18. Yin e Yang

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Dias se passaram e o que eu e Noah estamos vivendo, é algo louco e completamente fora do que um dia planejei para a minha vida como uma universitária. Estamos nos encontrando às escondidas, em praticamente todos os dias, e os únicos que sabem sobre nós é Pepe e Sabina que nos pegaram aos beijos dentro do armário do zelador quando as aulas acabaram.

Foi realmente engraçado e constrangedor. Mas eu me sentia estupidamente feliz por ter alguém como ele ao meu lado. Sei que ele é errado e que provavelmente irei me machucar muito com tudo que estamos vivendo, pois estou entregue de corpo, alma e coração para ele. Mas não irei me importar em continuar tentando. Em continuar indo adiante com ele.

Hoje é o seu aniversário e sendo uma sexta feira, quero tentar agradá-lo. Estou nervosa e não sei se ele irá gostar de receber-me em sua casa pela manhã e sem nem um aviso prévio.

Ergo o meu pulso e tento bater na porta algumas vezes, mas desisto quando passa em minha cabeça uma reação furiosa por me ver ali. Ergo novamente o meu punho fechado, determinada a bater quando o imagino sorrindo para mim.

Não nos vemos há dois dias e estou com saudades de ver os seus olhos tão verdes, escurecendo quando ele para e me olha enquanto leio meus livros de romance. Sempre finjo não perceber o seu olhar sobre mim, mas ele me queima completamente por dentro e não sinto vontade de que ele pare, mas eu gostaria de saber o que se passa dentro de sua mente tão bagunçada.

Merda!

Bato de uma vez e me afasto da porta, torcendo para que ele não me rejeite e que eu não tenha que passar esse dia chorando por tê-lo irritado.

Ouço passos dentro do apartamento e esqueço-me de como respirar quando a porta é aberta.

Ergo o olhar e vejo o seu tronco firme e largo descoberto. Ele está descalço e usando apenas uma bermuda preta que vai até os seus joelhos. Olho agora para o seu rosto. Está levemente avermelhado e seus cabelos caem como cascatas escuras. Os seus fios são tão lisos que sinto um pouco de inveja.

Ele me olha com confusão, mas sorri de canto.

— O que faz aqui? - ele olha em seu relógio. Sei que está cedo e que não passa das sete da manhã, mas eu não queria mais esperar para chegar até aqui.

Eu sequer consegui dormir.

— Eu... - abraço a caixa de papelão e começo a cogitar a ideia de correr para bem longe. — Eu sinto muito se te acordei, mas...

— Você não me acordou, loirinha. - ele me mostra um sorriso ainda maior e eu sinto minhas pernas bambearem.

Fecho os olhos e conto até dez, mentalmente. Abro-os novamente e consigo olhar para esse garoto tão bonito e que hoje completa dezenove anos de idade.

— Feliz aniversário. - digo de uma vez e estendo para ele a caixa em minhas mãos.

Seus olhos que estavam levemente pequenos arregalam-se e vejo-os brilhar. Suas sobrancelhas se unem e ele enruga o canto de seus olhos.

— Isso... Isso é... Um presente? - ele pergunta como se nunca tivesse ganhado um em toda a sua vida.

— Eu não sei se irá gostar, mas... Eu posso devolver e... - ele pega a caixa da minha mão e em seguida a minha mão, me puxando para dentro do apartamento.

Ele coloca a caixa no chão e vira-se para mim. Começo a temer a sua reação ao ver o que há dentro da caixa.

Eu não sabia o que dar a um cara como Noah e por mais que eu tenha planejado isso tudo por dias, não consegui imaginar uma reação para ele. Sabina me afirmou que ele se sentirá feliz e amado, e Pepe disse que ele odeia comemorar seus aniversários, e isso quase me fez desistir de tudo, mas no momento em que ele disse que o seu amigo poderia gostar de estar ao lado de alguém que se importa com ele de verdade.

🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓Där berättelser lever. Upptäck nu