Capítulo 6 "Voltando para a noite"

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=Martina Ross=

— Você não está comendo nada. — Max alertou. Passou tanto tempo desde a chegada da comida, escutei atenciosamente as histórias da vida de Max, por momentos esqueci-me completamente de comer.

— Estou satisfeita. — Disse sorrindo. Max franze o cenho.

— Não está. — Contradizeu. — Você não tem comido o suficiente. — Depositando seus braços na mesa, Max me fita com o olhar . — Qual foi a refeição mais saudável que você teve no último mês?.— Perguntou me deixando boquiaberta.

— Ontem? Ou talvez na segunda não lembro. — Minto. Não lembro qual foi a alimentação mais saudável que tive, ficar sem ânimo tira a vontade de fazer qualquer coisa, e olhar para a comida dava uma certa preguiça em a colocar na boca, e assim usar os dentes para a sua decomposição.

— Você mente tão mal. — Rindo Max falava. — E, está amando demais, acabou esquecendo de si e do seu recomeço.

— Eu não...— Queria poder defender minha tese.  Dizer que ele está errado, afirmar com todas as palavras que, Brian ficou em meu passado.

Qual seria o melhor jeito de negar uma verdade conhecida?

Meu olhar se perdeu no canto do refeitório, lembro como se fosse ontem quando Carla manchou minha camiseta de café, Brian saiu em sua defesa. Consequentemente brigamos demais, palavras fortes ele desferiu contra mim, e horas depois, estava em minha porta pedindo perdão.

Saudades!.

Sinto saudades das nossas brigas fora de hora, do seu sorriso caloroso, seus olhos castanhos escuros, e principalmente de sua mão em volta de meu corpo. Meu porto seguro.

— Você já percebeu quão rara é?.— Max falou. Aceno a cabeça em negação.

— Tão rara que acabei perdendo algo mais raro ainda. — Murmurrei cabisbaixa.

— O amor ou ele?.— Seu olhar curioso desceu sobre mim. — Se for ele, você já sabe a minha opinião.

— Hum. — Murmurrei.

Pensar em recomeçar em meio a tantas lembranças, vêm se tornando sufocante, preciso apenas voltar a deitar minha cabeça no travesseiro, fechar os olhos ao som de uma  música deprimente e pensar nele. Sentir seu toque em meu corpo, fazendo todos meus pelos se arrepiarem. Quero voltar a reagir a ele, sentir minha respiração ofegante após um beijo, ter minha mão tremula de tanto tentar resistir a seu corpo.

— Você gosta de chocolates?.— Max perguntou. Seus braços foram se estendendo pela mesa ate que finalmente com as pontas dos dedos toca minha mão.

—  Adoro. — Respondo com um sorriso envergonhado.  O aroma do chocolate acalmava minha ansiedade quando perdi minha mãe, o gosto do cacau fluindo em minha língua reduzia a tensão em meu corpo.

— Vamos fazer um acordo. — Sugeriu. Separo o toque de seus dedos em mim, apoiando minha mão no queixo vejo um sorriso se formar em seu rosto. — Você recua porque não pode, ou simplesmente tem medo?.— Falou.

— Max seja cavalheiro e não faça perguntas óbvias. — Gargalho lembrando de suas palavras a horas atrás " Uma coisa não tem nada haver com a outra". — Vamos ao acordo.

— Oh. Se você passar a se alimentar direito, eu passarei a dar-te chocolate em todas as noites. — Sorriu.

— Isso parece uma chantagem infantil. — Max voltou a sorrir jogando sua cabeça para trás. Eu adorava vê-lo fazer isso. — Mas, o meu lado infantil aceita.

Nosso Último BeijoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang