Bagunça, muita bagunça...

3.9K 361 580
                                    

<Música do Capítulo - "Tove Lo - Habits">

Capítulo 24 - Bagunça, muita bagunça...


— Uai, as meninas superpoderosas? — Bianca tentou brincar para disfarçar sua cara de choro.

— Quase isso. — Flay afirmou um pouco sem jeito.

— De onde cês se conhecem gente? — cumprimentou a única garota loira da sala com dois beijos na bochecha.

— Tamo fazendo um som juntas... — Bárbara Labres abraçou a dona da casa. — Cê tá bem?

— To bem, bem mal. — foi sincera.

— Quer conversar? — Bárbara realmente se preocupou.

— No momento eu quero beber amiga, beber até tomar coragem de mandar as mensagens mais constrangedoras que eu conseguir pra ela voltar pra mim.

— Cês terminaram?— Luísa Sonza perguntou um pouco assustada com a tristeza que Bianca estava exalando.

— Ela pediu um tempo, mas eu não acredito em dar tempo. Pra mim isso é um jeito bonito de dizer que terminou. — Bianca expressou uma de suas convicções mais bem construídas. — Enfim, vocês tão bem? Vão ficar? To uma péssima companhia hoje, acho bom expor logo...

— Amiga é pra essas coisas né? — Bárbara sorriu. — Vamo animar.

— Vou trazer um cooler pra cá. — Mari disse ao ir pra cozinha.

Flayslane precisou se segurar muito para não demonstrar que amou ser surpreendida com o "término" do noivado da amiga, ela estava se sentindo adorável.

        Bianca era boa em deixar as coisas seguirem, ela não se sentiu desconfortável com Flay em nenhum momento, era como se tivesse reencontrado uma colega após ela ter feito uma viagem. Seu coração era realmente puro, a garota acreditava de fato que as pessoas não se resumiam em uma merda que faziam vez ou outra. E estava certa, mas Flay não queria mudar.

Já que ficaram na casa, Bárbara chamou a mulher que estava ficando para ir pra lá também. Essa mulher chamou uma amiga que chamou outra amiga que chamou outra amiga. Quando Bianca se deu conta, contando com ela, tinham dez mulheres em sua casa.

"E ela vem, sacolejando a raba na frente do seu neném." [a música tocava ao fundo].

Não demorou muito pra bebida fazer efeito, nisso, ela descobriu que o álcool só potencializa os sentimentos, pois enquanto todas estavam rindo e dançando, ela estava no canto, se sentindo miserável, se segurando para não chorar.

      Percebendo isso, Luísa foi até onde Bianca estava.

— Eu sei como é isso, é uma merda não é? — fez uma careta.

— É uma bosta. E ela não atende e nem responde. — tentou segurar o choro.

— Parece que só "a pessoa" pode curar o vazio, e o que nos resta? Isso mesmo, beber mais. —arrancou um riso de Bianca.

— Mano, que desgraça é essa cara? — deu mais um gole na que devia ser sua quinta skol beats. — Eu já to com a visão turva mas a porra da dor não passa. — fechou os olhos.

— Quer abraçar? Sei que é estranho, mas...

Bianca acenou que "sim" com a cabeça e a garota mais nova se aconchegou no sofá de maneira que Bianca coubesse em seus braços. Luísa fazia carinhos no braço da morena com os dedos conforme Bianca bebia e ligava para Rafaella pela, talvez, centésima vez. Na sétima cerveja, Bianca começou a chorar pela falta de êxito em suas ligações, a parte que Rafaella disse que tomaria um remédio para dormir se apagou completamente da sua mente alcoolizada. Por perceber o choro da amiga, Mari e Flay se aproximaram.

HOPE [Rabia]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora