13. Melhor erro

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Minhas emoções estão à flor da pele nos últimos dias. Estou proibida de voltar para casa ou ficar sem a proteção necessária, principalmente quando penso em sair da universidade. O rosto do meu pai está estampado em todos os jornais e é uma noticia em alta nos tabloides do mundo inteiro. Mas com tudo isso acontecendo, ele prioriza a sua campanha de reeleição.

Minha mãe está eufórica e todos os dias, ao menos três vezes, ela me liga para se certificar de que eu esteja bem. Hoje eu falei com ela, mas não durei muito na ligação, pois ela estava a caminho de uma coletiva de imprensa ao lado do meu pai, onde concederiam uma longa entrevista sobre os atentados dos últimos dias e sobre as precauções tomadas em relação a nossa família.

Para a minha sorte, o sábado chegou, mas eu ficaria sozinha em meu quarto, pois Sabina tinha um jantar importante para aproveitar com a família e apresentar a todos Pepe. Eu estava feliz por ela e por ele, mas ao mesmo tempo me senti mal por estar aqui, sozinha. Ela me ouviu durante toda a semana e me aconselhou. Os seus conselhos estão longe de serem os melhores, mas ao menos eu consegui sorrir e chorar apenas por desejar devorar mais potes de sorvete.

Após ensaiar no estúdio, testei novos passos e algumas piruetas, me senti satisfeita quando o meu corpo implorou por um banho e longo dia de descanso. Voltei ao meu quarto e tomei um banho longo, mas decidi dar uma volta para alongar meus músculos. Meus seguranças não estavam presentes hoje. Foi difícil convencer o meu pai a me deixar sem proteção por algumas horas, mas ele sabe que com sua troca de seguranças ele precisa de total atenção. Eu me viro bem aqui.

Os corredores do dormitório estão vazios e não há vozes altas e conversas animadas das garotas, e nem garotos saindo correndo na ponta dos pés antes de serem pegos pela reitoria. Todos estão em suas casas ou se preparando para festas daqui algumas horas.

Abandono os corredores e passo pela área coberta da universidade. Franzo o cenho ao ver uma cena engraçada, mas ao mesmo tempo assustadora. Noah estava chutando os pneus de seu carro e esmurrando a lataria.

Sei que devo me manter longe dele. Minha mente sabe que ele é um problema, uma verdadeira dinamite jogada em minha direção. Mas não importa o quanto eu tente me afastar, meu caminho sempre se liga ao dele.

- Noah... - digo baixo, já atrás dele. Ele me olha por cima dos ombros. - Acho que você está confundindo o seu carro com um saco de pancadas. - brinco, mas ele não sorri.

Sua respiração está acelerada e ele parece realmente nervoso.

- Cai fora. - ele rosna.

Eu deveria aceitar que a educação passou longe dele, mas eu não iria cair nessa pilha de nervos que ele usava para afastar as pessoas. Noventa e nove por cento das pessoas podem ter medo de Noah Urrea, mas eu sou aquele um por cento que não o teme. Quer dizer, às vezes ele me assusta, mas não é por sua pose de durão e sim pelo o que ele me faz sentir.

- Não. - digo e cruzo os braços, tentando não transparecer a minha fraqueza por ter as mãos trêmulas e suadas.

- Volta a fazer o que ia fazer e me deixa em paz, Sina. - ele olha para frente e vejo seus punhos fechados nas laterais do seu corpo.

- Me diga o que aconteceu com você para estar assim e eu volto a fazer o meu caminho. - o desafio.

Isso Sina. Brinque com fogo.

- Inferno. - ele pragueja e bate a mão no capo de seu carro. E por mais assustador que isso aparente, eu permaneci na mesma pose, sem piscar.

Os seus ombros estão arqueados e tensos dentro de sua jaqueta de couro preta. Sua calça jeans escura e rasgada o deixa com um ar ainda mais de ''não me olhe ou vai se arrepender''. Seu cabelo cai perfeitamente até parar em seus ombros. Eu definitivamente amo seus cabelos longos, mas acho que ele deveria apará-los um pouco. Talvez. Ou não. Noah é lindo de qualquer maneira.

🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora