Capítulo 21

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Você nunca espera que a vida te dê um sorriso involuntário,  quando se é mosaico quebrado entre rodapés na história de sua vida, montamos planos toscos para dias de merda e do nada, você acorda assim... Como se tudo finalmente fizesse sentido.—Clementina Sousa

Podemos dizer que voltei?
Siiiim amores, obrigada pela força e tudo finalmente fui capaz de recuperar e tirar um tempo para refletir, confesso que durante todo esse período, eu quis apagar o Wattpad e todas as obras que tenho aqui, mas não o fiz. O meu especial obrigada a todos os leitores ( Vocês foram DEMAIS)

E vamos de Capítulo? Siiiiiimmmm

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Forço minhas pálpebras a medida que sinto os raios de sol invadirem parcelamente as brechas na janela, seus feixes de luz iluminam o quarto afastando a pequena escuridão. Viro meu corpo para o lado da cama, com um sorriso bobo esboçado nos lábios, sentir-se assim, tão livre como se tudo fosse possível, nunca foi tão fácil.

Nem nos meus melhores sonhos, ou nas piores fantasias, imaginei sentir meu corpo tão conectado ao de alguém  como ontem, foi novo e incrível aprender a forma como me encaixei nela, e saber que, cada toque meu, cada gesto a fazia se sentir tão activa quanto eu,  seus gemidos ainda ecoam no espaço vago de minha cabeça, como notas musicais de uma canção antiga que, de algum jeito é sua favorita.

Pressiono meus olhos, a ardência chega a ser grande que acabo por soltar uma ofensa baixa, enquanto praguejo mentalmente, viro o rosto para o outro lado da cama, e finalmente cedo a visão a minha frente, um espaço vago no outro lado da cama, a coberta que parcialmente a cobria na noite anterior, não se encontra lá e mais uma vez, ela não está.

O espaço vago quebra meu coração, imaginar que, dormi tanto ao ponto de não a escutar sair me faz sentir o pior dos idiotas. Apoio os braços na cama e me sento, meu corpo está tão quebrado, e o quarto nunca esteve tão bagunçado, é como ter Marcos aqui. Porém, são é apenas um conjunto espalhado de minha roupa, cobertas jogadas em algum canto, e nada dela.

Não que eu esperasse flores ao acordar, mas merda ela simplesmente saiu, sem deixar um bilhete ou dar explicações, Martina sumiu como uma maldita covarde incapaz de encarar as consequências da noite anterior.

Puxo a coberta e a enrolo no contorno de minha cintura, não sei como me sentir com isso, ultimamente não sei como me sentir em relação a Martina, é  tudo  tão confuso, as vezes parece que a conheço bem demais, e em outras ela é apenas a Martina.

Frustrado comigo mesmo por permitir que me sinta assim, rastejo meu corpo pegajoso pelo suor da noite anterior até ao banheiro, quando giro a maçaneta e o ar frio embala meu corpo, suspiro profundo.

Quando a água começa a correr meu corpo, e o sabão desce meu corpo limpando cada vestígio de suor, Resmungo porque ainda a sinto, como uma tatuagem permanente, Martina se infiltrou em mim e tomou tudo.

Meus braços contém pequenas marcas que, trazem de volta cada momento, cada gesto e principalmente a maneira como ela apertava meus braços enquanto nossos corpos se formavam na mesma sintonia, com a mesma energia e potência. Ela está aqui, marcada em meus lábios, em minha cabeça, meu corpo e principalmente em meu coração.

Apenas ela

Desligo a água, puxo a toalha felpuda preta, e a enrolo em torno de meu corpo, e assim retomo as quatro paredes azuis do quarto.

— E que furacão.

Viro meu corpo para o lado oposto após escutar a voz, Marcos passeia calmamente entre o conjunto de roupas e cobertas espalhadas no chão.

Nosso Último BeijoWhere stories live. Discover now