27. O fim

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Eu odiava o fato de não estar dentro de um pesadelo. Era real.

Eu gritei. Eu chorei. Eu perdi a calma. Eu senti vontade de vomitar. Eu desejei estar em seu lugar. Eu chamei desesperadamente por ajuda, mas custei a ser ouvida e cada minuto pareceu ser eterno. Ele estava imóvel em meus braços e o sangue continuava banhando sua roupa, por mais que eu tentasse conter o local. Eu o tive arrancado de meus braços e fui envolvida por braços desconhecidos, mas eu só desejei estar com ele.

Tudo foi minha culpa.

Tudo porque alguém odiava a minha família.

Tudo aconteceu com a pessoa errada, e não sei se um dia irei conseguir lidar com isso.

— Eu quero entrar com ele. - grito enquanto corro depressa atrás da maca que derrapava pelo piso liso do hospital.

— A senhorita não pode entrar. Espere aqui. - uma mulher de estatura mediana e vestida com um macacão escuro diz e continua empurrando a maca com a ajuda de mais quatro homens que monitoram Noah descordado.

— Eu não irei deixá-lo sozinho. - grito novamente, sendo interrompida por um soluço que me escapa. — Eu não posso deixá-lo sozinho. - sussurro baixinho, mas ela me ouve.

Ela acena para os homens e se afasta da maca. Eles continuam a empurrando e gritam pelos corredores do hospital, até empurrarem com a parte da frente à porta de abertura dupla e eu me desespero ao perdê-lo de vista. Tento correr até a porta e ir atrás dele, mas os mesmos braços que me afastaram dele enquanto uma movimentação estranha acontecia a nossa volta, me segura e tenta me conter.

— Ei, me escute. Se acalme ou terei que impedi-la de ficar a espera de notícias. - a mulher diz e eu me estremeço em seus braços, apoiando o meu rosto em seu ombro. — Isso. Fique calma e respire fundo.

— Ele não pode morrer. Ele não pode...

— Ele não vai. Nós iremos fazer o possível para salvá-lo. - ela diz e afaga o meu cabelo de maneira desajeitada, mas eu não me queixaria sobre isso. — Os seus pais estão a caminho. Irei pedir para que lhe deem um calmante e você irá ficar sobre a supervisão de uma enfermeira.

Ela em afasta um pouco e tenta me manter de pé, mas meus joelhos estavam fracos, assim como todo o meu corpo.

— Eu só quero ficar com ele. Por favor... - eu lhe suplico, apertando seus braços que me seguravam com firmeza. — Me deixa estar com ele quando ele acordar. Ele precisa... Eu preciso estar lá.

Ela sorri de canto e olha por cima de meus ombros, ela parece chamar alguém, mas volta a me olhar rapidamente.

— Eu prometo deixá-la estar ao lado dele quando ele acordar, mas nesse momento ele irá passar por uma cirurgia.

— Cirurgia? Por favor, não o deixe morrer. Eu lhe imploro. - peço-lhe e quando meus joelhos estão prestes a tocar o chão, um novo par de braços me seguram. — Mas o que...

— Rachel irá lhe medicar e você irá aguardar os seus pais. Em breve você terá noticias sobre ele.

Olho-a completamente perdida, mas sem mais forças para argumentar.

— Você promete?

Ela sorri e afirma com a cabeça, me soltando e me deixando levar pelos braços delicados em volta do meu corpo.

— Vamos, querida. Tudo ficará bem. - a mulher diz docemente e me ajuda a andar pelos corredores do hospital frio.

Chegamos a uma sala completamente clara e com uma cama típica de hospital. A mulher me senta sobre ele e apanha um pote de comprimidos, um copo com água e volta-se para mim. Ela me estende um comprimido e o copo com água. Jogo-o em minha boca e tomo o suficiente da água apenas para engolir o remédio que parecia custar a descer pelo nó formado em minha garganta.

🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓Where stories live. Discover now