XIII. Acho que me ferrei

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R O S E A N N E  P A R K

O céu começara a ficar em tons alaranjados, indicando que a tarde estava começando a ir embora para dar lugar a noite. Eu permanecia deitada em minha cama bagunçada e pasmem, eu estava com preguiça de separar uma roupa adequada para o jantar que começaria daqui quatro horas. Vou ser bem sincera: essas reuniões que eu era arrastada a ir eram um completo porre e eu detestava isso.

Por que raios os pais arrastam seus filhos para essas reuniões chatas? Até entendo se forem herdeiros, mas já deixei bem claro para meus pais que eu não quero ser nada do ramo que ambos seguem e é isso que me deixa irritada. Sendo sincera novamente, a única coisa que eu “gostava” era a forma como meus pais se gabavam por ter uma filha como eu, confesso que isso alimentava meu ego.

Suspirei cansada e me levantei, indo em direção ao meu closet e tentando pensar em que roupa eu vestiria pra causar a boa impressão de sempre. Céus, por que raios isso está sendo difícil? Eu nunca tive dificuldade em escolher minhas roupas, que inferno! Quer saber, eu penso nisso depois de tomar um delicioso banho de banheira, estava precisando relaxar meu corpo acabado por conta da festa de ontem.

Andei até o banheiro e logo liguei o registro e enquanto eu esperava a banheira ficar cheia para que eu entrasse, me livrei de minhas roupas e procurei algum sal de banho para que eu pudesse relaxar. Quando a água começou a ficar alguns centímetros perto da borda, girei a peça prateada fazendo a água cessar. Joguei o pacote com sais em tons de rosa pastéis e entrei na banheira, gemendo aliviada pelo contato da água quente com a minha pele.

Após um banho totalmente revigorante e já vestida com minhas peças íntimas, lá estava eu parada no meio do meu closet procurando algo decente para essa noite. Bufei irritada e comecei a olhar a parte dos meus macacões. Juro pra vocês, depois de exatos dez minutos eu encontrei uma roupa que exalava casualidade. Vesti o modelo de macacão Meteo de Alicia+Olivia que continha mangas levemente bufantes, dando charme a peça. Em meus pés, optei por calçar um par de sandálias de camurça preta da Saint Laurent, é, até que formou uma bela combinação. E vamos de acessórios: bolsa envelope de couro preto, brincos com aplicações de cristais e colar com pequenas esferas peroladas, tudo da minha amada Saint Laurent.

E para completar, uma maquiagem composta de um simples pó, um delineado fino e delicado, rímel para realçar meu olhar e meu fiel companheiro nos lábios, batom vermelho. Fechando com chave de ouro, borrifei meu perfume favorito e obviamente tirei algumas fotos para atualizar meu perfil no Instagram, adorava mimar meus fãs com minhas roupas caras.

Assim que ficou tudo pronto, apaguei as luzes do meu closet e do meu quarto, em seguida desci as escadas e meus pais já estavam prontos para sair. Nosso motorista havia sido dispensado, papai queria dirigir seu carro importado e eu logo pensei que seria para ostentar seu bem material para quem estivesse naquela reunião. O caminho até o local foi um completo silêncio e aquilo estava começando a me incomodar, bufei entediada e torcendo para chegarmos logo, não tinha nem dois minutos que eu estava naquele carro e já pensava em querer matar alguém.

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O carro estava sendo finalmente estacionado e eu mentalmente agradeci ao céus por termos chegado. A reunião desse mês seria na casa de um dos sócios da empresa do meu pai e eu sequer estava interessada em saber o nome dele, apenas desci do carro e segui meus pais. Fomos bem recebidos por um dos empregados daquele casarão, observei a decoração que era até colorida demais pro meu gosto, esse cara com certeza não tem o mínimo de senso sobre decorações, era tão cafona.

E como a vida tem suas surpresas, Park Chanyeol estava parado ao lado de seus pais e respirei fundo. Vou contar um segredo para vocês: ele estava um completo gato com aquelas roupas que eram do seu estilo mas que também era casual — claro, casual da forma única dele. Me peguei sorrindo boba por estar admirando tanto o coreano bad boy.

— Veja quem acaba de chegar — o pai do coreano vinha em nossa direção com um sorriso irônico estampado em seu rosto — Que imenso prazer te ver, John.

— Que desprazer, você quis dizer — meu pai o corrigiu — Achava que as reuniões não permitiam caloteiros.

— O que está dizendo? — riu sarcástico — Está com medo de perder suas posses?

— Obviamente que não — meu pai respondeu orgulhoso — Quem está no topo sou eu, então claro que não tenho o que temer.

— É o que veremos — saiu, esbarrando em meu pai.

Sorri nervosa para Chanyeol, que fez o mesmo. Sério, depois de uma pequena “conversa” dessas entre os dois, tem como a noite ficar pior?

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Sim, tinha como ficar pior e porra, por que eu fui me questionar? Enquanto estávamos jantando, os sócios começaram a conversar sobre seus negócios e se você pensou que meu pai e o pai de Chanyeol iniciaram uma discussão, parabéns você acertou em cheio. Mamãe tentava controlar a raiva do meu pai, assim como a senhora Park fazia o mesmo. E eu de saco cheio, sai de fininho da mesa e andei pelos enormes corredores daquela casa e dessa vez eu conseguia apreciar os quadros que estavam pendurados na parede de cor creme. Não sabia para onde estava indo mas certo barulho me deixou curiosa e foi seguindo esse som que acabei indo parar para o lado de fora e encontrando um jardim bem cuidado com um chafariz enorme e iluminado.

Sentei em uma das namoradeiras pintadas de branco e suspirei, meus pensamentos estavam focados no coreano e novamente veio meu questionamento: eu deveria me permitir conhecer o Park? Eu sei que é clichê, mas que queria tanto me jogar de cabeça na adrenalina que ele transmitia.

— Sozinha novamente? — a voz rouca e grossa de Chanyeol me acordou dos meus devaneios — Eu sempre te encontro sozinha, já notou isso?

— Nem sempre — sorri fraco — Gostei daqui, pelo menos fica longe da chatice que está lá dentro.

— Também não suporta reuniões? — assenti — Estamos no mesmo barco então.

— Estou perdendo meu tempo estando aqui — bufei irritada — Poderia estar curtindo junto com as meninas em algum lugar mas não, estou em uma noite tediosa de negócios. 

— Entendo, ser arrastada pra lugares que não fazem seu tipo deve ser desagradável mesmo — falou o loiro — Aliás, está linda.

— Quando eu não estou? — ele riu — Vamos concordar, eu nunca estou feia meu querido.

— Você é muito convencida — ajeitou meus cabelos atrás da orelha — E muito rendida a mim.

— Você adora me provocar, Park — sorri maliciosa — O que quer dessa vez?

— Um beijo seu — respondeu rápido — É pedir demais?

Respondi sua pergunta me aproximando e selando nossos lábios, as mãos de Chanyeol acariciavam meu pescoço, causando um arrepio gostoso. Nosso beijo cheio de volúpia estava tomando meu ar mas eu não queria parar, beijar Park Chanyeol era como uma droga viciante e impossível de parar.

— Roseanne Park! — fomos surpreendidos — Que diabos você está fazendo com o filho dos Park?

É, parece que parei de beija-lo da pior forma que eu gostaria.

I'm Still Into You ❥ ChanroseWhere stories live. Discover now