HOPE [Rabia]

Intimidade

<Música do Capítulo - "for him - Troye Sivan">

Capítulo 6 - "Intimidade"

— BIANCA! A gente tem meia hora pra chegar no aeroporto. — Rafaella disse extremamente preocupada enquanto recolhia os perfumes e maquiagens que estavam na bancada.

— Vou tomar banho. — sentou na cama ainda com muito sono.

— Não dá tempo, já coloquei suas coisas que estavam espalhadas na minha bolsa. Pega as malas e vamos!

— Que nojo ter que encarar oito horas de voo sem ter tomado banho... — ressaltou enquanto vestia uma roupa para acompanhar Rafaella que já estava na porta para sair.

— A gente compra lenço umedecido se der tempo, são vinte minutos daqui pra lá, não dá pra arriscar.

As duas literalmente correram e chegaram faltando dois minutos pro embarque. Sentaram-se nas poltronas após quase todos os passageiros do avião as olharem com espanto, pois elas estavam ofegantes e descabeladas.

— Minha pressão baixou legal.

— Certeza que esse pessoal tá pensando mal da gente. — Rafaella revirou os olhos.

— Certeza que quando a gente chegar lá e nos verem nesse estado o contrato vai ser cancelado. A gente tá horrível. — disse rindo. — E relaxa, deixa eles acharem que a gente tava transando. Até porque a gente tava mesmo.

— Cala a boca! — repreendeu baixinho.

— Ninguém aqui fala nossa língua para de ser paranóica. — ergueu as sobrancelhas enquanto percebia os olhos verdes que estavam estacionados nela.

A correria até o aeroporto não abriu margem para Rafaella assimilar o que havia acontecido, era como se os sonhos que ela tentava evitar tivessem tomado vida. Mas ao olhar fundo naqueles olhos escuros, percebeu que só os tentava evitar por achar que não havia nem 1% de chance deles se tornarem realidade.

— Ontem foi... insano.

— Você quase me estrangulou com as coxas, foi sim.

— Parece que eu to vivendo um universo paralelo muito esquisito. Vou precisar de um tempo pra me acostumar com o fato de que realmente to me dando bem com você.

— Ô se tá. — Bianca riu.

       Ela espontaneamente tentava pintar um ar bem humorado sobre o que estava acontecendo pois sabia que podia ficar perigoso pra ela. E ficar perigoso, no mundo dela, tinha a ver com se apaixonar.

Uma necessidade de toque havia desabrochado nas duas garotas, elas ficavam inquietas se estavam perto mas não se tocavam. Rafa queria fazer o primeiro movimento também, ela não queria que Bianca pensasse que só ela tomava as iniciativas, então sua mão procurou a de Bia e devagar, entrelaçou seus dedos nos dela.

— Quando você segurou minha mão no primeiro voo, me salvou de um surto. Uma coisa é uma viagem de no máximo duas horas, outra coisa é atravessar o globo. — Rafaella disse sorrindo, fazendo Bianca sorrir também. — Considere essa uma das suas incumbências a partir de agora. — disse tímida.

Céus, ela conseguia ser meiga como ninguém quando queria. Bianca só queria beijá-la ali mesmo e não tinha autocontrole o suficiente pra guardar pensamentos pra si.

— Eu só queria te beijar agora. Que tipo de inferno é esse? — perguntou séria, no fundo ela queria mesmo uma resposta dos céus sobre o que estava acontecendo dentro dela.