Visitando os pais.

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Capítulo 10
Júlia.

Taylor e eu chegamos ao aeroporto logo pela manhã, iriamos com o jatinho de Conrado mas mesmo assim eu decidi chegar mais cedo. Estava nervosa e louca para acabar logo com isso, Taylor segurava minha mão a todo o momento e quando embarcamos eu já peguei logo uma taça de champanhe não estava nem aí se o relógio ainda marcava nove da manhã. Meus bebês acordaram cedinho para me darem um beijo de despedida, mesmo eu ficando longe somente o final de semana eu sabia que iria morrer de saudades então fiquei agradecida por eles terem acordado para me dar um beijo. Ester chorou muito querendo vir comigo mas Conrado conseguiu convence-la a ficar quando falou que iria leva-los na casa dos avós. Os meninos amam ir pra casa de Madalena e Vicente pois os avós sempre os levam para andar a cavalo e fazer outras atividades.
Assim que acordei eu liguei para meu pai avisando que estou a caminho, ele queria me pegar no aeroporto mas como eles continuam morando no mesmo lugar eu preferi não fazer ele ir me buscar. A viagem até a Espanha é tranquila e em poucas horas eu estou em um carro alugado com Taylor dirigindo em direção a minha antiga cidade, um lugar que só me traz lembranças ruins dos últimos anos que vivi aqui.

- Vamos nos hospedar na cidade vizinha ou você quer ficar aqui mesmo? - Tay pergunta.

- Cidade vizinha. - Ele concorda e me lança um sorriso de conforto.

- Tranquila gata, eu estou aqui e não deixarei você cair. - Aperto sua mão na minha e abro um sorriso.

Quando entramos no bairro onde eu morava parece que voltei no tempo, pois o lugar continua a mesma coisa. A igreja no centro, as casas simples e o bairro bem calmo. Entramos na rua sem saída onde eu morava, minhas mãos suam quando vejo a casa com fachada amarela onde eu morava com Henrique, continua a mesma coisa e parece estar vazia. Olho o portão da frente onde uma vez Henrique bateu minha cabeça contra ele, respiro fundo e aponto pro final da rua onde fica a casa dos meus pais.

- É aqui. - Digo e Taylor estaciona no meio fio, a pintura branca da casa está toda descascando e suja de lodo o jardim tem mato alto e está bem abandonado.

Subo os quatro lances de escada e aperto a campainha que não funciona então bato na porta. Essa casa não parece a mesma que eu passei minha infância e começo da adolescência, está acabada e abandonada. Bato outras duas vezes na porta até ouvir passos do outro lado, Taylor está ao meu lado a todo momento, ele sabe como é difícil pra mim. Ouço a chave contra a fechadura e assim que a porta se abre não acredito no eu vejo.
Meu pai está uns vinte quilos mais magro, barbudo e usando uma bengala.

- Minha filha - Ele diz e logo me abraça, ele cheira a mofo e roupa suja mas permito que me abrace.

- O que aconteceu com você? - Pergunto apontando pra bengala.

- Cai das escadas, venha vamos entrar. - Assim que entro meus olhos vão para todos os lugares.

A sala é o lugar mais modificado da casa, porém tudo aqui fede a mofo. Móveis velhos e o piso de taco está gasto, alguns já saíram do lugar.

- Cadê as malas de vocês? Podem ficar no seu quarto, Júlia.

- Não, nós já estamos hospedados em um hotel. - Digo e abro um meio sorriso.

- Tudo bem, vamos subir sua mãe foi se arrumar para te receber. - Ele sobe as escadas e eu o sigo.

As paredes tem várias fotos minhas com meu falecido cachorro que se chamava churros, uma homenagem a minha comida favorita.
Quando chegamos na porta do quarto deles, Taylor diz que vai ficar no corredor. Entro e quase choro com a situação que esses dois estão vivendo. O quarto é quase todo mofado, da pra ver que a casa está cheia de infiltrações, o lugar está terrível e por mais ruins que meus pais possam ter sido comigo em algum momento da vida, eu não conseguiria ver isso e não ser tomada pela tristeza, eu tenho uma vida de rainha na Itália e eles vivem assim nessa casa horrível.

Meu Querido E Sexy Marido.Where stories live. Discover now