A Sombra do Lobo Branco || {jikook}

Capítulo 16 | Nascido para Governar

A Sombra do Lobo Branco | Nascido para Governar

Apesar de estar em trajes reais completos, caminhando rapidamente pelos corredores, Jeongguk passou estranhamente despercebido pelos servos e guardas que estavam correndo. O palácio estava cheio de energia, mas não de empolgação, muito pelo contrário, na verdade: as vozes foram abafadas enquanto os servos trocavam preocupações e os olhos dos guardas disparavam como se esperassem que chovessem flechas do céu a qualquer momento. Os corações dispararam ante a perspectiva de um inimigo anteriormente distante, agora em sua porta. Toda essa ansiedade intensa pesou sobre Jeongguk enquanto ele se aproximava da Sala do Trono. Caminhando na frente de uma pequena procissão, ele se sentiu como se estivesse sendo empurrado para a frente como a resposta a todas as preocupações do povo. Um escudo entre eles e a guerra. Afinal, ele nasceu para governar Ganghan. Eles tinham que confiar nele, ele supôs.

Ele teria uma audiência com o Príncipe Bukpyeol e simplesmente cuidaria do que era preciso ser resolvido, faria o que fosse necessário para satisfazer a situação. Como um Rei deveria, bom e simples...

Ainda assim, Jeongguk engoliu em seco quando as escadas para a Sala do Trono estavam a seus pés, o peito iluminado com um pavor inesperado. Ele poderia fazer isso... certo? Não, ele tinha que fazer. Chega de fingir, ele teve que finalmente assumir seu título e agir como—

— Sua Alteza Real, o Príncipe Herdeiro Jeongguk de Ganghan — sua presença foi anunciada para as figuras de pé na grande sala, as portas escancaradas, como sempre acontecem quando há uma audiência.

Resumidamente, duas figuras desconhecidas voltaram seu olhar para ele antes de fazer uma profunda reverência, dando um passo para o lado com as cabeças baixas respeitosamente. Jeongguk olhou para eles com o canto do olho enquanto passava, mas com seus rostos voltados para baixo era difícil distinguir suas feições. Em vez disso, Jeongguk se concentrou em onde estava pisando ao se aproximar do trono.

Sua mãe, sendo Rainha Viúva, não teve permissão para sentar no trono e, em vez disso, recebeu um assento ao seu lado por seu tempo como governante — temporário, assim como seu reinado deveria ser. Era onde ela estava sentada agora, com uma linha séria entre as sobrancelhas. Ela não cumprimentou o filho além de encontrar seus olhos por um breve segundo, as mãos cruzadas com força no colo.

Subindo as escadas, Jeongguk percebeu que aquela era a primeira vez que ele se sentava no trono. Era grande e maravilhoso em todos os seus nós torcidos e galhos pretos e dourados polidos, que pareciam encher a sala do trono como a crista com chifres de um dragão — tão imponente quanto a maior árvore em toda a terra da qual foi talhada. Verdadeiramente único. Sua presença pairava sobre ele e ele não podia deixar de se sentir anão diante disso, pequeno e insignificante em comparação com o poder que herdaria.

Virando-se para olhar o corredor agora silencioso, ele hesitou por apenas um momento antes de se sentar na almofada dourada do trono. Todos se levantaram em um coro de farfalhar, rostos voltados para ele.

Por um momento, a sala ficou quieta e os olhos de Jeongguk naturalmente buscaram rostos familiares parados nos dois lados do salão, encontrando Namjoon, Seokjin e a maioria dos rostos envelhecidos dos Senhores, bem como alguns dos Herdeiros — embora ele observou que muitos estavam faltando, provavelmente por causa do curto prazo. Ele brevemente pensou na leve indignação na expressão de Jimin quando ele foi informado de que ele não poderia comparecer. Segundo o costume de Ganghan, nenhum Ômega abaixo da própria Rainha ou Rei Consorte pode colocar os pés em um espaço de política e autoridade destinado a Alfas, como a poderosa sala do trono — incluindo o Príncipe Consorte. A maneira como Jimin tinha cerrado a mandíbula antes de escorregar de volta para a água do banho como uma lâmina quente sendo temperada em água fria fez Jeongguk se perguntar se aquela regra realmente valia alguma coisa. Ele não se importaria com a presença de seu companheiro naquele momento, se estivesse sendo honesto.