Nosso Último Beijo

Capítulo 29

"Você sonha e realiza" Eles sempre dizem isso, mas ninguém nunca diz, sobre o quão difícil é a batalha até a vitória.

O ser humano tem a mania de reduzir o impacto ou aumentar, mas o ninguém quase fala, é sobre a real dificuldade da batalha.

Entre o amor e a dor, acredito que tenha uma linha tênue, a capacidade que o amor tem de doer é tanta, as vezes é intencional e em outras nem por isso. Considero como algo difícil de entender,  é ciência,  é soma ou adição de sentimentos, corpos que se atraem e se completam, é a química que brota a cada olhar.

O amor é um conjunto belo de sensações e dor.

E eu poderia definir esse momento assim,como um conjunto de vidas que cruzam através de uma linha invisível que as une.

Agora, nesse momento, com Martina deitada na grama e seu cabeça encostada em minha perna enquanto aliso seu cabelo, de verás é a melhor imagem que poderia ser retratada por qualquer artista.

— Quanto tempo você acha que perdemos?

Ela pergunta de modo incomum, consigo visualizar um pequeno sorriso em seus lábios, e eu poderia jurar que meu coração nesse momento errou uma batida.

— Eu não sei. — começo. — Eu acho que não existe tempo o suficiente para o amor, é sobre como você mantém essa chama aquecida, e não sobre quanto tempo.

— Você pode estar certo.

E assim o tempo passa, é mais uma tarde fora do normal, fora de brigas e discussões, é apenas eu e meu amor, aproveitando a brisa leva do jardim enquanto massageio seu cabelo e ela conta uma história aleatória de sua vida que escuto com devoção.

Em um suspiro rápido, Martina se levanta devagar e sacode o resto de relva em seu corpo, ela sorri desajeitada e contorna suas órbitas azuis em mim.

— Eu preciso ir agora. — justifica. — É semana de rever os balanços patrimoniais.

— Você fica sexy nessa postura. — solto e a vejo baixar a cabeça. — E, esse movimento nada intencional é como fogo em minhas veias. Mas não é por isso que eu amo você.

— Você gosta disso não é?

Levanto rápido e encaro exibindo meu melhor sorriso, meu amor nada diz, apenas mantém seu rosto sereno enquanto observa cada movimento meu.

— Eu realmente gosto. — Dois passos e estou próxima a ela. — Eu realmente gosto de saber que, seu corpo gosta disso. — Um passo a mais, uma leve pausa.

Martina inspira calada, como se quisesse digerir e aproveitar cada momento com tranquilidade, seu peito sobe e desce com maestria e o som abafado de sua respiração é como música combinada a brisa leve que nos cobre, meu amor me encara com a postura mais relaxada que já vi nela desde a vários meses atrás, e posso jurar, essa é sua melhor versão, quando seus olhos semi-cerram e um sorriso preguiçoso ilumina seus lábios vermelhos.

— Você de alguma forma confunde e bagunça meus hormônios, não parecem os mesmos quando você está perto e diz essas coisas. — a vejo engolir em seco. — Nada em mim parece ser o mesmo quando você está por perto.

Proclama convicta, agarro sua mão e a enlaço na minha, ela sorri. Sorrisos são bonitos e intensos, e saber que de alguma forma você causa o mais sincero sorriso em alguém, é fodidamente intenso e perfeito.

Devagar caminhamos deixando para trás qualquer rastro de nossa presença no local, hoje a mansão esta vazia, o que de alguma forma de torna libertador e reconfortante, não que exista algum preso em andar desse modo com o meu amor, entretanto nunca chegamos realmente a falar sobre como queremos as coisas.