Capítulo 4

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Árvores!
Sinto a brisa embalar meu corpo, o arrepio se formar em minha pele, a mata  tira o meu suspiro. Suas árvores de diferentes formas e tamanhos, exibindo o seu verde realçam a beleza do local.

Olhei entre os arredores em busca de algo familiar. Alguém familiar. Ao longe, distante dos salgueiros inclinados, eu o vi. Sua regata branca exibia seus músculos definidos, seu cabelo cresceu debatendo com suas bochechas morenas. A escuridão daqueles olhos castanhos me fitaram. Apenas um olhar foi suficiente, meu corpo reagiu a ele, a ansiedade, o nervosismo, arrepios, sensações que apenas ele causava em mim.

— O que você gostaria de contar. — Sua voz soou juntamente com o murmúrio do vento em minha pele. Com as mãos no bolsos da calça jeans preta, Brian contorce seu corpo no tronco do salgueiro.

— Eu gostaria que você estivesse bem aqui agora, e tudo ficaria bem. — Sussurrei.

— Eu estou aqui. — Sorriu. Enquanto caminha até mim sinto meu corpo reagir a sua presença, minhas mãos trémulas imploram pelo seu toque. — Você me teve em suas mãos . — Tão próximo, seus olhos castanhos refletem uma escuridão. A escuridão por mim causada. —  Você me deixou escapar. — Queria poder tirar meu olhar em torno desses olhos castanhos, mas algo me prende a ele.

— Desculpa. — Digo em meio a lágrimas que brotam de meus olhos de maneira desconhecida.

Lutando contra o meu subconsciente adormecido, forço meus olhos a abrirem me tirando do sonho. Lençóis molhados devido ao suor criando no meio da noite em outro sonho.  Depois de tanto apertar os olhos, finalmente os consigo abrir. A luz do sol invadia o quarto, a clareza ainda maltratava meus olhos encharcados. Mais uma vez em meio a um sonho, chorei ao vê-lo. Sonhar com Brian tem sido intenso, cada sonho uma aventura diferente, e, saber que ele está dormindo em Paris me sufoca. Todas as noites, com a cabeça no travesseiro não consigo parar de pensar nele, em meio a toda essa distância, só o posso ter em meus sonhos.

Debatendo com a pouca disposição em mim, pulo da cama enrolada em meus lençóis branco de seda, o tecido tingia o meu corpo outra parte era arrastado pelo chão a medida em que eu caminhava.

Adentrando no banheiro, ainda sonolenta entro no box, assim que que a  água começa a correr pelo meu corpo encharcando meus cabelos escuros, forço minha mente a vagar nas memórias do sonho. Memórias eram tudo o que eu tinha dele. As gotas de água passeavam pelo meu corpo contraindo meus músculos, o relaxamento muscular estava finalmente acontecendo. Finalizando, enrolo a toalha branca em meu corpo, usando uma mais pequena para enxugar os cabelos.

[...]
De frente ao armário, escolho a calça jeans preta e uma T-shirt com alguns desenhos na borda. De cabelos soltos, abandono o quarto em busca de algo para comer.
Os corredores começam a ficar cheios, cada um seguindo o seu caminho para diferentes lugares, as férias terminaram depois de já ter se passado um mês, finalmente os corredores voltarão a ganhar vida.
Nada disso substitui o que eu realmente quero, cognitando a possibilidade da sua volta, enche meu coração de esperanças. Mesmo sabendo que as coisas podem não ser como antes, eu ainda quero.

— Querida. — Oiço alguém falar, porém ignoro e sigo caminhando abandonando o corredor vazio. Passando pelos alunos, alguns carregavam caixas com seus materiais e outros, jogavam conversa fora.

— A audição não é uma das suas melhores qualidades. — A voz voltou, entretanto viro a fim de reconhecer o dono da voz.

— Marcos. — Suspirei cansada. Já se passou mais ou menos um mês, desde a última vez que o vi.  Nada mudou nele, seus olhos verdes passeiam pelo meu corpo, sua mão direita massageava  seu coro cabeludo  preto, entretanto, ao invés de continuar meio curto, seu cabelo estava um pouco mais comprido.

Nosso Último BeijoWhere stories live. Discover now