Capítulo 7 - Medo

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Depois daquele dia, Edward nunca mais pareceu perder o controle

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Depois daquele dia, Edward nunca mais pareceu perder o controle. Ele esteve sempre bem tranquilo e calmo como um bebê.

Nos aproximamos ainda mais no Natal. Passamos junto com Nicolas e a Lissara que acabaram se tornando bons amigos nossos.

Após o Natal se passaram mais alguns meses e o Nicolas já tinha recebido alta - apesar de quase não ter conseguido por um comportamento esquisito nos últimos dia -, mas Edward não.

Ele parecia estar melhor, mas eu tinha uma certa desconfiança de que ele na verdade não era como o Nicolas... Ele tinha total controle sobre cada personalidade.

Nicolas perdia a consciência para que a sua outra personalidade dominasse, mas se minha teoria estivesse certa, com Edward não é assim.

Por isso eu ainda não senti confiança de liberá-lo.

Edward tem sido amável comigo e muito amoroso, eu me sinto tão confusa quando estou com ele...

Acho que parte de mim não quer que ele vá embora, mas parte de mim tem medo...

Fazem meses que não vejo Jasen, acabei ficando tão envolvida com os tratamentos dos meus pacientes que não tive nem mais tempo pra transar...

Talvez isso explique meu mal humor... Acho que estou mal comida...

Estou saindo do hospital quando surpreendentemente vejo Jasen na porta me esperando.

Falando no diabo...

- Oi! Que surpresa te ver por aqui.

- Cê sumiu, gata... - Ele diz e me dá um beijo lento.

- Anne... Você não me disse que tinha um namorado...

Eu pulo de susto ao ouvir a voz do Edward.

Jasen o encara da ponta dos pés até a cabeça.

- Ele não é meu namorado. - Digo trêmula vendo a maneira como Edward está nos olhando... É uma mistura de zumbi, robô, assassino... Tudo de assustador junto.

Algo me diz que fodeu... Fodeu fodido agora...

- Ele estava te beijando... - Diz Edward e tem algo de muito estranho na sua voz. Quase parece alienado, entorpecido...

Sinto um arrepio de medo e pressinto que algo ruim está por vir.

Merda...

- Não acho que ela te deva satisfações, meu amigo... - Jasen dispara para Edward.

Vejo uma expressão no rosto do Edward que eu sei exatamente o que significa... Ja o vi fazer isso antes, com o cara da limpeza que tentou fletar comigo.

Ele está planejando a morte do Jasen.

- Edward, vamos entrar, você não deveria estar aqui fora. - Me viro para Jasen. - Depois eu te ligo.

Pego Edward pelo braço e tento tirar ele dali, mas ele não se move.

- Por favor, Edward... Vamos para o seu quarto conversar!

Edward pisca algumas vezes e se move comigo, indo para o seu quarto.

Quando entramos no quarto, Edward começa a me encarar de uma forma parecida com a que encarou Jasen e eu fico com medo. Mas não consigo dizer nada.

- Por que estava beijando ele? - Edward pergunta e a sua voz sai mais próxima de um rosnando. - Você não vai ligar pra ele, não vai vê-lo nunca mais! NUNCA!

Não combina com ele... Esse estado nervoso, grosseiro... Selvagem.

- Edward, você não é meu namorado, eu não te devo satisfação. Qual o seu problema?

- Você não é minha namorada apenas por que não quer ser! Por que não quer ser? Eu não sou bom o suficiente pra você?

Quase sinto meu  Edward fofo de volta.

- Edward eu sou quase 5 anos mais velha que você e sou sua psicóloga, já te disse isso há meses atrás! É errado em todos os sentidos.

- Você não disse que é porque você não quer... - Seu tom muda de novo.

Ele me lança um olhar desafiador.

- Edward, para! Não começa...

- Você não vai mais ver o seu namoradinho.

Meu coração congela no mesmo segundo. Ele não disse isso em tom de proibição, foi mais um aviso.

- Edward, você não vai machucá-lo! Ele não é meu namorado, ele é só um amigo.

- Quantas vezes... Eu pedi pra você me dar uma chance? Quantas vezes eu demonstrei que gostava de você... VOCÊ DISSE QUE GOSTAVA DE MIM TAMBÉM!

-Edward, você está confundindo as coisas. - Minhas voz está trêmula.

Edward avança em cima de mim me jogando na sua cama e montando em cima de mim, me imobilizado. Toda a sua paciência e auto controle foram pra puta que pariu...

Eu grito de susto e medo.

- Você costuma beijar seus amigos, Anne? - Ele pergunta e passa os a língua nos seus lábios. - VOCÊS ESTÃO TRANSANDO!?

- Para Edward! Me solta!!

- Não, Anne... Você tem ideia de como me senti quando vi você beijando ele? TEM ALGUMA IDEIA?

Eu estou tão assustada que não consigo responder.

Olho para o canto e vejo o alarme de emergência.

Uma ideia se forma na minha cabeça.

- Me desculpa... Eu não tenho ideia. - Tento parecer o mais perto de sedutora que eu posso. - Por que não me beija agora para aliviar sua dor?

Ele parece surpreso com o que digo, mas depois ele avança nos meus lábios.

Ele não fica nem 2 segundos lá porque eu aproveito sua distração e pego o controle apertando o botão.

Edward me encara com uma fúria que eu jamais vi antes...

Ele está realmente FURIOSO. É só agora eu percebo, no inferno que eu me meti.

Não tem volta, tem?

Antes que ele tenha tempo de fazer qualquer coisa comigo, vários guardas entram e seguram ele.

Eu corro pra fora do quarto mas não antes de ouvir sua ameaça que soou como uma promessa.

- Eu vou atrás de você, Anne. É melhor dormir de olhos abertos... - Ele sorri psicopaticamente e eu posso conhecer seu lado maníaco e frio...

Deus... Eu preferia nunca ter conhecido, quase desmaiei de medo apenas olhando as promessas doentias que tinha em seus olhos.

Eu corro para o mais longe possível dali.

Saio do hospital me escorando pelas paredes pois minhas pernas tremem muito e eu mal consigo ficar de pé. Pego o primeiro táxi que vejo vou direto pra casa.

Que merda... Eu estou muito... Muito ferrada!

Coloco as mãos na cabeça atordoada com tudo que acabou de acontecer.

Acho que nunca senti tanto medo assim na minha vida.

Amor Doentio Where stories live. Discover now