🍉ִִֺּֽֽׂ֪֤֭ׄؒᬼ ⃟͊🎯ᮭ 𝗼𝗽𝗽𝗼𝘀𝗶𝘁𝗲 𝘀𝗶𝗱𝗲𝘀 | noart ✓

25. Precioso

Horas, dias, semanas ou meses. Eu não sabia ao certo o quanto havia se passado, pois eu não fazia questão de ficar me torturando ainda mais do que eu já estava desde que ele se foi. Voltar á Universidade na segunda, com os olhos inchados de tanto chorar, foi doloroso, mas ainda mais foi passar pelo corredor da sua sala de treinamento e não encontrá-lo suado, surrando um saco de pancadas ou rindo de alguma piada sem graça de Lamar.

Eu pensei que conseguiria falar com ele quando sua cabeça esfriasse, mas ele não me atendia, não respondia minhas mensagens, email-s e nem mesmo os bilhetes que eu jogava em baixo de sua porta quando todos iam se deitar e eu ficava até tarde dançando para, de alguma maneira, ocupar a minha mente com algo que não fosse a dor interna, talvez apenas física. Tentei de todas as formas encontrá-lo, estaria me sujeitando até mesmo á implorar para que ele me ouvisse e deixasse seu orgulho um pouco de lado, mas nada funcionou.

Sabina tentou arrancar alguma informação de Pepe, mas ele se manteve impassível e sumiu por um tempo também, mantendo nós duas no escuro, o que me deixou ainda mais revoltada com toda essa situação. Era como se fosse um complô, perfeitamente organizado, onde todos seus amigos se mantinham em silêncio absoluto sobre o seu paradeiro. Em alguns dias, fiquei horas no gabinete do diretor, tentando também algo, mas nada consegui.

Fui até o orfanato e encontrei Lins, brinquei com ela algum tempo e a pequena loira soltou que seu irmão á visitará uma vez na semana, sempre levando para ela brinquedos. Contatei Alex e ele dissera que Noah ainda seguia suas regras, e que em breve o Juiz marcaria uma nova e definitiva audiência. Eu devia me tranquilizar com isso, pois sei que ele está vivo, bem e que continua atrás de sua irmã, como prometeu, mas tudo o que há em mim é um enorme vazio.

Os dias foram se passando e eu vi que precisava aceitar que ele não queria mais me ver, e eu não podia fazer mais nada. Eu não tinha mais forças para suportar sofrer dessa maneira. Amá-lo está me ferindo, e eu sei que ele não tem culpa.

— Filha, você está... - minha mãe para de falar quando abre a porta do meu quarto. — Você está perfeita, querida!

Ela se aproxima com um enorme sorriso e com um brilho incomparável nos olhos.

— A Babi não errou em dizer que esse vestido havia sido feito para você. - ela sussurra e para, atrás de mim, dando-me a sua imagem pelo reflexo no espelho.

Hoje era a minha festa de aniversário de dezoito anos. Meus pais e Margo estão á meses cuidando de tudo e eu até me sentia um pouco feliz com isso, mas não nesse momento. Comemorar algo não era algo que eu escolheria se pudesse, pois não vejo motivos para isso, sendo que o sorriso que tento esboçar não é real.

— Obrigada. - digo baixinho e passo as mãos pelo tecido delicado do meu vestido.

Meu dia havia sido uma loucura. Minha casa ficou cheia de pessoas desde as seis da manhã e logo meu quarto foi invadido pelos meus pais, cantando para mim os parabéns e me servindo um belo café da manhã na cama, mas a paz durou pouco, pois pessoas especializadas em moda, maquiagem e cabelo chegaram e me arrastaram para todo lugar e durante todo o tempo eu fiquei me sentindo como uma boneca de pano, sendo jogada de um lado para o outro. Mas no final das contas eu tinha que admitir, eu me sentia bonita e bem vestida.

Meu vestido vermelho era levemente rendado na parte de cima, com um leve decote, se arrastando para baixo e chamando atenção para o resto do tecido de cetim que ia até um pouco mais abaixo dos meus pés, e meu corpo estava suspenso por um par de sandálias de salto da cor cinza. Minha maquiagem estava leve, mas bem feita. Meu cabelo estava preso em um penteado levemente trançado para trás, deixando todo o resto solto e com as pontas enroladas. Minhas joias haviam sido escolhidas pela minha mãe, um par de brincos prata, uma gargantilha e pulseira da mesma cor, caindo em um contraste perfeito com todo o resto.