Capítulo 39 - Sentimento Assustador

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Eu acho que nunca transei tanto na minha vida

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Eu acho que nunca transei tanto na minha vida.

Não... Certamente não.

Perdi completamente a noção do tempo, mas quando resolvemos parar de fato o sol já estava no meio do céu.

Eu dormi exausta depois disso e quando acordei ainda estava sol, então não sei se dormi da metade de um dia até o outro dia ou se dormi rapidamente e acordei.

Meu corpo estava cansado, Edward não estava ao meu lado e tinha um cheiro delicioso entrando no quarto - que estava uma bagunça afinal.

Me levanto com dificuldade e usando a parede como apoio saio do quarto.

Me surpreende o quanto a casa é pequena.

Eu já saio do quarto e encontro uma ampla cozinha com janelas enormes de vidro. Também consigo ver a sala e a figura masculina e sexy de Edward cozinhando só de cueca.

Ele parece infantilmente animado. Como uma criança que ganhou o melhor é mais desejado presente de Natal.

- Espero que isso seja comestível. - Digo gemendo quando meu estômago ronca.

Edward se vira e me recebe com um olhar calorosamente animado e apaixonado.

Meu coração reage acelerando na hora.

Ele corre na minha direção e me puxa para um abraço enquanto me roda.

- Bom dia, ma reine! - Preciso fazer aulas de francês porque reine não tenho certeza do que seja, mas minha intuição diz que deve significar rainha ou algo do tipo.

- Vou vomitar o que não tenho no estômago em você.

- Fui descuidado, te deixei muitas horas sem comer. - Ele acaricia meu rosto com um olhar triste, fazendo beicinho. - Mas você será recompensada. - Acrescenta animado de novo.

Ele me guia até um balcão pra duas pessoas que separa a sala da sozinha e eu me sento lá esperando ele me servir.

Queria ter a facilidade que ele tem para ficar de bom humor.

Ele então começa a colocar no balcão ovos mexidos, panquecas, pãezinhos, vários tipos de queijo, requeijão, suco, leite...

Sem esperar ele se sentar eu devoro tudo como um animal faminto e Edward gargalha alto da minha reação.

Caguei pra ele... Estou faminta. Foda-se a educação, bons modos, etiquetas e o cacete todo.

Não sei se é a minha fome ou se realmente isso está bom.

- Obrigada. - Agradeço.

Ao olhar pra ele quando o agradeço noto que ele está o tempo todo me olhando.

Eu o encaro de volta mostrando que posso fazer isso também.

Seguimos assim por minutos, mas eu acabo cedendo.

Por quê?

Porque seu olhar chega a ficar medonho de Doentio, é quase como se ele pudesse fazer isso por dias.

O amor de Edward por mim é errado e insano de todas as formas. Um amor completamente Doentio e nada saudável.

Mas o pior não é só isso.

O pior sou eu.

Eu sou a pior por estar adorando isso. Por não me imaginar mais outra forma de ser amada.

- Edward... Sabe... Eu...

- Eu sei que o meu amor te assusta. E você realmente deve se sentir assim, porque até a mim ele assusta. - Ele faz uma pausa encarando o nada e depois seu olhar volta pra mim. - Eu nunca senti nada igual e a intensidade desse sentimento é assustadora. Eu diria que ele é maior ou quase tão forte quanto meu instinto assassino.

Isso me lembra o acontecido no casamento.

Eu não queria lembrar... Não queria!

- Você não tem a porra de um instinto assassino! - Rosno irritada. O Edward de verdade não é assassino.

Ele ergue as sobrancelhas.

- Não! - O impeço de começar a falar. - Edward... O que você é agora, é um doente. Alguém fodido e traumatizado que precisa de ajuda. Eu sei que o Edward de verdade não é aquele carrasco demoníaco que matou aqueles homens daquela forma.

- Se você pensa assim, está claro que não me conhece. - Ele diz frio como o gelo.

- Eu conheço você muito bem. - Digo erguendo meu queixo em desafio.

- Não, Anne... Você não conhece. Você não faz nem ideia do que eu sou capaz de fazer agora... O que você viu no nosso casamento foi apenas uma parte do pacote. - Ele se aproxima de mim me olhando ainda mais ameaçador. - Agora você imagina... Eu sou capaz de fazer tudo que fiz até hoje, somente por vingança, que cá entre nós é um sentimento intenso. Já imaginou o que eu seria capaz de fazer por amor... Por você, Anne?

Então o gelo que percorre meu corpo, arrepiando cada pelo que existe em mim, me faz perder o fôlego quando vejo a determinação Doentia no seu olhar.

Nunca jamais tinha visto algo tão desastroso, tão grande... Intenso já nem serve mais para descrever.

Tento me lembrar de ter visto algo assim em Nicolas, mas sinceramente, Edward parecia muito pior agora.

- Isso significa que se eu fugisse de você, você faria comigo o que fez com a Isabel? - Asim que a pergunta sai eu me arrependo.

Edward fecha os olhos em uma careta de dor ao me ouvir mencionar deixá-lo e quando os abre novamente, seus olhos são frios e calculistas.

- Eu não posso viver mais sem você, logo te matar jamais será uma opção. Eu também jamais encostaria um dedo em você para te machucar. Sou perfeitamente incapaz. - Ele faz uma pausa mas logo continua. - Porém, existem outras formas de te fazer sofrer, de te machucar, mas não no corpo... Na alma.

O medo familiar invade minhas veias e eu posso sentir meu coração palpitar no peito.

- Parte de mim que muito isso, Anne. Eu não vou mentir que adoraria te ver indefesa, só tendo a mim como consolo. Eu adoraria ser tudo o que você tem. - Sua fala é Doentia e insana. - Eu sou melhor com jogos psicológicos do que com torturas físicas e eu gostaria que você não tentasse descobrir isso. Apesar de você já ter visto alguma coisinha.

Eu me lembro de quando me tranquei no apartamento por causa dele e das "brincadeiras" que ele fez comigo.

Eu realmente não posso me descuidar com Edward. Ele é como uma bomba relógio que pode explodir a qualquer hora.

Infelizmente no momento eu não tenho como ter apenas o Edward anjinho... Então eu preciso aprender a dominar o Demônio.

Eu sorrio para o Edward que retribui meu sorriso imediatamente, não deixando qualquer vestígio do psicopata doente que acabou de ter uma conversa extremamente perigosa comigo.

Amor Doentio Where stories live. Discover now