Noah se aproxima mais do meu rosto e sinto meu coração erra algumas batidas e meus olhos se fecham automaticamente.
— Eu... — ele começa a dizer, mas a porta é aberta e nós dois nos afastamos assustados.
— Desculpe, eu... — Sabina começa a dizer, e Noah passa as mãos por seu cabelo, inquieto. — Eu não quis atrapalhar.
— Não atrapalhou nada. — digo e olho para Noah que diz algo, mas soa inaudível para mim.
— Vou deixa-los a sós. Depois eu falo com você. — Sabina diz, quase abandonando a sala, mas Noah a impede.
— Não precisa. Eu estou de saída, vim apenas pedir para Sina abaixar o volume de sua música. — diz e não olha para mim, apenas sai andando e passa por Sabina.
Ela olha para o corredor e acompanha os seus passos, enquanto eu ainda tentava entender o que havia acabado de acontecer. Estávamos tão próximos e isso havia me deixado zonza e ao mesmo tempo incerta sobre o que ele me fez sentir.
— Certo. O que está acontecendo entre você e Noah Urrea? — Sabina me tira de meus pensamentos e me lança um olhar questionador.
— Absolutamente nada. — digo e me viro de costas para ela, mas com o enorme espelho em minha frente era impossível não ver sua expressão de desconfiança.
— É sério? — ela cruza os braços. Reviro os olhos e me viro par ela.
— Ele só veio aqui porque ouviu a música. — digo e balanço os braços no ar.
— Mas não foi para que desligasse. Vocês pareciam próximos. — ela arregala os olhos. — Ele ia te beijar. — diz e eu fico perplexa.
— O que? Ficou maluca? É claro que não. — digo atropelando as palavras.
— É claro que sim. Ele ia beijar você. — ela cantarola sorrindo. — Noah nunca se envolveu com nenhuma garota do campus.
— É sério?
— Pelo menos nunca teve nada sério e nem duradouro. Os seus amigos dizem que ele não quer que alguma garota daqui fique no seu pé e sinta algo por ele. Mas isso é em vão. Todas se apaixonam por ele. — diz e eu olho para o lado. — Acho que na verdade ele nunca se apaixonou por ninguém.
— Então o que te faz pensar que ele me beijaria? Isso é loucura. — digo tentando dar mais certeza a mim do que a ela.
— Talvez seja. — diz e eu suspiro aliviada. — Ou não. — bufo e me mexo inquieta.
— O que queria falar comigo? — tento mudar de assunto.
— Te perguntar sobre aquela jaqueta que está no quarto. É dele, não é? — mordo o lábio inferior e balanço a cabeça assentindo. — Eu sabia. Ele ia mesmo te beijar.
— Sabina. — choramingo. Eu não queria levar esse assunto adiante. Isso era apenas uma ideia maluca da sua cabeça ruiva.
— Tudo bem. — rende-se. — A propósito, os seus seguranças estavam eufóricos no corredor. Porque eles não estão com você?
— Eu consegui me livrar deles, mas eles logo estarão aqui.
— Acho que você não deve andar sem a proteção deles, você sabe... — ela olha par aos lados. — É perigoso se alguém descobrir quem você é.
— Ninguém vai descobrir. — digo baixo e ela cruza os dedos.
— Já terminou de ensaiar? — pergunta e aponta para o som.
— Já. Não estou com animo para continuar. — digo a verdade. — E também se os gorilas me virem dançando vão dizer ao meu pai e ele já não está muito seguro em me deixar aqui.
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🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓
RomanceEu nunca gostei de errar. Fosse um passo do balé, um cálculo feito rapidamente ou nas questões da vida. Eu pensava que essa era uma das minhas qualidades, gostar de fazer o certo, mesmo desejando quebrar regras, de vez em quando. Um dia, eu conheci...