Capítulo 11 " Tente outra vez"

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Um tapa!

Foi tudo que ela deu como resposta depois do nosso momento, não sei ao certo qual reação eu esperava dela, entretanto um tapa forte em minha bochecha direita estava fora de cogitação. Seu genes difícil e sem definição se mantém com ela, afinal, quem seria Martina se não tivesse tantas incógnitas para a desvendar?

Termino de dar o nó na gravata, ajeito o casaco azul escuro, verifico mais uma vez meu reflexo no espelho, as olheiras ainda se fazem sentir, resultado de uma noite mal dormida pensando no quão idiota estou sendo desde que, tomei a decisão de viajar, nesse momento minha vida virou do avesso literalmente. Passo a mão pelo rosto cansado enquanto caminho pelo quarto fora. Os corredores mantém um silêncio confortável, pelo horário a maioria deve estar na lanchonete fazendo suas refeições, a falta de preparo mental para enfrentar Martina e Max entre beijos e carícias, tira minha fome de maneira instantânea.

Não demorou muito para avistar a porta da sala de aula, sem gritos exagerados próximo a porta, sinto ter feito a escolha certa. Não suportaria encontrar Martina depois do que aconteceu ontem, minha mente continua a mil pensando nas melhores desculpa para voltar a chamar sua atenção, os beijos trocados ontem carregavam todos os desejos mais insanos que já tive quando olho para seu rosto. Balanço a cabeça afastando meus pensamentos dela, giro a maçaneta da porta e adentro na sala, o lugar por agora em silêncio, contém apenas uma pessoa. A garota veste o uniforme da mansão, com a cabeça baixa lê um livro animadamente, seus lábios se comprimem formando um sorriso lindo, aos poucos sua expressão suaviza, a surpresa estampada em seu rosto me faz soltar um sorriso involuntário. Conheço essa garota, a única capaz de aquecer meu coração com o toque de suas mãos macias, em silêncio caminho até a mesma tentando ao máximo não fazer barulho, Martina volta a sorrir de um jeito tão brilhante que seria capaz de iluminar a cidade inteira. Meus passos são os mais lentos possíveis na tentativa de não fazer barulho para não a assustar, quando chego próximo a ela, esbarro na mesa a minha frente causando um som arrepiante, Martina fecha a cara ao me ver e pousa o livro na mesa, seu semblante indecifrável se mantém.

— Oi. —Falo passando por ela. Tomo meu assento que por sinal é atrás dela.

—Brian. — Limpou a garganta e falou. — Da próxima faça menos barulho.

— Barulho é comum, apenas se acostume. —Sussuro próximo ao ouvido dela. —Provavelmente o problema não foi o barulho, e sim, eu por ter atrapalhado você.

—Tal como beijo são comuns. — Gargalhou. —E, pense o que quiser.

— Por falar em beijo, foi bom sentir que seus lábios ainda se encaixam com maestria nos meus. — Mordo o lábio inferior contendo o riso. —Foi bom sentir a reacção do seu corpo ao meu toque. Aposto que Max não causa o mesmo que eu.

Em um movimento brusco, Martina virou e me encarou, a raiva em seu olhar me fez soltar um sorriso. Sabia que ela ia responder.

—Você não é metade do homem que Max é. — Sorriu. Martina sorriu abertamente pronunciando o nome dele.

—E Max, não é metade do " Homem" que você realmente ama. —Aproximei meu rosto do dela sentindo seu hálito quente humidecer meus lábios.

— Você que pensa assim. —A mesma roça o nariz no meu e se afasta sorrindo de maneira provocadora.

Pensei em reivindicar, queira dizer algo capaz de esquentar mais o momento, os gritos vindo do lado de fora da sala cortam o clima que havia se instalado em nós, Martina volta sua atenção ao livro enquanto eu, observo a pequena multidão de alunos que entram na sala causo o maior alvoroço e barulho, mantenho uma postura suave a medida que a sala se torna cheia. Olhos curiosos voltados para nós me fazem soltar um suspiro profundo, nada aconteceu. Mentes perturbadas desenvolverão fofocas mal-entendidas. Aos poucos os lugares vazios foram preenchidos por seus respectivos donos. Quando pensei que, o barulho fosse se instalar na sala, um senhor de seus quarenta e poucos anos adentra na sala atraindo toda a atenção, o mesmo não muda seus trajes de costume, uma calça de pano preto, acompanhado pela camisa social branca de mangas longas, sem ao menos dizer nenhuma palavra toma seu lugar próximo ao quadro soltando por cima da mesa, uma maleta preta que só agora consigo notar. Após analisar a turma, retira seus óculos quadrado e sorri satisfeito.

Nosso Último BeijoWhere stories live. Discover now