Reaproximações

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Capítulo 34 - Reaproximações


Bianca pensou na ligação que recebeu quase a noite inteira. As súplicas de Genilda não tocaram seu coração mas a fizeram refletir. Rafaella não convivia com ninguém de sua família desde que elas voltaram do curto término e se a mudança de paradigmas do outro lado fosse mesmo real, talvez uma chance pudesse ser dada. Mas não tão cedo.

— Que que 'ocê tem? — Rafaella abraçou Bianca por trás, dando um beijo em seu ombro.

— Cansaço, talvez. — acariciava as mãos que repousaram em seu abdômen.

— É só isso mesmo?

— Uhum...

       A mineira sabia que Bianca não ficava quieta assim por qualquer coisa, mas resolveu respeitar seu silêncio, até porque talvez não fosse mesmo nada. Fez um chá para sua esposa e em seguida dormiram junto com os dois bebês na cama.

O aniversário de João foi naquela manhã e todos acordaram animados. A família de Bianca retornou à São Paulo e a casa se encheu de blogueiras e famosos que tinham filhos pequenos. Já haviam cantando os parabéns quando a morena foi no quarto trocar de roupa por ter se sujado inteira ao fatiar o bolo. Prestes a sair, ouviu três batidas na porta.

— Posso entrar? — perguntou já manuseando a maçaneta.

A cara de surpresa de Bianca foi impagável, mas logo deu espaço a um sorriso.

— Mas o que cê tá fazendo aqui? — soou amistosa.

— Você me mandou um convite, esqueceu?

— Não achei que você viria... Que surpresa boa, entra! — sorriu. — MEU DEUS! É isso mesmo?— levou as mãos à boa ao avistar a barriga avantajada da mulher que confirmou ao balançar a cabeça positivamente.

— Felizmente sim. Se fossem só gases e você tivesse feito esse auê todo igual fez com aquela nossa fã lá na Disney, eu ia ficar muito brava.

— Hahaha! Eu me passei total aquele dia, mas como pode ver, até hoje suponho a gravidez do povo. Posso te dar um abraço?

— Pode sim. — a abraçou um pouco desajeitada.

— Foi por isso que não fui pra sua festa de vinte e sete. Já to no sexto mês, mas é uma gravidez de risco.

— Vai dar tudo certo. — afirmou com um semblante reconfortante.

Saad quase tinha esquecido o quanto Bianca conseguia ser positiva diante das piores situações. Ela sentia falta da amiga e estava ali porque algo dentro dela dizia que não era por acaso estarem vivendo a maternidade na mesma época. Elas conversaram bastante e realmente já não havia mágoa, só precisavam se reiterar das vidas uma da outra.

— Tem um monte de gente querendo apadrinhar os dois, a Flay então, me pede todo dia... Mas já pensou que louco eu sendo madrinha da tua cria e tu do meu bebê?

— Eu acho que é isso que vai acontecer! Como é bom né? To me sentindo mil por cento leve.

— Eu também.

— Mas peraí, a Flay quer ser madrinha dos bebês?

— Do João no caso, ela diz que ele vai ser o metadinho do filho dela.

— Entendi... Mas e a Rafaella? Elas se resolveram?

— A Rafa sempre evita falar dela e elas nunca se encontram, então...

— Mas ela tá aí, não tá?

— Tá?

No andar de baixo, João chorava porque uma criança maior tomou o brinquedo que ele tinha em mãos e correu. Nisso, Rafaella se aproximou e levantou o menino do chão, perguntando carinhosamente o que havia acontecido.

HOPE [Rabia]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora