🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓

11. Merda

Depois daquela noite no quarto de Noah, eu decidi que ficaria um bom tempo longe de qualquer tipo de festa. Passaram-se dois finais de semana e Sabina me chamou em todos eles para sair, mas eu não me sentia bem em fazer isso. Eu não queria correr o risco de dar de cara com ele após ter sido rejeitada.

Ele me deixou em seu quarto e simplesmente desapareceu. E há muitos dias eu não o vejo mais pela universidade. Peguei um pedaço de uma conversa de Krys e Pepe, e ao que parece ele está fora da cidade novamente. O que tanto Noah faz viajando? Ele perde muitas aulas e eu não sei se sua pontuação no bimestre será boa. Mas porque me preocupo com isso?

Eu tenho problemas maiores para realmente me preocupar. O mundo parou nos últimos dias. Na semana passada houve um atentado de invasão a Casa Branca, e meu pai reforçou a minha segurança para que nada me atingisse. Ele não me deixa mais ir para casa, não por enquanto. Estou aflita em saber que isso está acontecendo novamente. Em época de eleições o meu pai sempre acaba sendo atacado, e ele parece ter se acostumado comigo, sua única preocupação sou eu e minha mãe, pois ele já recebeu ameaças de sequestro para abandonar a presidência. Está estampado em todos os jornais e tabloides que mais uma vez o meu pai é vitima de atentados, mas dessa vez foi pior. Conseguiram invadir um evento privado e rodeado pelo o melhor policiamento do país e talvez do mundo.

Os comentários que estão rodando por aqui estão me deixando realmente chateada. Muitas pessoas estão sentidas pelo o que aconteceu e desejam que as coisas fiquem bem, pois além de presidente o meu pai é humano. Mas outras pessoas apenas desejam o seu mal e eu ouço as piadas de péssimo humor que fazem por ai. Alguns dizem ''é isso que um corrupto merece'', ''espero que ele e sua família se ferre'', ''foda-se aquele merda''. Eu não deveria me atingir com isso, mas eu só queria gritar e mandar todos calarem a maldita boca e cuidar de suas vidas.

Sabina defendeu o meu pai em uma aula de debate, e eu sei que não foi apenas por mim. O meu pai pode ser um político e isso já o torna uma suspeita, mas sei que ele é mesmo honesto e eu irei apoiá-lo sempre.

— Como ele está, mamãe? — pergunto ao telefone.

— Uma pilha de nervos, filha. Mas está bem. — ela suspira. — Eu queria muito ir ver você, mas o seu pai acha melhor a mantermos por ai. A mídia ainda não descobriu que você está em uma universidade e nem onde fica.

— Mas logo irão descobrir. — murmuro e me sento em minha cama.

— Eu sei, querida. — mais um suspiro. — Mas como estão as coisas por ai? Está gostando das suas aulas de dança?

— Estou amando. — abro um sorriso. — A senhorita Aleskey me assegurou que eu serei apta a entrar em uma companhia prestigiada.

— Isso é tão bom, meu amor. — sei que ela está sorrindo. — Está conseguindo conciliar os dois cursos? Não está muito cansada?

— Não é fácil estudar e dançar ao mesmo tempo, mas eu vou conseguir. — digo determinada. — Não quero decepcionar o papai.

— E não irá, filha. Ele ama você e sabe que você está se esforçando.

Ouço baterem na porta do quarto.

— Estão batendo na porta do quarto, mamãe. Preciso desligar. — digo e ouço mais uma batida, a pessoa parecia desesperada.

— Tudo bem. Não durma tarde. Eu te amo.

— Pode deixar. Eu te amo. — digo e encerro a ligação.

Abro a porta do quarto e franzo o cenho ao ver Pepe suado e aparentemente cansado, como se tivesse acabado de correr uma maratona.

— Sabina não está? — ele pergunta.