capítulo 29

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Luma Narrando

Tô pedindo a Deus paciência, tenho é que arranjar meu canto, porque eu sei que ficar na casa com esse homem, vai acabar tendo uma tragédia, ele se acha no direito de falar alguma coisa, quer cantar de galo, vai cantar na casa dele, espera minha mãe sair pra fazer as presepadas.

- porque se a casa fosse minha, você não estaria desse jeito, sua mãe falhou na sua criação, onde já se viu, todo dia na rua - falou

- ainda bem que você falou certo, a casa não é sua, se eu fico todo dia na rua é porque eu tenho dinheiro  pra bancar minha cerveja e vai embora, minha mãe não está nem aqui, pra você ficar sentado no meu sofá - falei.

- quando ela me ligar, eu vou falar, cortar essas suas asinhas - levantou saindo

- va tomar no cu, caçar um emprego, isso é falta do que fazer- falei metendo a cara na janela

Terminei de arrumar a casa e vim pra minha tia, precisava desabafar, sei que ela vai me entender, empurrei o portão e entrei indo pro quintal, ela estava lavando roupa.

- ouvi os gritos, ele veio de graça de novo?

- fica soltando piadinhas, não tenho sangue de barata tia, eu tenho é que sair dessa casa, pq se não vou brigar com minha mãe e vai ser pior.

- logo agora que era o dinheiro do seu espaço, pensa com jeito, o importante é o seu bem estar

Quando eu tô colocando o pé pra concretizar acontece isso, mas não tem problema não, eu vou primeiro procurar uma casa e depois abro meu espaço, desse jeito não dá, fica sempre o dito pelo não dito, aí na hora diz que é ciúme, que isso e aquilo.

Mel me chamou pra almoçar com ela e eu vim, minha vida tá de uma forma que nem mais tempo, eu tô tendo, empurrei o portão e entrei.

- fazendo a graça né, só não posso morrer - sentei no sofá

- tá gostoso, tô namorando o meu anel - mostrou o dedo

- aii, que felicidades, é o Luís né? - perguntei

- claro amiga, ele tanto insistiu que conseguiu, eu vi que não adiantava recolher o sentimento.

- tanto te falei, amiga eu tô precisando de uma casa - contei  tudo a ela.

- aqui na avenida tem uma, mas tem que olhar, melhor decisão que você vai tomar, mas tia vai perceber que é por causa dele

- quando tiver tudo certo, eu aviso a ela, vou começar a procurar

- eu te ajudo.

Comemos um pirão de aipim com carne do sol e camarão, mel arrasou, ela abriu uma garrafa de gin e sentamos na porta .

- amanhã tem baile, poderíamos ir né? - falei

- poderia ir não, a gente vai gata, babadeiras e comprometidas  - falou sério

- falando em comprometida, tô pensando em Cauê.

- calma amiga, ele é experiente nessa, daqui a pouco tá aqui

Cauê tinha ido pra uma missão, disse que não poderia deixar batido, que ele ia resolver, mas voltava, tô com coração na mão.

A libertina Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora