Posso suprimir esse amor?

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Enquanto eu jogava cinco mil na parede, (meu notebook) Zhan acompanhava todo meu drama da janela dele, meio compadecido afinal ele tinha um coração enorme e ao me ver chorar feito uma gazela parida, ficou bem triste não entendia bem o porquê, mas sentia que eu não podia ser mau do jeito que ele acreditou, acabou por decidir não mais espiar, tava ficando triste de verdade com aquilo.

- Yibo, não pode-se expor assim, o prédio a frente dá pra essa janela, já pensou se alguém filmou a cena que você fez?

- Eu sei mas dói! Eu não me lembrava como dóia! vou matar ele por isso! Arrancar sua alma de seu corpo e vê lo sumir !

- Ficou tão "emocionado" que nem perguntou o que houve aqui em casa, agora é hora de ficar bem.

- Eu sei que o Coletor veio pra cá! Sei que os atacou, infelizmente não precisa me contar essas coisas sou a merda de um ceifeiro caçador.

- Hum, mas não percebeu que ele vinha pra cá porque estava ocupado sabe se lá fazendo o que com Zhan.

- Não insinue coisas! Esse humano me atrapalha!

- Por outro lado se não quer perder o restinho de humanidade que há em você precisa que ele te ame.

- E o que ganho tendo sentimentos?! Se ele souber o que sou e como fiquei assim vai me odiar.

- Não vai fazer diferença se seus sentimentos sumirem?

- Eu gosto de não sentir nada! Chorar feito um idiota por causa de um ser tão fraco não é nada honroso!

- Não dá pra falar com você desse jeito escuta Bo precisa se libertar disso eu quero ter paz! - Yeliel saiu e eu percebi que Zhan estava na janela dele mais uma vez, então fechei as cortinas ele ficou bem preocupado, mas ainda desconfiava que eu podia ser o autor dos crimes, mas eu não era, eu estava nas cenas de crime porque estou caçando quem está colhendo almas que não estão em sua hora de morrer. Mas Zhan estava me atrapalhando a pegá-lo, A esposa dele só foi morta porque o assassino sabia que ele ia achar que era eu. A alma do filho de Zhan não havia sido roubada por completo porque eu havia intervido, mas não consegui chegar a tempo de salvar Ierin.

No passado eu havia feito a besteira de entregar minha alma a um ser chamado Rikako, esse ser prometeu trazer Wei de volta pra mim em outro corpo, mas a alma seria a mesma só que ele precisava de sacrificios para isso, Porém não me contou como seriam esses sacrifícios, nem contou as consequências do meu ato, depois que selei um acordo de sangue, onde tive que cortar minha mão e entregar para ele beber uma boa quantidade ele fez o mesmo, no instante que tomei o sangue dele, meus pais foram mortos em casa, meus irmãos ficaram como eu sem suas almas sendo obrigados a servir ao tal Reikako, eu só tinha 15 anos na época, estava desesperado de saudades e fui egoísta, Reikako não cumpriu sua promessa de trazer Wei Wuxian de volta pra mim, disse que na hora certa ele renasceria e eu quis mata-lo por isso, tivemos que nos mudar de cidade, pois eu e meus irmãos não envelhecemos, as pessoas iam disconfiar que tinha algo errado. Foi difícil, mas o pior é nunca ter superado a morte dele, nunca ter esquecido nem a textura de sua pele, por isso era tão difícil aceitar que meus sentimentos voltassem como antes, eu estava fadado a ama-lo até o dia em que eu morresse de alguma forma e digo que não foi falta de tentativas...

Acordado a noite inteira, pois ceifeiros não dormem acabei por editar o restante do capítulo no celular mesmo, tinha que comprar outro notebook! Que raiva senti de mim mesmo.
Cedo Zhan saiu para ir ao hospital ver o filho, mas a assistente social o impediu, alegou que o estado em que o menino se encontrava era por culpa do emprego dele e que havia uma ordem de restrição sobre ele visitar a criança, a avó materna havia iniciado um processo contra ele. Zhan fez um escândalo na porta do hospital e o que conseguiu foi ser levado pra delegacia. Onde ele quis argumentar, mas não deu certo o processo era bem claro, a culpa da casa ser invadida estava sendo atribuída ao seu trabalho arriscado que por causa dele o menino corria riscos de vida. Então foi a vez dele desabar, Zhan não sabia bem o porque mas tocou minha campainha e eu fui atender, quando o vi naquele estado não tive como usar minhas piadinhas. Ele me abraçou muito forte e chorava muito. Eu o abracei de volta e o pus pra dentro.

