ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟚𝟜

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Any Gabrielly

Agora é só entrar no sistema da polícia e torcer para esse homem já ter registro.

Eu vou descobrir, ou não me chamo Any Gabrielly.

- Any? – ouço a voz de Beauchamp e levanto o rosto para olhar para ele.

- Oi. – respondo.

- Vamos embora. – diz.

- Ah, tudo bem. – assinto.

Salvo o arquivo do vídeo e desligo meu computador, depois guardo ele na mochila junto com minhas outras coisas enquanto Joshua faz o mesmo com as coisas dele.

Ele sai na frente e eu o sigo. O fluxo de homens armados no galpão continuava intenso, eles lançavam olhares para mim que eu conseguia notar de canto de olho. Também conseguia ouvir alguns cochichos, muito machistas, por sinal, e minha vontade era de parar e fazer um discurso, entretanto eu sei que não seria possível.

- Pelo menos dessa vez o chefe escolheu bem. – ouço um comentário seguido de várias gargalhadas.

- A puta nem parece puta, deve ser das caras. – outro comentário seguido por mais risadas.

- Eu daria tudo para comer essa vadia. – alguém se manifesta em baixo tom, mas alto o suficiente para que eu escutasse.

- Nem me fale, essa é gostosa. – outro homem completa.

Estava pronta para virar e procurar o dono da voz para ensinar a ele um pouco sobre respeito, mas nem foi preciso, pois esbarro em algo duro e, quando percebo, JB, que antes estava andando na minha frente, parou e se virou para olhar para algo atrás de mim. Seu olhar era fulminante e, tenho certeza, que poderia matar alguém.

- Repete. – ele rosna em alto tom – Vamos, repete. Seja homem, caralho! – grita a última parte.

Saio da sua frente e me viro para a direção do seu olhar, me deparando com um grupo de homens acuados e com a feição assustada. Resolvi ficar parada ao lado de Joshua, observando a cena.

- Cadê os machões agora? – perguntou, irônico – Acho melhor vocês pensarem em uma boa desculpa, e rápido. – reforçou.

- JB? O que está acontecendo aqui? – Urrea, que provavelmente notou o movimento estranho, resolveu intervir.

- Esses filhos da puta ofenderam ela. – apontou para mim, sem olhar nos meus olhos – Só quero que eles sejam homens de verdade, e assumam as consequências.

- D-desculpa, JB. – um dos homens, que não aparentava ser muito velho, se manifestou – Não sabia... – foi interrompido.

- Não sabia o quê?! – manteve o alto tom de voz.

- A-achei que ela era uma puta. – a notável tremedeira na voz do homem, deixava evidente o “respeito” que Joshua possui aqui.

- Mesmo se fosse. Ela está comigo, já não deixei isso bem claro para vocês? – ele perguntou, ainda com o olhar fulminante sendo lançado para o pequeno grupo de homens.
Já não deixei isso bem claro para vocês?

Agora sim eu fiquei confusa. Ele falou para os homens dele que eu sou dele? Que não é para nenhum homem chegar de papinho comigo? Sério? Acho que vou precisar ter uma conversinha com ele depois.

- D-deixou. – outro homem confirma.

- Exatamente. E o que eu exigi? – indagou.

- Respeito.

- E o que vocês fizeram com ela? – forçou uma resposta.

- Desrespeitamos. – assumem de cabeça baixa.

𝔸𝕕𝕠𝕣𝕒𝕧𝕖𝕝 𝕖 𝔸𝕞𝕒𝕣𝕘𝕒 𝕍𝕚𝕟𝕘𝕒𝕟𝕔𝕒 - 𝔹𝕖𝕒𝕦𝕒𝕟𝕪 [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now