❝My Youth Is Yours {Jung Hoseok}

Vinte e Três

Seo Yeon.

Eu ainda não conseguia acreditar que ele havia tido a coragem de me enganar o dia todo. A minha maior vontade era de joga-lo de um penhasco. Mas uma parte de mim estava feliz só por imaginar que ele pegou um vôo de Seul até aqui só para me ver.

Me pego sorrindo boba ao ver as flores em cima da pia, mesmo sabendo que elas amanheceriam mortas amanhã.

— Filha? — Meu pai chama da porta.

— Sim, papai? — Olho pra ele.

— Ele vai dormir aqui?

— Acho que sim. — Penso um pouco. — Está um pouco tarde para que ele pegue um vôo de volta para Seul. — Digo finalmente.

— Entendo e odeio que a minha filhinha esteja trazendo um namorado para pela primeira vez. — Ele sorri. — Coloque-o para dormir no sofá, está bem?

— Não se preocupe, eu já estava pensando em fazer isso. — Sorrio.

Eu entendia a preocupação do meu pai. Mesmo que eu já tivesse passado da maioridade, para a nossa cultura era péssimo que uma mulher perdesse a honra antes do casamento e sabia que meu pai se importava com isso. Eu não ligava, e para ser sincera, duvidava muito que eu e Hoseok fossemos esperar até estarmos casados, mas em hipótese algum aquilo aconteceria naquele dia e bem debaixo do teto do meu pai.

— Já estou indo para o meu quarto.

— Já? Eu achei que você fosse conversar mais com ele. — Caminho até onde ele está.

— Estou exausto por causa do trabalho, talvez possamos conversar depois. — Ele me abraça. — Tenha uma boa noite. E juízo, está bem?

— Também tenha uma boa noite e eu sempre tenho juízo. — Retribuo o abraço.

Enquanto meu pai sobe as escadas, eu me sento sofá me questionando o que raios Hoseok havia ido fazer no carro para estar demorando tanto. Aproveito a sua ausência para passar os dedos pelos meus cabelos e deixá-los no lugar, assim como para finalmente ver se a minha roupa estava ok. Hoseok já havia me visto naquela noite, mas agora estaríamos sozinhos.

Quase como se ele ouvisse os meus pensamentos, a porta da frente se abre e ele entra com sua pequena mala e algumas sacolas na mão.

— Finalmente! Já estava achando que alguém tinha te sequestrado. — Olho pra ele.

— Desculpe amor, eu estava me questionando se deveria te dar isso agora ou depois. — Ele me estende as três sacolas de marcas de grife e eu olho pra ele desacreditada. — Sei que você não se importa com esses presentes caros, mas não queria chegar aqui de mãos abanando. Pegue logo.

— Você ficou maluco? Essas sacolas devem ter o preço do seu cachê. — Me recuso a segurar as sacolas.

— Isso aqui não foi nem um quarto do meu cachê e eu quero mimar você no seu aniversário. — Ele sorri. — Pegue ou então eu vou ficar chateado. — Faz bico.

Contrariada, pego as sacolas de suas mãos. Eram de três marcas diferentes e de pesos variados. Não dava para distinguir o que eram exatamente. Dele eu podia esperar absolutamente qualquer coisa.

— Qual devo abrir primeiro? — Pergunto, olhando para as três.

— Essa. — Ele aponta para a da Nike enquanto se senta perto de mim.

Pego a caixa que estava dentro e eu já sabia que era um tênis. Me surpreendo o ao ver o Jordan vermelho e branco da coleção Not For Release. Aquele tênis era um sonho, e não só por está esgotado em quase todas as lojas, mas também por ser incrivelmente confortável, principalmente para dançar. Abro e fecho a boca várias vezes, mas não consigo dizer nada.