- Vão tirar o meu filho de mim, mas não tive culpa pela casa ser invadida, desculpa ter vindo pra cá assim, mas eu não sabia pra onde ir.

- Tudo bem Zhan, pode ficar o tempo que precisar. - Olha eu de novo sendo mole com ele.

- Você acha que sou culpado pelo que houve?

- Não, sua profissão é perigosa, mas não podem te culpar por invadirem sua casa.

- Mas então porque me sinto tão culpado...se eu não fosse policial Talvez ninguém invadiria minha casa e mataria minha esposa ou machucaria meu filho, ele é tão pequeno como alguém faria algo tão absurdo assim com uma criancinha?

- Infelizmente a terra está cheia de pessoas ruins Zhan não foi culpa sua.- Sem perceber já estávamos mais perto que antes, ele acabou deitando em meu ombro e eu não sabia se o tirava, ou se aproveitava dele, o cheiro suave dele mexia comigo de um jeito enlouquecedor, eu o jogaria em minha cama e mataria minha vontade se pudesse, enquanto ele chorava desconsolado eu só pensava besteira, que merda sou!

- Você já teve alguém com quem quis dividir a vida? - Ele me pergunta do nada e isso me machuca mais.

- Eu tive, mas ele foi egoísta.

- Eu nunca tive, casei com Ierin porque ela engravidou, eu achei que a amava durante um bom tempo, mas sempre colocava outras coisas em primeiro lugar, isso não é amor é Yibo?

- Não. Quando se ama a pessoa amada vem em primeiro lugar. Não tem pra onde correr é assim.

- Você amava muito seu namorado aquele que parece comigo?

- Eu adoraria que você voltasse o seu foco para o seu filho! Suas perguntas estão ficando absurdamente incovenientes e com você chorando ou não vou acabar te dando uma porrada.

- Você fica bravo toda vez que menciono algo assim, por quê?

- Ele se matou! Não pensou em como eu ficaria, e eu o odeio por isso! Essa é a razão pela qual fico bravo ok?! Agora chega de falar nesse assunto.

- Eu sei que vai parecer que sou intrometido, mas Yibo porque ficou daquele jeito ontem? Eu vi tudo da minha janela.- Eu queria socar ele.

- Deixa de ser fofoqueiro! Aaah você é chato irritante para!

- Só fiquei preocupado, você parece ter um coração de pedra e parece ser forte também, ontem me pareceu frágil precisava de um ombro, pode usar o meu se precisar.- Merda de policial bonzinho! Porque ele tinha que ser tão amável? E me fazer ficar bobo daquele jeito, olhando aqueles olhos profundos e ainda cheios de um brilho que ninguém podia apagar. Eu havia me apaixonado por sua indisplicencia no passado e ao mesmo tempo pelo coração bom que esse menino tinha e agora ele estava me pegando justamente nisso, com sua voz doce e seu sorriso fofo sua forma de se expressar sem medo se iam achar que ele era um policial bobo, cheio de emoções afloradas mas implacável em fazer seu trabalho, eu o encarava feito um idiota enquanto ele falava pelos cotovelos, com os olhos ainda úmidos de chorar.

- Não tenho coração de pedra, se tivesse certamente conseguiria falar desse assunto como se fosse nada.

- Eu sei, mas você reprime sua dor, porque quer que as pessoas achem que está tudo bem.

- Ah tá bom eu admito! Não gosto que vejam minha fragilidade. Mas você é intrometido e fofoqueiro e agora pare de me perguntar essas coisas!

- Tudo bem, você deve conhecer advogados bons, vou precisar de um se quiser meu filho de volta.

- Não vai poder pagar um advogado dos que conheço. - Zhan volta a chorar tudo de novo, sem um advogado excelente ele não vai conseguir reaver a guarda do filho.

- Puta que pariu Zhan pare de chorar! Eu vejo o que posso fazer, mas para. - Ele deitou em meu ombro outra vez, ele era incrívelmente maluco, eu o havia beijado e na hora ele ficou meio chocado agora estava deitado no meu ombro como se não lembrasse o que aconteceu.

Essa fic é uma adaptação da estória Além da vida de @Dhoka do spirit a versão original dessa obra é Jikook pra quem quiser acompanhar lá o link tá aqui👇

https://www.spiritfanfiction.com/historia/alem-da-vida-21008519

Ao Cair Da NoiteOù les histoires vivent. Découvrez maintenant