ℂ𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟜𝟡 - 𝔽𝕚𝕟𝕒𝕝

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Any Gabrielly Rolim Soares

Deixei Savannah no carro e desci na farmácia com a receita médica em mãos. Cheguei até o balcão de atendimento e pedi para a jovem de cabelos escuros que pegasse os remédios receitados pela doutora. Ela sumiu por uma pequena portinha, mas logo retornou segurando uma cesta plástica branca com alguns frascos clássicos de vitamínicos.

Depois de ter certeza que peguei tudo que estava escrito no pequeno papel, me encaminhei para o caixa. O homem passou tudo que estava dentro da pequena cesta e depois emitiu uma nota com o valor. Peguei minha bolsa e busquei minha carteira, de onde tirei o dinheiro para pagar pelos medicamentos.

Depois de pago, ele me entrega as sacolas. Eu as pego com uma das mãos e com a outro, pego minha bolsa e carteira. Com pressa para chegar a pousada e poder descansar um pouco, me viro rápido e de uma só vez, me fazendo trombar com alguém que passava por ali e eu não vi. Minhas costas vão diretamente de encontro com um peitoral forte e grande e, por muito pouco, não caio com tudo no chão.

Ao me virar para me desculpar com a pessoa que foi alvo do meu jeito desastrado, me deparo com aqueles olhos azuis que não esperava ver tão cedo. Aquele olhar que, em quase todas as noites, se fez presente em meus sonhos, aquele olhar que me trazia um pouco de paz, mesmo em meio as circunstâncias que estou vivendo. Ele é o primeiro a quebrar o silêncio.

- Any?! – sua voz é baixa e surpresa.

- Josh? – tenho que me esforçar para fazer a minha voz sair – O-o que você está fazendo aqui?

Meu inconsciente me diz para correr, me diz para fugir outra vez, insiste em que Josh está aqui, atrás de mim, por vingança. Mas meu coração não me permite me afastar nenhum centímetro. Nossos corpos são como ímãs que ficam em constante atração um pelo outro. Somos impossibilitados de nos afastarmos ou de desviarmos o olhar.

- Ei, licença. – uma senhora com cabelos vermelho, obviamente tingidos, nos interrompe – Vocês estão no meio do caminho, será que podem sair? – ela é educada, mas posso sentir a irritação em sua voz.

- Claro, claro, desculpe-nos. – Josh diz e abre o caminho para que eu passe.

Em movimentos automáticos, ando até estarmos ao lado de fora da farmácia, longe de qualquer fluxo de pessoas. Paro e, mesmo sem me virar, consigo sentir a sua presença as minhas costas. Não só o cheiro, que é inconfundível, mas também o fato de que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram com a sua aproximação. Agarro com força a sacola e me viro, lentamente.

- Podemos conversar? – dizemos ao mesmo tempo.

- E-eu... eu... – tento pensar em algo para dizer, entretanto seus olhos hipnotizantes cravados nos meus, me impedem de pensar em qualquer coisa.

Me esqueço de tudo e fico totalmente alheia as coisas que estão acontecendo ao nosso redor. Esqueço-me sobre a sacola de vitaminas, esqueço-me da gravidez, esqueço-me de Savannah me aguardando no estacionamento.

Ele dá um passo em minha direção, mas logo para quando percebe que eu, inconscientemente, me afastei com um passo para trás. Sua sobrancelha franze, e contenho minha vontade de colocar meus dedos sobre seu rosto para eliminar aquela pequena ruga formada.

- Você tem medo de mim? – ele me pergunta num sussurro.

- N-não, é só que... – minha voz continua falhando todas as vezes que tento falar.

O que está acontecendo comigo?

Eu nunca fiquei tão tímida, insegura ou seja lá o que eu estou sentindo com alguém. Talvez seja o medo de me entregar de cabeça em um sentimento e não ser retribuída.

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𝔸𝕕𝕠𝕣𝕒𝕧𝕖𝕝 𝕖 𝔸𝕞𝕒𝕣𝕘𝕒 𝕍𝕚𝕟𝕘𝕒𝕟𝕔𝕒 - 𝔹𝕖𝕒𝕦𝕒𝕟𝕪 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora