10- Nick & Judy

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Narradora
Ruby, Cole e Moody escutavam tudo atentamente enquanto pensavam que ninguém era capaz de fazer tal loucura, mas Anne Shirley Cuthbert e Gilbert Blythe nunca foram todo mundo.

O plano era simples, com uma enorme chance de dar errado é claro, e a única certeza explícita era que nada poderia garantir-los que de fato tudo iria dar certo, porém preferiram tentar do que se arrepender de não ter feito depois.

Ruby, Anne, Cole, Moody e Gilbert iriam para o quarto da ruiva, e os herdeiros usariam a passagem secreta do quarto da menina para saírem de forma discreta em direção a um contato, que Gilbert conseguiu de alguma maneira que Anne não ousou perguntar, que iria os fornecer a documentação falsa.

Depois disso iriam ao banco depositar um quantia gorda de suas contas pessoais, para conseguirem fazer as compras no mercado e arcar com as despesas da viagem, e depois passariam na casa vazia que Blythe possuía na França para pegarem o carro e finalmente colocarem o pé na esteada.

Os celulares oficiais foram quebrados e agora os príncipes eram livres de perseguições e, a partir daquele momento, de qualquer obrigação real.

Para falar a verdade, ninguém nunca é totalmente livre. Há coisas que sempre prendem as pessoas, como os amigos, a família e o amor, mas Anne e Gilbert, mesmo com tudo que prendia os seus corações para trás, se sentiram livres de tudo aquilo que eles nunca escolheram ser e encontraram rapidamente, uma amizade.

Uma amizade definitivamente louca. Que surgiu no meio do nada pelo esbarrão de duas almas perdidas que não sabiam nada uma da outra, porém em apenas alguns dias acharam um parceiro. Alguém para chamar de seu igual. Alguém que entendia a necessidade daquela relativa e fantasiosa liberdade. Alguém que passou pelas mesmas coisas e não julgava. Uma alma para ajudar-los a se prender no futuro e não no passado. Uma alma para ajudar a eles a se encontrarem.
Uma alma gêmea.

E aquelas duas almas tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo, andavam pelas ruas da França rindo que nem quando uma criança faz uma besteira, e tiveram que se conter quando entraram em um bar escuro e cheio de pessoas mais velhas e carrancudas que os olhavam como se fossem uma outra espécie.

Foram dirigidos por uma senhora até uma salinha na mesma intensidade de escuridão do local, onde encontraram um velhinho com uma cara doce onde era depositada um óculos meia lua, e sorriram um para o outro. A passagem para a liberdade estava nas mãos daquele fofo idoso e agora, nada poderia os impedir.

—É engraçado, porque sempre são adolescentes que vem aqui! -diz sorrindo e oferecendo duas cadeiras para eles se sentarem- Qual é a questão em jogo? Fugitivos? A família não apoia o namoro?

—Não, não! -fala rindo baixinho e envergonhada- Não somos namorados, apenas -olha de relance para Blythe e depois de uma pausa, volta a falar com um doce sorriso- amigos.

—E também não podemos revelar ô porquê. -acompanha a ruiva também sorrindo-

—Todos falam isso no começo, mas se vocês está dizendo, quem sou eu para discordar não é? -ri retribuindo os sorrisos- Independente do que vocês querem fazer, preciso de seus nomes. Sou Harry Cieka, esse é o meu verdadeiro nome. Agora que o confiei a vocês, preciso que confiem os seus a mim, se não, não poderei realizar os documentos.

—Ok. -concorda olhando para Gilbert que tenta a impedir, mas logo depois percebe o que a garota estava fazendo- Sou Lizzy Jane.

Road Trip - Shirbert e Anne with an E Where stories live. Discover now