A dor da perda

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Xiao Zhan

Chego em casa a noite, minha esposa  termina de preparar o jantar, não temos mais o mesmo diálogo de sempre, as cobranças dela para que eu arrume um emprego que sobre mais tempo para ela e meu filho é um dos principais motivos de nossas brigas, eu já nem sei se a amo mais, só não peço o divórcio por causa do nosso pequeno, fora isso, não temos mais vida conjugal, ela já não me procura e eu ignoro isso.

— Consegui os autógrafos nos livros Wang Yibo assinou todos!

— Isso é sério?! Deixa me ver! — Ela pega os livros toda empolgada e ao abrir o primeiro, constata de fato a assinatura, mas começa a rir.

— O que foi? — Pergunto intrigado.

— O que fez a ele? Veja suas dedicatórias.— Começo a ler e lá está no primeiro livro o autógrafo e logo abaixo uma singela frase.
" Creio que deve ouvir muito isso ultimamente, mas mesmo estando já acostumado vou dizer: Vá a merda!

"Você não é o dono da razão"

"Nunca conheci alguém tão insuportável"

" A primeira impressão é a que fica o que digo sobre você é que é uma pessoa intragável"

"Te odiei desde o primeiro instante".

— Tenho certeza de que o vi em uma cena de crime ontem a noite e praticamente o acusei sem provas, ele ficou puto e com razão.

— De qualquer forma Zhan você mereceu isso,  Eu vou aproveitar já que estamos de bom humor e pedir o divórcio.

— Mas Ierin e o nosso filho?

— Você não faz muita diferença na vida dele Xiao, então ele não vai sentir sua falta, estamos cansados da sua ausência, amanhã estou indo embora com Xian.

— Não pode fazer isso comigo!

— Não? E você pode não ter horário pra chegar? Pode chegar depois que o parabéns do seu filho já foi cantado? Pode nos deixar sozinhos toda vez porque apareceu um caso novo?! Chega! Eu pedi você não muda, sei que ama seu trabalho, mas o ama mais que a gente. — Não demorou muito e o meu telefone  toca bem no meio da discussão, ela me encara já sabendo que quero atender a ligação.

— Eu não vou atender.

— Pode atender Zhan, minha decisão já está tomada. —  Ela chama  o filho para jantar, eu atendo saindo de casa sem avisar o que era, mas ela já sabia que era algo relacionado ao trabalho . Fico bem triste com a situação, mas não podia obrigar ela a ficar.
Já na cena do crime havia uma mulher, dessa vez, sem antecedentes criminais estava seca feito uma uva passa, tinha sinais  de luta e estava semi nua o que os levou a pedir um exame para saber se ela sofreu violência sexual, era um caso idêntico ao da noite anterior, no entanto dava pra ver que a moça tentou se defender.

— Foi assassinato, não tem como negar. —  Digo enquanto, analiso os fatos.

— Sim, mas como uma moça de vinte e poucos anos parece uma senhorinha de oitenta?— Diz um colega.

— Ele deve usar alguma substância que ninguém conseguiu identificar ainda.

— O primeiro corpo ainda está em análise e nada foi encontrado, substâncias nenhuma, mas a julgar pela aparência foi o mesmo cara.—  completo.  voltei pra casa já sabia que nem dormiria aquela noite, estava muito chateado pela decisão da minha esposa. Mas como disse nada podia fazer, já que ela tomou essa decisão.

Ao  encostar na porta ela se abriu, me deixando completamente assustado já era quatro da manhã, como Ierin esqueceria de trancar a porta? Isso era improvável. Peguei a arma e fui adentrando o ambiente escuro, encontrando minha  esposa na cama de costas para mim ainda vestida com a roupa que fez o jantar, isso era incomum pois ela teria tomado um banho antes de dormir, quando  chego mais perto pude ver que sua pele estava toda ressequida, eu não queria olhar em seu rosto e constatar que ela estava morta, mas tive que comprovar, chorando baixo, a virei para mim, ela de fato estava morta, meu desespero cresceu quando vi um vulto e ouvi uma risada de criança e passos na casa, fui atrás armado, temendo por meu filho, aquele vulto parecia brincar comigo,  acendi todas as luzes, enquanto corria para o quarto do meu filho, chegando ao local a criança estava coberta por um lençol, nesse momento eu estava temendo o pior minhas pernas vacilaram, o medo de descobrir meu filho e ele estar igual a mãe me fez recuar um pouco. Já próximo tremendo, muito assustado  levanto o lençol sem olhar ainda, mas sou agarrado por trás e sufocado por alguém que tem a pele muito gelada,  tentei de todas as formas possíveis me soltar, no entanto minha visão foi ficando turva a escuridão me tomou por completo.

Ao Cair Da NoiteWhere stories live. Discover now