6. Apenas o começo

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Noah se aproxima mais do meu rosto e sinto meu coração erra algumas batidas e meus olhos se fecham automaticamente.

— Eu... — ele começa a dizer, mas a porta é aberta e nós dois nos afastamos assustados.

— Desculpe, eu... — Sabina começa a dizer, e Noah passa as mãos por seu cabelo, inquieto. — Eu não quis atrapalhar.

— Não atrapalhou nada. — digo e olho para Noah que diz algo, mas soa inaudível para mim.

— Vou deixa-los a sós. Depois eu falo com você. — Sabina diz, quase abandonando a sala, mas Noah a impede.

— Não precisa. Eu estou de saída, vim apenas pedir para Sina abaixar o volume de sua música. — diz e não olha para mim, apenas sai andando e passa por Sabina.

Ela olha para o corredor e acompanha os seus passos, enquanto eu ainda tentava entender o que havia acabado de acontecer. Estávamos tão próximos e isso havia me deixado zonza e ao mesmo tempo incerta sobre o que ele me fez sentir.

— Certo. O que está acontecendo entre você e Noah Urrea? — Sabina me tira de meus pensamentos e me lança um olhar questionador.

— Absolutamente nada. — digo e me viro de costas para ela, mas com o enorme espelho em minha frente era impossível não ver sua expressão de desconfiança.

— É sério? — ela cruza os braços. Reviro os olhos e me viro par ela.

— Ele só veio aqui porque ouviu a música. — digo e balanço os braços no ar.

— Mas não foi para que desligasse. Vocês pareciam próximos. — ela arregala os olhos. — Ele ia te beijar. — diz e eu fico perplexa.

— O que? Ficou maluca? É claro que não. — digo atropelando as palavras.

— É claro que sim. Ele ia beijar você. — ela cantarola sorrindo. — Noah nunca se envolveu com nenhuma garota do campus.

— É sério?

— Pelo menos nunca teve nada sério e nem duradouro. Os seus amigos dizem que ele não quer que alguma garota daqui fique no seu pé e sinta algo por ele. Mas isso é em vão. Todas se apaixonam por ele. — diz e eu olho para o lado. — Acho que na verdade ele nunca se apaixonou por ninguém.

— Então o que te faz pensar que ele me beijaria? Isso é loucura. — digo tentando dar mais certeza a mim do que a ela.

— Talvez seja. — diz e eu suspiro aliviada. — Ou não. — bufo e me mexo inquieta.

— O que queria falar comigo? — tento mudar de assunto.

— Te perguntar sobre aquela jaqueta que está no quarto. É dele, não é? — mordo o lábio inferior e balanço a cabeça assentindo. — Eu sabia. Ele ia mesmo te beijar.

— Sabina. — choramingo. Eu não queria levar esse assunto adiante. Isso era apenas uma ideia maluca da sua cabeça ruiva.

— Tudo bem. — rende-se. — A propósito, os seus seguranças estavam eufóricos no corredor. Porque eles não estão com você?

— Eu consegui me livrar deles, mas eles logo estarão aqui.

— Acho que você não deve andar sem a proteção deles, você sabe... — ela olha par aos lados. — É perigoso se alguém descobrir quem você é.

— Ninguém vai descobrir. — digo baixo e ela cruza os dedos.

— Já terminou de ensaiar? — pergunta e aponta para o som.

— Já. Não estou com animo para continuar. — digo a verdade. — E também se os gorilas me virem dançando vão dizer ao meu pai e ele já não está muito seguro em me deixar aqui.

🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora