— Eu estava dizendo que a vida não continua fácil para ninguém. Ouça! Minha filha, ela está grávida e com isso se aproveitaram a enxotando da empresa da qual gastou tanto esforço e neurônios. Não os posso contar jovem Nael! São muitos neurônios, minha garotinha é cheia de ideias. 

Com isto acho que devo começar a me queixar se essa não poderia ser uma perambula e eu estaria perdendo o meu tempo. Suas roupas eram assustadoramente em tons de azul claro, as unhas eram bem cortadas e limpas, não moraria na rua, concluí. Seu cabelo era loiro bem claro e tinha fios brancos desalinhados, pareciam ondulados e estavam meio presos por uma presilha que um dia foi preta, pois estava toda enferrujada. Ainda não podia a compreender por completo, só percebia que sua boca se remexia. Voltei os olhos para Bárbara, tentaria por agora ter um esforço em chamá-la assim, de forma identificável. 

— Se o tenho em minhas mãos ele será um homem frito! 

— Quem senhora Adaliz?

— O rapaz que roubou o lugar de minha filha, ora não está me escutando? 

Estaria o mundo agitado para tantas coincidências? Ri ligeiro, eu me meteria em quantas encrencas por uma pessoa que não conheço? Se fosse realmente a mãe de Hylla seu ódio por mim a levaria a me entregar a sua filha que em seguida poderia construir uma bela caveira minha para aqueles homens de terno. Eu perderia meu emprego e provavelmente teria de voltar para Seul e implorar de volta meu trabalho de turismo a Bong-Cha, o que com certeza seria tarefa difícil. O havia largado assim que terminei a faculdade, justo quando ele queria crescer sua empresa e sempre me dissera que eu era seu garoto de ouro. 

 Deveria ser agradecido a ele por me acolher tão bem quando não havia ninguém por mim, mas minha pretensão foi larga-lo por meu próprio senso de direção. "As coisas devem ser conquistadas sozinhas", esta sempre foi minha frase do certo. No entanto o presente está arruinando toda minha construção de futuro, se paro e penso muito não vejo qualquer estratégia ou linha reta da qual tenha me mantido em direção a uma felicidade tão fadada. Sempre me constitui senhor de mim mesmo, mas não me entendo por completo agora, o Nael que sei e que conheço já deveria ter pulado fora deste barco hámuito tempo. 

Agora me pergunto se tudo o que fiz até aqui não foi uma ilusão. Não-não, tenho que reconsiderar e organizar tudo isto, é certamente uma fase, Adaliz tem que ser a resposta para a minha saída dessa obrigação, para a volta da vida que considero, sem Desconhecida.

— Mãe, por que a senhora me mandou mensagem dizendo que podia ser sequestrada e está almoçando nesse restaurante? 

— Eu encontrei esse... agora que considero, esse bom bom rapaz. Te mandei a localização, foi você que me ensinou! Ele me era suspeito porque ninguém se oferece para pagar pela comida dos outros. Sente-se minha filha e coma conosco, o moço vai pagar, ele é muito gentil sabia? 

— Nael? 

— Hylla? 

— Oh! Já se conhecem?

I

— Me desculpe por minha mãe o encher de afirmações. É verdade, só estou saindo da empresa porque estou grávida. —Hylla estava acomodada na mesa conosco. 

— Embora isto não seja um motivo coerente. — Adaliz replicou com a boca cheia de comida. 

— Pare de colocar tempero nessa comida! Olha aqui Nael, o que quero te levar a entender é que eu sou muito bem qualificada para o cargo em que estava e minha demissão não foi um deslize meu. 

— Entendo, mas é que... 

— E essa sua história teve um começo totalmente errado! Sabe que há vários projetos que envolvem pessoas desaparecidas, podia ter acionado a polícia, tem muitas outras alternativas além de abrigar alguém que não conhece na sua casa.

 Houve um grande silêncio, ouvi Adaliz batendo a colher no prato e sorrindo satisfeita assim que nos voltamos para ela.

— Serei sua confidente Nael, apesar de você poder ser considerado um homem frito. Vou ter que passar muito tempo nessa cidade e sinto saudades de ensinar.

 — O que está dizendo, mãe? Vai cuidar de qual criança se seu neto nem bem veio ao mundo? —Os olhos de Hylla pararam na Desconhecida que mexia na gola da camisa que vestia.

— Vai me dizer que? 

— Não diga essa palavra! Ela só vai precisar de ajuda para aprender tudo que já soube uma vez e com isso a mesma nos dirá de onde veio. O melhor que podemos fazer é ajudá-la a se lembrar quem é. Caso resolvido crianças! 

Havia me esquecido, de onde a Desconhecida veio? Quem ela realmente era ou foi. Era um desleixo da minha parte, ainda assim estava curioso sobre sua história, pois haveria uma certamente. 

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