Capítulo 28

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Braços envolvem meu corpo
É quente e confortável, de certeza o melhor lugar onde poderia estar, com a pessoa com quem deveria estar, de momento tudo parece tão certo, excepto o facto que nos trouxe a esse momento.

Esquecer
Esquecer
Esqueça

Tudo o que queria naquele momento quando a bola inflou o suficiente para explodir em minha frente, naquele momento parecia estranha a tudo, desde as vozes e o pedido de socorro, por momentos parei tentando buscar uma posição, saber quem sou e o que deveria realmente fazer, e tudo deu zero.

Eu só queria esquecer

E outra vez, como em todas as outras vezes, ele segurou em minha mão e me puxou da realidade dura me trazendo para seu paraíso particular, onde a dor desaparece a cada toque e arrepio, e nessas situações, eu sinto como se tudo estivesse bem.

Mas talvez não estivesse, é tudo tão delicado que não consigo assimilar, por isso, agora tento ao máximo sair da cama sem acordar o rapaz de olhos castanhos deitado em minha cama como se fosse um bebê fofo, seu cabelo parece mais bagunçado que o normal, suas feições mais calma, e seu lábios levemente entreabertos deixam a desejar mais ainda, eu poderia jurar que ele está em posição desconfortável devido ao pescoço quase torto por cima do travesseiro, mas esse jeito tão calmo, como se não fizesse interesse, isso é perfeito demais para quebrar.

Levanto em um salto leve, viro e o encontro na mesma posição, meu coração dispara a cada passo que dou para longe de seu corpo, isso é mais perceptível que o branco manchado de vermelho, eu não quero sair, não quero ir, mas precisamos disso, de um ponto para entender o que queremos e como queremos, porque eu aprendi com as outras vezes, o jogo precisou acontecer para que eu e ele pudesse existir, e tudo bem, eu realmente entendo dessa vez.

Adentro no banheiro devagar para não o acordar, quando finalmente consigo fechar a porta, suspiro profundamente na esperava de tudo ser um sonho, mas no fundo não quero que seja, na verdade embora eu não admira em voz alta, o quero  aqui. E talvez em algum momento eu seja forte o suficiente para falar.

Quando o jato de água quente percorre meu corpo, permito que a esperança deslize em minha pele e talvez, por breves momentos eu seja capaz de apagar o que vive na noite anterior, não tenho certeza se é da fragilidade de minhas pernas doloridas, ou da sensação imaculada que é ter é seu corpo junto ao meu, apenas sei que ele é o que me faz bem.

A medida que tudo passa, é apenas idiota manter essa distância e fingir que não preciso dele, como meu corpo realmente precisa, embora eu diga " tempo" mas sei que não preciso, não quando sei onde devo realmente encontrar meu ponto de luz, mas tudo nele arde em vermelho ardente, desde seu passado pouco confuso, seu presente decaído e finalmente, como o pico de tudo, seu futuro é incerto e instável e isso me causa...medo.

Enrolo meu corpo na toalha mais próximo, devagar repouso os pés no piso gelado — Outra vez— busco o máximo de força possível e assim o faço, abro a porta deslizando para longe dos olhos castanhos que, agora me encaram perplexos.

— Bom dia, amor. — Ele começa. — Você me parece bem!

Afirma e consigo sentir isso deslizar em sua língua enquanto dança em sua voz, eu sei que ele sabe.

— Bom dia Brian. — Retribuo casualmente buscando algo confortável no fundo do armário.

Ele se aquieta por tempo o suficiente para me fazer jurar que sorri por detrás de minhas costas, o que de alguma forma não me incomoda, se tornou apenas confortável? Provavelmente.

— Você fica sexy de toalha, deveria usar perto de mim mais vezes. — Paraliso com a mão na peça preta a minha frente. — Mas bom, eu juro que a visão sem é melhor.

Nosso Último BeijoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt