Afastado

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Capítulo 4
Júlia

Hoje como eu estava de passagem pelo centro da cidade para umas comprinhas resolvi ligar para Conrado para almoçarmos juntos em um restaurante de frutos do mar que tinha próximo ao prédio de sua empresa. Aproveito para ir até o prédio para deixar os sacos de compras em seu escritório para não ficar andando de um lado a outro com os braços cheios de sacolas. Entro no prédio e cumprimento o recepcionista. Espero pacientemente pelo elevador e agradeço por estar vazio. Entro e me olho no grande espelho. Minhas bochechas estão vermelhas por causa do sol que faz no centro de Roma, e meu saião preto não ajuda muito mas pelo menos optei por uma regata. O elevador para no andar de Conrado e eu saio esbarrando as bolsas nas portas do elevador, desastre em pessoa. 

— Boa tarde, Conrado está livre? 

— Sim, já está esperando pela senhora. — Abro um sorriso de agradecimento e entro no escritório de Conrado. 

Ele está sentado em sua cadeira acolchoada usando somente a camisa social preta, está concentrado na tela do notebook. Deixo as sacolas em cima do sofá e me apoio na mesa. 

— Podemos ir comer ou você ainda está ocupado? 

— Só um minuto, preciso enviar uns documentos para Thomaz. — Concordo e me sento na cadeira. 

Falando em Thomaz, tem séculos que não o vejo. Ele é padrinho de Benjamin mas pense em um padrinho desnaturado. 

— Tem problema se pedirmos algo aqui mesmo? — Conrado pergunta e eu faço careta. 

— Jura? 

— Sim, é um assunto importante. — Dou uma bufada firme. Fala sério, fiz o maior esforço para poder almoçar com ele hoje e o que recebo? Um almoço em seu escritório com ele olhando para o computador por causa de trabalho, fala sério. Por isso eu prefiro ser empregada do que patroa, eu gosto da minha liberdade parece que os patrões trabalham mais que nós meros mortais. 

Mas Conrado também não move um dedo para me dar atenção, porra eu dou um duro danado para estar sempre movimentando nossa relação e ele empacado no lugar por causa de trabalho. Acabo por ficar puta e me levanto pegando todas as bolsas novamente. 

— Eu vou embora. 

— Por quê? 

— Eu vim almoçar com você em um restaurante legal e não na porra do seu escritório com você olhando a merda do computador. — Ele passa as mãos pelo cabelo e respira fundo. 

— Eu estou trabalhando. Assuntos sérios que não podem ser adiados, se quiser espera que daqui a pouco saímos. É difícil? 

— É Conrado, está muito difícil. Você não move uma palha para fazer nada comigo, tem séculos que não saímos para jantar juntos ou almoçar. Você está sempre com os olhos nesse computador ou no celular. Quais são os prós de ser o dono da empresa? Se você não pode sair 1h para almoçar com sua esposa? 

— Júlia, nós temos duas opções aqui: Uma é você sentar aí e almoçamos aqui mesmo e a outra é que você espere e saímos quando eu acabar. 

— Tem a terceira também, onde eu vou embora. — Pegos as sacolas puta da vida e saio de seu escritório. 

— Júlia volte aqui. — Ouço ele chamar mas nem dou atenção, resolvo descer pelas escadas para ele não vir atrás. E pego o elevador no andar abaixo do dele. 

Meu Querido E Sexy Marido.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora