A Sombra do Lobo Branco || {jikook}

Capítulo 21 | Apostas do Rei

A Sombra do Lobo Branco | Apostas do Rei

Os Lordes e Anciãos estavam tremendo, os leques altos no topo de seus chapéus estremecendo. A Sala do Trono de teto alto estava lotada, fogueiras quentes acendendo em suas tigelas por todo o espaço em uma tentativa desesperada de secar os homens encharcados. Nenhum deles queria estar lá, Jeongguk sabia disso. Era uma época de comemoração, bebida e viagens para gisaengs, não de política que grudava em suas vestes e pingava no chão de pedra.

Apesar de tudo, era tradição escolher os membros da Corte do Rei no dia da coroação e Jeongguk não iria adiá-la apenas por causa do tufão que havia soprado. Nesse aspecto, os herdeiros dos Lordes pareciam bastante animados, seu sangue jovem evitando o frio, fios de calor saindo deles como vapor.

Jeongguk levantou-se dos nós dourados retorcidos do alto trono de madeira, a coroa soando e enviando uma onda de cabeças inclinadas por todos os Lordes, todos caindo em silêncio. Seu coração trovejou com o poder e ele flexionou os dedos, as palmas das mãos suadas.

— Vamos começar — disse ele simplesmente.

Ele sentou-se novamente quando ficou claro que suas intenções eram conhecidas e voltou seus olhos para Namjoon, que pigarreou e começou:

— Há uma grande ausência na Corte hoje, com a perda dos Yu-Kim, mas não devemos permitir que a traição deles atrapalhe a sucessão da Corte do Rei. Sua Majestade tomou suas decisões sobre as posições dos novos membros da Corte com a aprovação do Conselho de Anciãos, e procederemos com os anúncios imediatamente.

Jeongguk observou a maneira como alguns mudavam seu peso de um pé para o outro, lutando para manter a cabeça baixa, curiosos. Os únicos que ficaram paralisados foram os homens desgastados da Corte do Lobo Preguiçoso, a Corte de seu pai. A Corte Negra — seu nome oficial — era uma das cortes mais antigas de Ganghan, seu pai havia conduzido um reinado muito mais longo do que o previsto para um segundo alfa nascido. Muitos dos homens na Corte de seu pai também serviram na de antes da dele, na Corte de sua irmã mais velha. Todos eles velhos e presos no palácio há muito tempo, como ervas daninhas.

Jeongguk esperava que eles estivessem nervosos, porque ele finalmente estaria arrancando muitos deles pelas raízes.

Esperava-se que ele passasse a posição do pai ao filho, do Lorde ao seu herdeiro, então as colocações que se seguiram — Namjoon lendo uma longa lista — viraram muitas cabeças. Com a traição de seu amigo fresca em sua mente, Jeongguk colocou sua noite sem dormir em bom uso e deliberou sobre a escolha da nova Corte com Namjoon e Seokjin antes de apresentá-la aos Anciãos e à Rainha naquela manhã. Embora os Anciãos tenham hesitado, as razões de Jeongguk eram sólidas — as habilidades e o conhecimento de cada herdeiro individual levado em consideração para se adequar à sua nova posição —, então, a contragosto e com alguns compromissos, sua lista foi aprovada.

Um dos únicos lugares que permaneceram vazios no momento em que Namjoon rolou de volta o pergaminho foi o do Chefe da Corte, seu ocupante anterior e substituto esperado, ambos atualmente trancados em uma cela. O próprio Jeongguk não tinha certeza de quem colocaria no lugar, considerando que a posição era uma das mais poderosas do governo — perdendo apenas para a Família Real e Conselheiros.

Ele teve que escolher com cuidado. Alguém gentil e confiável. No entanto, parecia haver um número cada vez menor de pessoas assim na vida de Jeongguk.

Namjoon abriu o próximo pergaminho:

— A nomeação para o Chefe da Corte é a seguinte...

Todos poderiam adivinhar quem eram os candidatos, os únicos dois confidentes que Jeongguk ainda não havia nomeado, Mingyu e Jaehyun. Os dois homens trocaram contato visual fugaz pelo corredor, prendendo a respiração.